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4 de abril de 2017

Integrando a sociedade ao ambiente da USP

O ano era 2001. Pedro Chamlian Ferreira dos Santos tinha apenas vinte anos quando morreu afogado ao praticar remo na raia olímpica da USP, em São Paulo. Ele morava na comunidade de São Remo, localizada próximo à Cidade Universitária, e cursava o terceiro ano de Administração na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP).

Após o trágico episódio, a Universidade promoveu um projeto envolvendo a participação de moradores dessa comunidade. A iniciativa foi tão positiva, que a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP criou o Projeto Aproxima-Ação, desenvolvendo atividades com o objetivo de detectar demandas sociais, promover ações educativas, etc.

Em 2003, José Marcos Alves, docente da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), realizava pós-doutorado nos Estados Unidos, quando soube de um projeto de inclusão social da INTEL. Interessado na iniciativa, assim que regressou ao Brasil ele visitou a única instituição de ensino brasileira que recebera infraestrutura da multinacional para realizar o projeto e decidiu implementar a metodologia do programa na cidade de São Carlos.

Com a participação de autoridades políticas e do campus USP São Carlos, a iniciativa de Alves foi inaugurada em 2006, em uma igreja coordenada pelo Padre Eduardo Malaspina, na Vila Carmen. O programa, que decorre no âmbito do Anjo da Guarda (uma iniciativa da igreja), acontece em uma sala chamada Inclube, onde crianças com aproximadamente 10 anos aprendem a usar o computador.

Com seu envolvimento no Inclube, Alves passou a interagir com parceiros educacionais, tendo conhecido o trabalho da Fundação Bradesco e do Bradesco Instituto de Tecnologia (BIT), bem como da CISCO, “a empresa mais importante do mundo em TI [Tecnologia da Informação]”, segundo o docente.

Com base nessas experiências e em seu conhecimento acerca do sucesso do projeto Pequeno Cidadão, que se realiza no Campus USP São Carlos, Alves queria iniciar um programa que estivesse em consonância com o Projeto Aproxima-Ação e que envolvesse jovens de classes sociais menos favorecidas que vivem na região da Área II do Campus USP São Carlos.

logo_cisEm agosto de 2015, com o apoio da Prefeitura (PUSP-SC) e das demais unidades do Campus, em especial com o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e com Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), foi lançado o Centro de Inclusão Social (CIS/USP), que é coordenado por Alves e pelo Prof. Carlos Goldenberg (Mestre na EESC/USP), oferecendo cursos dedicados ao ensino de inglês, física e informática.

Inicialmente, com um recurso de cinco mil reais que recebera da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, o CIS/USP inaugurou o curso de inglês que teve início com alguns alunos das Escolas Estaduais “Attilia Prado Margarido” e “Professor Bento da Silva César”, bem como dos projetos sociais Pequeno Cidadão e Menor Aprendiz(IFSC/USP). O método de ensino do curso utiliza a metodologia da Read In / Tese Prime, um conceito de ensino que tem como finalidade aprimorar a habilidade de leitura em inglês.

O curso deu – e tem dado – certo, e no segundo semestre de 2016 o CIS/USP lançou outras duas atividades. Uma delas foi A Física do Cotidiano na Construção da Cidadania, que é realizada em parceria com o IFSC/USP para possibilitar que os jovens compreendam fenômenos físicos por meio do uso de equipamentos que fazem parte das disciplinas da graduação do Instituto; a outra foi o Laboratório de introdução à informática para alunos do ensino fundamental, que visa ao ensino de conceitos básicos de informática, através de atividades teóricas e experimentais. Os três cursos são ministrados por monitores que recebem bolsas remuneradas do Programa Unificado de Bolsas de Estudo para Estudantes de Graduação da Universidade.

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Ampliando o projeto…

Mesmo com essas atividades se realizando, Alves e Goldenberg já têm elaborado outros cursos, como de Matemática, Ética e TI, que poderão ser lançados pelo CIS/USP num futuro próximo, tendo como foco o já citado público-alvo. Aliás, ambos os docentes também têm refletido sobre a possibilidade de promoverem a inclusão digital entre adultos, bem como um curso de “inglês de sobrevivência”, voltado ao ensino de conceitos básicos do idioma inglês a servidores da USP que interagem com visitantes estrangeiros.

Hoje, as atividades do CIS/USP acontecem no Pólo de Ensino à Distância na Área II. Mas, em 1º de dezembro de 2016, a Comissão de Planejamento Acadêmico do Campus USP São Carlos aprovou, por unanimidade de seis votos, o uso pelo CIS/USP de uma sala multiusuário localizada na Biblioteca da PUSP-SC, também na Área II, onde, futuramente, um novo prédio poderá alocar todos – ou quase todos – os projetos de inclusão social da Universidade. “Essa ideia surgiu, porque o Prof. Dr. Francisco Antonio Rocco Lahr [EESC/USP] recebera um prêmio em dinheiro e o destinara para a PUSP-SC, que decidiu investir o recurso na construção de uma sede para os projetos”, explica Alves.

Na segunda quinzena deste mês, os participantes do curso de inglês foram instruídos a se credenciar no Serviço da Biblioteca. Para Goldenberg, aproximar os jovens desse espaço da Área II é uma particularidade muito importante, já que os instiga a criar o hábito de leitura. “Essa oportunidade é fundamental para o futuro desses jovens, porque muitos se tornam leitores na fase adulta, o que é muito complicado”, diz Goldenberg, que constantemente indica livros aos seus estudantes uspianos, recebendo depoimentos positivos acerca dos novos hábitos de leitura dos alunos.

Para Alves, o contato dos participantes do CIS/USP com a Biblioteca e os demais espaços do Campus é um modo de influenciá-los a se dedicarem aos estudos e eventualmente ingressarem nos cursos da Universidade, sendo, igualmente, uma alternativa para a USP se apresentar à comunidade em geral, enfatizando que a instituição não é uma “ilha”, mas sim um espaço aberto. “A extensão é o caminho mais fácil para mostrarmos à sociedade a importância da Universidade”.

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Os Profs. Alves e Goldenberg

Neste ano, o CIS/USP recebeu a doação de 54 livros em inglês pela editora Pearson Education do Brasil S. A, que já em 2016 doara 29 dicionários que estão disponíveis no acervo da Biblioteca da PUSP-SC.

(Créditos das imagens: Assessoria de Comunicação do IFSC/USP e CIS/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de abril de 2017

IFSC/USP é uma nova unidade da EMBRAPII

A Empresa Brasileira de Pesquisa de Inovação Industrial (EMBRAPII) divulgou no dia 31 de março último o resultado preliminar da Chamada Pública 01-2016, que selecionou sete novas Unidades que irão atuar em áreas de competência diversas, sendo que uma delas é o IFSC/USP, que irá apresentar projetos na área de Biofotônica e Instrumentação, ligados ao desenvolvimento de equipamentos médicos para tratamento por meio de luz e micro-ondas terapêuticas, considerada uma área de competência inédita e com alta demanda.

O valor total dos planos de ação das selecionadas é de R$ 177 milhões, sendo R$ 58,8 milhões da EMBRAPII, sendo que a intenção é selecionar áreas de competência que possuem uma relação forte com um mercado nacional que está a todo momento necessitando de inovação.

Para esta Chamada Pública, foram recebidas 85 propostas de instituições candidatas. Desde sua fundação, a EMBRAPII já fechou 198 projetos no valor total de R$ 312 milhões. Com o novo resultado, são já trinta o número de Unidades credenciadas.

A EMBRAPII mantém contrato de gestão com o Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e Ministério da Educação (MEC) e atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais e como alvo o compartilhamento de risco na fase pré-competitiva da inovação.

O financiamento da instituição obedece a seguinte regra geral: a EMBRAPII pode investir até 1/3 das despesas das Unidades com projetos de PD&I com empresas, enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a Unidade. Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas (por meio da divisão dos custos do projeto), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de abril de 2017

Teatro lotado no regresso dos “Concertos USP / Prefeitura Municipal”

A série Concertos USP – Prefeitura Municipal de São Carlos regressou no passado dia 29 de março ao Teatro Municipal de São Carlos para a 4ª temporada, com o 74º Concerto FelipeRissatti-500CreditoFotoAndr-1da USP- Filarmônica, evento que ocorreu a partir das 20h30.

Sob a regência do Maestro Rubens Russomanno Ricciardi e com a especial participação dos solistas Claudio Rogério Giovanini Micheletti (violino), André Luis Giovanini Micheletti (violoncelo), Giovana Ceranto (cravo) e Vinicius Eduardo Simião da Silva (tenor), o programa apresentou As Quatro Estações – da obra O confronto da harmonia e da invenção – Op. 8 (Amsterdã, 1725), de Antonio Vivaldi (Veneza, 1678 – Viena, 1741), cuja sequência ficou organizada da seguinte forma:

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Concerto Nº 1 em Mi maior, RV 269, La primavera

(Primavera)

I) Allegro

II) Largo

III) Allegro Pastorale

Concerto Nº 2 em Sol menor, RV 315, L’estate

(Verão)

I) Allegro non molto

II) Adagio e piano – Presto e Forte

III) Presto

Concerto Nº 3 em Fá Maior, RV 293, L’autunno

(Outono)

I) Allegro

II) Adagio molto

III) Allegro

Concerto Nº 4 em Fá menor, RV 297, L’inverno

(Inverno)

I) Allegro non molto

II) Largo

III) Allegro

No que concerne aos solistas que participaram deste concerto, eis algumas notas sobre eles, começando por Claudio Rogério Giovanini Micheletti (violino). Este músico ClaudioMicheletti350FotoCreditoAndrEstevoformou-se em 2004 na Academia de Música Liszt Ferenc de Budapeste (Hungria), sob orientação de Eszter Perenyi. É vencedor dos concursos para jovens solistas da OSESP e da Orquestra Experimental de Repertório (OER) por três anos consecutivos. É detentor do II Prêmio do X Concurso Eldorado em 1999. Foi membro fundador do Quarteto Camargo Guarnieri. Atuou como solista frente a orquestras sinfônicas como OSESP, Camerata Fukuda, Municipal de São Paulo (OSM), OER, USP-Filarmônica, Municipal de Campinas e do Estado de Minas Gerais, entre outras. Em 2011 foi solista no Avery Fisher Hall Lincoln Center de Nova Iorque (EUA). Sua discografia inclui três CDs com a Camerata Fukuda e a gravação das obras de Osvaldo Lacerda, a convite do próprio compositor (Selo ABM Digital, 2011). Desde 2009 ministra aulas no Instituto Bacharelli. Spalla da OSUSP e da OER, é também professor na Faculdade Cantareira em São Paulo. Desde 2016 atua como spalla do recém-fundado USP-Quarteto, atrelado à FFCLRP-USP, com gravações de obras brasileiras, por conta das pesquisas realizadas pelo NAP-CIPEM pela Coleção USP de Música.

Quanto a André Luis Giovanini Micheletti (violoncelo), é Doutor pela Universidade de Indiana em Bloomington e mestre pela Universidade Northwestern em Chicago, ambos nos EUA. Bacharel em violoncelo pelo IA-UNICAMP, já atuou como concertino da Columbus Indiana Philharmonic Orchestra, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e primeiro violoncelo da Camerata Fukuda e Orquestra de Câmara da UNESP. Como solista, fez a primeira audição do Concerto para violoncelo e orquestra de Edmundo Villani-Côrtes e se apresentou frente a orquestras, tais como Sinfônica de Heliópolis, Municipal de Campinas, Sinfônica de Belém, OER, Camerata Fukuda, Câmara da UNESP, Jovem do Estado de São Paulo, North Shore Chamber Orchestra (EUA), Bach Gamut Ensemble (EUA) e USP-Filarmônica, entre outras. Como recitalista e camerista, tem atuado no Brasil, Argentina, Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Foi professor de violoncelo do Instituto Baccarelli, Faculdade Cantareira, Escola Municipal de Música de São Paulo e Conservatório de Tatuí. É presidente da Associação Amigos Mahle em Piracicaba e professor de violoncelo e música de câmara no Departamento de Música da FFCLRP-USP, também membro do NAP-CIPEM.

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Giovana Ceranto (cravo) é formada em piano e cravo no Conservatório de Tatuí, onde também estudou fortepiano, é, desde 2016, graduanda em piano na classe de Fernando Crespo Corvisier pelo Departamento de Música da FFCLRP-USP e bolsista da USP-Filarmônica. Foi também aluna de cravo de Pedro Persone (pós-doc pela FFCLRP-USP).

Este evento cultural contou com os apoios de todos os órgãos dirigentes da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos – USP, numa organização conjunta do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prefeitura Municipal de São Carlos, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP) e, principalmente, do Departamento de Música da FFCLRP/USP.

O Teatro Municipal de São Carlos registrou a maior lotação na história deste evento, atendendo a que, por conta do magnífico repertório e por ser um concerto com entrada franca, sem apresentação de convites, o número de espectadores interessados em assistir ao mesmo ultrapassou os 650, para uma lotação de 400 lugares, o que obrigou a organização a solicitar ao público excedente que abandonasse a sala, por medidas de segurança, garantindo em data próxima a repetição do mesmo repertório. Em face do ocorrido, a organização voltará a implementar o esquema de distribuição antecipada de convites gratuitos para os próximos concertos integrados na série Concertos USP / Prefeitura Municipal de São Carlos, cuja distribuição será feita no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), no Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos – USP e na bilheteria do próprio Teatro Municipal de São Carlos.

Prestigiaram este concerto, com sua presença, o Diretor do Instituto de Física de São Carlos, Prof. Tito José Bonagamba e o Vice-Prefeito da cidade de São Carlos, Engº Giuliano Hildebrand Cardinali, que esteve acompanhado por diversos colaboradores do executivo municipal.

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O próximo concerto da série Concertos USP / Prefeitura Municipal de São Carlos realiza-se dia 26 de abril, a partir das 20h30, igualmente no Teatro Municipal de São Carlos, com o regresso da “USP Filarmônica” com mais um excelente repertório, estando prevista a inclusão da abertura da ópera O Barbeiro de Sevilha.

Para a distribuição dos convites, fique atento aos sites do IFSC/USP e da Prefeitura Municipal de São Carlos, bem como à divulgação da programação que será feita pelo Teatro Municipal de São Carlos.

(Fotos: André Estevão – FFCL-RP/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de março de 2017

Micro e nano cristalografia na nova fonte de luz Síncrotron brasileira

Linha MANACA – micro e nano cristalografia no Sirius, a nova fonte de luz Síncrotron brasileira foi o tema da palestra apresentada pela Dra. Ana Carolina de Mattos Zeri, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNLS* (Campinas – SP), no Colloquium diei que se realizou nesta sexta-feira (31), no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Nessa palestra, a pesquisadora falou ANA_CAROLINA_250sobre sua trajetória científica, tendo apresentado os planos para a construção da MANACA, uma das primeiras linhas de luz planejadas para o Sirius, o novo acelerador de elétrons e fonte de luz Síncrotron em construção no LNLS.

A Dra. Ana Carolina é graduada e mestre em física pelo então Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP), mestre em química pela Universidade da Pensilvânia (EUA), doutora em química e bioquímica pela Universidade da Califórnia (EUA), tendo desenvolvido pós-doutorado na Universidade da Califórnia – Berkeley (EUA) e na Universidade Estadual de Nova Iorque em Búfalo (EUA).

*O LNLS integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais – CNPEM.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de março de 2017

Informativo CODAGE Nº 5

Já se encontra disponível o Informativo CODAGE Nº 5, que tem como objetivo manter a comunidade universitária informada sobre o comportamento da arrecadação de ICMS e a evolução dos gastos com pessoal e seus reflexos.

A porcentagem do comprometimento dos recursos advindos do Tesouro Estadual com despesas de pessoal e reflexos acumulados no período de janeiro a março de 2017 é de 104,86%.

Para acessar o Informativo, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de março de 2017

O computador que faz sinapses

Uma classe de materiais poliméricos apresenta uma característica especial: eles são condutores mistos, ou seja, são capazes de conduzir cargas eletrônica e iônica com igual eficiência, o que os torna bons transdutores (ou conversores) de um tipo de corrente em outra. Essa especificidade dos polímeros foi explorada por pesquisadores brasileiros e estadunidenses, com o objetivo de mimetizar a máquina mais complexa sobre a qual se tem conhecimento: o cérebro humano.

Gregorio_Faria-_dispositivo_neuromorfico-1As sinapses neuronais, impulsos nervosos dos neurônios que são transformados em impulsos químicos, e responsáveis por todas as ações que realizamos (comer, pensar, sentir dor etc.), ocorrem da seguinte forma: os neurônios abrem canais de íons e os enviam ao meio celular, polarizando-o, ou seja, enviando cargas iônicas que, posteriormente, serão reconhecidas pelos neurônios vizinhos, permitindo que as sinapses ocorram. “O nosso corpo se comunica basicamente via fluxos iônicos. Os polímeros, portanto, tornam-se conversores ideais para fazer a interface entre tais fluxos iônicos e cargas eletrônicas, que nós, pesquisadores, conseguimos medir de maneira bastante precisa”, explica Gregório Faria, docente do Grupo de Polímeros do Instituto de Física de São Carlos (GP- IFSC/USP).

Durante os três anos em que estagiou na renomada Stanford University (EUA), Gregório trabalhou intensamente nos fundamentos e aplicações dos condutores orgânicos mistos. Supervisionado pelo pesquisador do Departamento de Engenharia dos Materiais de Stanford, Alberto Salleo, Gregório auxiliou no desenvolvimento de um dispositivo neuromórfico, que exibe propriedades de sinapses artificiais.

Algumas aplicações dos sistemas orgânicos de condução mista já são vislumbradas pelos pesquisadores. Uma das possibilidades é a implantação desses materiais no cérebro de epiléticos, por exemplo, substituindo placas de eletrodos utilizadas em casos mais extremos. “Esses condutores, por serem poliméricos e, portanto, flexíveis, podem ser implantados no cérebro de maneira muito menos invasiva. Esse material, por sua flexibilidade, pode permear o cérebro sem danificá-lo, e pode não somente estimular os neurônios, como também monitorar o fluxo iônico dos mesmos”, elucida Gregório. “Além de sensoriar atividades cerebrais não usuais do paciente, como o ataque epilético, esse dispositivo poderá também aplicar uma tensão para, localmente, exterminar o processo que gera a epilepsia, sem danificar os neurônios vizinhos”.

A grande vantagem reside na duplicidade de condução iônica-eletrônica desses materiais poliméricos, o que permite que interfaceiem a biologia de uma maneira fantástica. E por já terem visualizado as possibilidades “biológicas” desses materiais, os pesquisadores já enxergam outra possibilidade de aplicação dos mesmos. “Por serem considerados ‘bombas iônicas’ [do inglês, ion pump] e, portanto, terem uma forte interface com sistemas biológicos, nós nos questionamos sobre a possibilidade de criar um dispositivo que, justamente, imitasse os sistemas biológicos. Foi quando pensamos em criar um neurônio artificial, pois tínhamos todo o know-how para isso”, explica o docente.

Essa ideia não somente foi possível, como também já foi concretizada, gerando, inclusive, a publicação de um artigo em uma das revistas científicas mais renomadas do mundo, Nature Materials (clique aqui para acessá-lo). O sistema neuromórfico criado por Gregório e seus colaboradores de pesquisa imita, de fato, o funcionamento das sinapses neurais, e poderá, inclusive, revolucionar a própria computação. “Estamos chegando no limite da lei computacional de Moore, que é o modelo que descreve o desenvolvimento do poder de processamento dos chips atuais. Muitas empresas, como IBM, Google, Microsoft etc. já estão investindo em algoritmos de deep learning, e em sistemas de computação baseados no cérebro humano”, conta Gregório. “A computação baseada no funcionamento do cérebro, conhecida como ‘computação neuromórfica’, permitirá que os computadores façam algo que, até o momento, somente os humanos e determinados seres vivos são capazes: aprender”, conta Gregório.

Gregorio_Faria-_dispositivo_neuromorficoUma vez que o desenvolvimento desse sistema neuromórfico seja concluído em suas diversas etapas, a possibilidade de aplicações que se abre, tanto para área biológica, quanto para área computacional, é imensa. “Já temos em mãos um dispositivo capaz de fazer sinapses artificiais, e que apresenta características similares ao funcionamento de neurônios. Em nosso artigo, mostramos que o dispositivo contém todas as fases de potenciação de um neurônio, ou seja, a memória sensorial, a memória de curto prazo e a memória de longo prazo, permitindo que esse sistema seja, de fato, capaz de aprender”.

A parceria entre IFSC/USP e Stanford continua a todo vapor, assim como a continuação do projeto. Gregório já tem dois alunos do IFSC trabalhando com outras aplicações do sistema neuromórfico. Um deles,o aluno de doutoramento Renan Colucci, já explora o uso da tecnologia para criação de um olho artificial. “Visamos funcionalizar moléculas sensíveis à radiação em nossos dispositivos, e fazer os sistemas neuromórficos enxergarem”, conta Renan. Outra aluna de Gregório, a mestranda Priscila Cavassin, explora novas interfaces com a biologia e a utilização de novas plataformas baseados em condutores mistos orgânicos para aplicação de interesse biológico. “O próximo passo é trabalhar com redes neurais, que englobem todos os nossos sentidos. Criar, realmente, um cérebro artificial com capacidade de aprendizado. Esse ambicioso passo seguinte, obviamente, envolve pesquisadores de diversas áreas, como computação e engenharia elétrica”, adianta Gregório.

As descobertas dos pesquisadores brasileiros e estadunidenses, de fato, abrem um universo infinito de possibilidades. Embora possa parecer um pouco assustador a princípio, se os pesquisadores continuarem sendo bem sucedidos em suas pesquisas com sistemas neuromórficos, como tudo indica, a criatividade humana será o limite. E, quem sabe, poderá até mesmo contar com o auxílio de computadores para explorar esse infinito universo de aplicações.

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatos deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. As informações contidas na reportagem são de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

Imagens: 1- Dispositivo neuromórfico; 2- Da esq.: Renan, Gregório e Priscila

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

30 de março de 2017

Acceleration of petaelectronvolt protons in the Galactic Centre

Na mais recente edição do programa de DANIELLE_250seminários intitulado Astro-Cosmo-Particle Journal Club, que ocorreu em 30 de março no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a mestranda da Unidade, Danielle Kaori Nakashima, discutiu o artigo Acceleration of petaelectronvolt protons in the Galactic Centre (confira-o AQUI).

Bacharel em física e mestranda pelo IFSC, Danielle tem trabalhado na busca indireta da matéria escura, através do observatório Cherenkov Telescope Array (CTA), sob a orientação da Profa. Dra. Manuela Vecchi (IFSC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2017

Vídeos das palestras realizadas para alunos

Está disponível no portal da IPTV-USP o vídeo das palestra realizada no Centro de Inclusão Social da USP – Campus de São Carlos (CIS-USP SC) apresentada aos alunos matriculados no curso de inglês (proficiência em leitura). A palestra, apresentada pelo Eng. Rodrigo Ciciliano (For All English School – São Carlos /SP), e intitulada “Importância da Língua Inglesa na Vida Pessoal e Profissional”, poderá ser acessada clicando AQUI.

Outra palestra disponível no portal da IPTV-USP foi apresentada na disciplina de graduação SEL313 – Circuitos Eletrônicos I (EESC/USP), sendo ministrada pelo Prof. Carlos Goldenberg (EESC – USP / SEL), e intitula-se “Qual o Norte (sentido) da sua Vida (pessoal e profissional ?)”, podendo ser visualizada clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2017

Pesquisa fornece modelo estrutural detalhado da Crotoxina

Uma pesquisa publicada no início deste mês na revista Scientific Reports, da Nature, por um grupo de pesquisadores brasileiros, forneceu um modelo estrutural detalhado da Crotoxina (CTX), uma neurotoxina encontrada em venenos de cobras cascavéis, favorecendo potenciais aplicações terapêuticas desta proteína, como: imunomoduladores, anti-inflamatórias, analgésicas, antitumorais, entre outras.

A crotoxina (CTX) é uma neurotoxina encontrada em venenos de cobras cascavéis (Crotalus durissus terrificus). Este complexo proteico é um heterodímero composto de uma proteína não-tóxica e não enzimática (CA) e outra proteína fosfolipase com características tóxicas (CB). Essa neurotoxina tem diversas potenciais aplicações devido a sua ação paralisante semelhante a toxina butolínica (popular BotoxTM), sendo proposta como medicamento para tratamento do estrabismo devido a seus efeitos serem mais duradouros do que a toxina butolínica. Além disso, aplicações como potencial agente terapêutico, anti-inflamatório e anti-tumoral também são propostas.

No citado artigo, pesquisadores da UNESP, USP, UFMG e FUNED obtiveram informações sobre o mecanismo de ação da CTX, indicando quais regiões desta proteína estão envolvidas com a toxicidade. Neste trabalho a combinação de técnicas de calorimetria de titulação isotérmica (ITC), espectroscopia de fluorescência (FE), dicroísmo circular (CD), espalhamento de luz dinâmico (DLS) e espalhamento de raios X a baixos ângulos (SAXS) permitiram a obtenção de um modelo estrutural para a CTX indicando que os triptofanos da proteína estão localizados na interface entre os domínios CA/CB enquanto a região N-terminal do domínio CB é exposta ao solvente.

Este estudo contou com participação do Prof. Cristiano Luis Pinto de Oliveira e de sua ex-aluna de mestrado, Ranata Naporano Bicev, do Departamento de Física Experimental, do Instituto de Física da USP. O Prof. Oliveira foi o responsável pelo planejamento dos experimentos de SAXS que foram realizados no equipamento de Laboratório, NANOSTARTM, presente no IFUSP; analise e modelagem avançada dos dados de espalhamento. Através desta modelagem, combinando o ajuste dos dados de SAXS, estruturas atômicas de alta resolução disponíveis para as proteínas CA e CB e informações provenientes de fluorescência, foi possível obter um modelo estrutural para a estrutura do complexo em solução. Com base nesta estrutura, importantes conclusões sobre o mecanismo de ação da proteína puderam ser obtidas.

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As informações detalhadas das estruturas terciárias e quaternárias da CTX são essenciais para a compreensão dos efeitos imuno-modulatório, anti-inflamatório e analgésicos da CTX. Além disso, esse complexo proteico possui ações anti-tumorais bem como pode inibir o crescimento de tumores, toxicidade contra células tumorais e indução de apoptose e informações estruturais que são muito importantes para o design de novos agentes terapêuticos.

Para acessar o artigo, clique AQUI.

(Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP – IFUSP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2017

“A USP mudou. E isso causa desconforto”, afirma reitor

O novo sistema de avaliação, o reequilíbrio das contas da Universidade e as mudanças nop Vestibular foram alguns dos temas abordados pelo Reitor da USP, Prof. Marco Antonio Zago, num balanço resumido de sua atuação desde 2014, explanado em uma entrevista concedida à Revista “Veja”, publicada no último dia 23 de março.

“Precisamos ousar mais para que o dinheiro investido na USP não se perca com pesquisadores ou funcionários que não querem sair da zona de conforto.”

Para ler esta entrevista na íntegra, clique AQUI.


(Pela Assessoria de Imprensa da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de março de 2017

Estrutura de proteína crucial à replicação do vírus Zika é elucidada

A estrutura tridimensional de uma proteína, cuja ação é crucial para a replicação do vírus Zika, aedes_250_-_crditos_-_gizmodofoi desvendada por pesquisadores do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Intitulada NS5 RNA-Polimerase RNA-dependente (NS5 RdRp), a proteína é a principal responsável por copiar o RNA viral (que guarda a informação genética do vírus) e reproduzi-lo centenas de vezes até que a célula onde o vírus Zika esteja alojado seja destruída, espalhando as cópias virais pelo organismo hospedeiro.

O vírus Zika é transmitido principalmente através da picada do mosquito Aedes Aegypti, podendo causar febre, dores no corpo, erupções cutâneas e conjuntivite. O vírus possui uma casca ou envelope que, além de conter o RNA viral, lhe permite reconhecer as suas células-alvo no hospedeiro, para invadi-las e ali se utilizar do maquinário celular para se replicar. A NS5 RdRp é uma das 10 proteínas codificadas pelo genoma viral, essenciais para que o vírus possa completar o seu ciclo de vida.

ns5-250Sabendo que a NS5 RNA-Polimerase cumpre um papel fundamental na cópia e na reprodução do vírus, os pesquisadores obtiveram a proteína na forma recombinante utilizando bactérias que foram transformadas para produzir uma grande quantidade de NS5. Esta etapa, dita de clonagem, foi realizada em parceria com a empresa startup Cellco Biotech, criada por três doutores egressos do IFSC/USP com o apoio de um projeto PIPE da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Essas proteínas foram purificadas e separadas das outras oriundas das próprias bactérias. Uma etapa crucial desse trabalho foi obter os cristais da proteína, que permitiram a utilização da técnica de Difração de Raios-X para então determinar a posição tridimensional dos átomos que formam a estrutura da NS5 (imagem ao lado).

Montando o quebra-cabeças

A elucidação da estrutura tridimensional da proteína permite que, agora, os pesquisadores planejem e desenvolvam moléculas cujas estruturas se encaixem à estrutura da NS5 RdRp, bloqueando a replicação do vírus, o que permitiria elaborar fármacos que teriam ação eficaz no tratamento de pacientes acometidos pelo vírus Zika.

Embora essa fase inicial seja auspiciosa, o Prof. Dr. Glaucius Oliva, do Grupo de Cristalografia, enfatiza que ainda existem diversos testes a serem desenvolvidos, tanto em fase in vitro (com células cultivadas em laboratório) como in vivo (em modelos animais), para que talvez se possa encontrar uma molécula que, além de se encaixar e inibir a ação da NS5, não interfira na ação de outras proteínas que existem no organismo humano, de forma que não seja tóxica e tampouco se degrade facilmente. “Após fazermos uma simulação computacional para encontrarmos o tipo de estrutura mais adequado, poderemos, com o auxílio de métodos matemáticos e computacionais, olhar para o universo de centenas de milhões de moléculas que já existem e que foram sintetizadas ao longo da história da humanidade, e que estão disponíveis na literatura internacional e em bancos de dados, e avaliar se cada uma delas se encaixa não só na forma, mas também na complementaridade química do sítio ativo da NS5 [local da proteína em que a sua atividade catalítica natural ocorre]”, explica Oliva.

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Da esquerda à direita: os pesquisadores Ketllyn Oliveira, Glaucius Oliva e André Godoy

Esse trabalho, cujos resultados foram publicados nessa segunda-feira (27) na revista Nature Communications, foi desenvolvido utilizando a linha de luz de Cristalografia de Proteínas do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, no âmbito do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), sediado no IFSC/USP, sendo um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID’s) apoiados pela FAPESP.

Os autores dessa pesquisa são dois pós-doutorandos (André Godoy e Fernando Maluf) e três doutorandos (Gustavo Lima, Ketllyn Oliveira e Naiara Torres), orientados pelos docentes do IFSC/USP, Profs. Drs. Rafael Guido e Glaucius Oliva.

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

(Créditos da 1ª imagem: Gizmodo)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de março de 2017

Vivaldi e as “Quatro Estações” no Teatro Municipal

A série Concertos USP – Prefeitura Municipal de São Carlos regressa para a edição de 2017, tendo novamente como ponto de encontro o Teatro Municipal de São Carlos “Dr. Alderico Vieira Perdigão, que recebe o 74º Concerto da “USP – Filarmônica” (sem intervalo),

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evento que ocorrerá no dia 29 de março, a partir das 20h30.

Sob a regência do Maestro Rubens Russomanno Ricciardi e com a especial participação dos solistas Claudio Rogério Giovanini Micheletti (violino), André Luis Giovanini Micheletti (violoncelo), Giovana Ceranto (cravo) e Vinicius Eduardo Simião da Silva (tenor), o programa trará As Quatro Estações – da obra O confronto da harmonia e da invenção – Op. 8 (Amsterdã, 1725), de Antonio Vivaldi (Veneza, 1678 – Viena, 1741), com a seguinte sequência:

Concerto Nº 1 em Mi maior, RV 269, La primavera

(Primavera)

I) Allegro

II) Largo

III) Allegro Pastorale

Concerto Nº 2 em Sol menor, RV 315, L’estate

(Verão)

I) Allegro non molto

II) Adagio e piano – Presto e Forte

III) Presto

Concerto Nº 3 em Fá Maior, RV 293, L’autunno

(Outono)

I) Allegro

II) Adagio molto

III) Allegro

Concerto Nº 4 em Fá menor, RV 297, L’inverno

(Inverno)

I) Allegro non molto

II) Largo

III) Allegro

 

No que concerne aos solistas que se irão apresentar neste concerto, eis algumas notas sobre eles:

Claudio Rogério Giovanini Micheletti (violino)

CLAUDIO_ROGRIO150Formou-se em 2004 na Academia de Música Liszt Ferenc de Budapeste (Hungria), sob orientação de Eszter Perenyi. É vencedor dos concursos para jovens solistas da OSESP e da Orquestra Experimental de Repertório (OER) por três anos consecutivos. É detentor do II Prêmio do X Concurso Eldorado em 1999. Foi membro fundador do Quarteto Camargo Guarnieri. Atuou como solista frente a orquestras sinfônicas como OSESP, Camerata Fukuda, Municipal de São Paulo (OSM), OER, USP-Filarmônica, Municipal de Campinas e do Estado de Minas Gerais, entre outras. Em 2011 foi solista no Avery Fisher Hall Lincoln Center de Nova Iorque (EUA). Sua discografia inclui três CDs com a Camerata Fukuda e a gravação das obras de Osvaldo Lacerda, a convite do próprio compositor (Selo ABM Digital, 2011). Desde 2009 ministra aulas no Instituto Bacharelli. Spalla da OSUSP e da OER, é também professor na Faculdade Cantareira em São Paulo. Desde 2016 atua como spalla do recém-fundado USP-Quarteto, atrelado à FFCLRP-USP, com gravações de obras brasileiras, por conta das pesquisas realizadas pelo NAP-CIPEM pela Coleção USP de Música.

André Luis Giovanini Micheletti (violoncelo)

Doutor pela Universidade de Indiana em Bloomington e mestre pela ANDRE_LUIS200Universidade Northwestern em Chicago, ambos nos EUA. Bacharel em violoncelo pelo IA-UNICAMP, já atuou como concertino da Columbus Indiana Philharmonic Orchestra, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e primeiro violoncelo da Camerata Fukuda e Orquestra de Câmara da UNESP. Como solista, fez a primeira audição do Concerto para violoncelo e orquestra de Edmundo Villani-Côrtes e se apresentou frente a orquestras, tais como Sinfônica de Heliópolis, Municipal de Campinas, Sinfônica de Belém, OER, Camerata Fukuda, Câmara da UNESP, Jovem do Estado de São Paulo, North Shore Chamber Orchestra (EUA), Bach Gamut Ensemble (EUA) e USP-Filarmônica, entre outras. Como recitalista e camerista, tem atuado no Brasil, Argentina, Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Foi professor de violoncelo do Instituto Baccarelli, Faculdade Cantareira, Escola Municipal de Música de São Paulo e Conservatório de Tatuí. É presidente da Associação Amigos Mahle em Piracicaba e professor de violoncelo e música de câmara no Departamento de Música da FFCLRP-USP, também GIOVANA_CERANTO200membro do NAP-CIPEM.

Giovana Ceranto (cravo)

Formada em piano e cravo no Conservatório de Tatuí, onde também estudou fortepiano, é, desde 2016, graduanda em piano na classe de Fernando Crespo Corvisier pelo Departamento de Música da FFCLRP-USP e bolsista da USP-Filarmônica. Foi também aluna de cravo de Pedro Persone (pós-doc pela FFCLRP-USP).

Vinícius Eduardo Simião da Silva (tenor)

É aluno de graduação em canto na classe de Yuka de Almeida Prado pelo Departamento de Música da FFCLRP-USP e bolsista da USP-Filarmônica.

Este evento cultural conta com os apoios de todos os órgãos dirigentes da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de VINICIUS_EDUARDO150São Carlos – USP, numa organização conjunta do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prefeitura Municipal de São Carlos, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP) e, principalmente, do Departamento de Música da FFCLRP/USP.

Tal como aconteceu no ano passado, as entradas para este concerto – bem para como para todos os outros inseridos na Série Concertos USP / Prefeitura de São Carlos, temporada 2017, serão livres e gratuitas, não sendo necessária a aquisição e/ou apresentação de convites ou ingressos, procedendo-se a entrada ao concerto por ordem de chegada.

O folder deste concerto poderá ser baixado, cicando AQUI.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de março de 2017

Filosofísica: “Interconectando as ciências”

Filosofisica_-_LogoVocê acredita que todos os fenômenos naturais serão completamente explicáveis pelas equações matemáticas da física? Já se perguntou em qual domínio das ciências naturais, ou seja, física química ou biologia, é mais pertinente colocar as moléculas de proteína que evoluem com o tempo? Se interessa em saber se existe relação entre a biologia e a história? Fica curioso do porque da criação de tantas novas disciplinas como, por exemplo, psicologia evolutiva e antropologia cognitiva? Se você se interessou por essas questões, não perca a oportunidade de participar da reunião da Filosofísica.

Ali discutiremos a solução proposta para organizar os fenômenos da natureza que inclui: (1) mostrar que alguns objetos da natureza podem e outros não podem participar de eventos deterministas; (2) interligar as ciências por disciplinas de conexão, que usam a linguagem de uma ciência e a lógica de outra; (3) apresentar formas alternativas de explicação para fenômenos complexos não deterministas, que implicam em validações probabilísticas ou qualitativas.

A biologia será usada como exemplo de ciência histórico-adaptativa, mais próxima das ciências sociais que da física e química, enquanto que a bioquímica ilustrará uma disciplina de conexão, que usa a linguagem da química, mas que se conforma aos princípios organizadores da biologia.

27 de março de 2017

Pesquisador do IFSC/USP é nomeado membro da ACAL

O Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, docente e pesquisador do IFSC/USP, foi nomeado, neste mês de março, membro da Academia de Ciências da América latina (ACAL).

A decisão do conselho acadêmico da ACAL baseou sua decisão e posterior convite, na produtividade científica de alto nível do Prof. Bagnato, bem como nas valiosas contribuições feitas pelo pesquisador para o desenvolvimento da ciência e integração da mesma na América latina e Caribe, nomeadamente através de uma vasta e eficaz cooperação científica.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de março de 2017

Oportunidades para Mestrado e Doutorado em Física

O IFSC/USP, através de seu Grupo de Óptica, está oferecendo oportunidades para Mestrado e Doutorado na área de Física Atômica Experimental, envolvendo Condensado de Bose-Einstein e outros.

Confira abaixo:

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Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2017

Reitor lamenta ação de manifestantes no dia 07 de março

Na abertura da reunião do Conselho Universitário, no dia 7 de março, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, fez um discurso veemente em que lamentou a ação de manifestantes que tentaram impedir, de forma truculenta, a realização da sessão, e que culminou em confronto com a Polícia Militar.

Para assistir ao vídeo do pronunciamento, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2017

Proposta de Acordo Coletivo

Prezado(a) servidor(a)

A Administração vem realizando reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), no âmbito da Comissão Permanente de Relações do Trabalho (Copert), para a instituição de um acordo coletivo de trabalho.

Neste momento, dada a evolução das discussões, gostaríamos de apresentar os principais pontos da proposta de acordo:

1) Banco de horas

O banco de horas permitirá uma maior flexibilização no cumprimento da jornada de trabalho, possibilitando que o(a) servidor(a) e chefias possam organizar, com mais facilidade, as compensações de pontes de feriado, recesso de final de ano e variações diárias nos horários de entrada e saída.

As horas trabalhadas nos dias de feriado e de descanso semanal remunerado serão computadas em dobro no banco de horas.

É importante salientar que esta proposta de banco de horas não modifica as normas e procedimentos vigentes na USP para pagamento de horas extras.

2) Divisão de férias para servidores(as) com mais de 50 anos

Atendendo ao interesse de muitos(as) servidores(as) com mais de 50 anos, a proposta do acordo coletivo prevê que ele(a) poderá optar por gozar suas férias em dois períodos – um de 20 dias e outro de 10 dias. Fica mantida, também, a possibilidade de gozo de 20 dias e “venda” de 10 dias.

3) Abono de comparecimento em consulta médica própria ou de familiares, como filhos, cônjuge e pais

A proposta do acordo coletivo prevê a possibilidade de:

a) 6 ausências ao ano, não excedendo 1 ao mês;

b) atrasos ou saídas antecipadas até o limite de 3 horas diárias.

Nesses casos, e respeitando-se os limites referidos acima, o(a) servidor(a) ficará dispensado(a) de compensar as horas respectivas, bem como ficará isento(a) de eventual desconto.

Lembramos que essas 6 ausências ao ano para comparecimento em consulta médica não eliminam os 6 abonos de faltas já previstos em norma da Universidade.

4) Licença-paternidade

No mesmo espírito das políticas públicas para a primeira infância, o acordo coletivo prevê que a licença-paternidade poderá chegar ao total de 20 dias para os pais que participem de programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável.

5) Licença-nojo

O acordo coletivo também inclui a possibilidade de aumento da licença em caso de falecimento de cônjuge, filhos(as), pais e irmãos(ãs) de 2 para 8 dias.

Já para o caso de falecimento de sogro(a), padrasto ou madrasta, cria-se uma nova licença de 2 dias.

6) Questões próprias dos(as) profissionais das atividades assistenciais de saúde

A proposta do acordo coletivo inclui, também, um capítulo específico para os(as) profissionais das atividades assistenciais de saúde. Essas disposições, além de atender interesses dos(as) profissionais que atuam nessas atividades, permitirão uma melhor organização da prestação de serviços à comunidade.

A Copert vem se reunindo semanalmente com representantes do Sintusp, com o intuito de concluir o Acordo Coletivo de Trabalho até o final do mês de março de 2017, para atender expectativas de parcela significativa dos(as) servidores(as) da USP. A assinatura do acordo coletivo depende, entretanto, de aprovação da categoria reunida em assembleia.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Marcelo Dottori

Presidente da Comissão Permanente de Relações do Trabalho (Copert)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2017

Cor, sabor e liberdade: o caso dos quarks

No Colloquium diei que aconteceu no dia 24 de março, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Profa. Dra. Tereza Cristina da Rocha Mendes, do Grupo de Física Teórica do IFSC, apresentou a palestra Cor, sabor e liberdade: o caso dos quarks.

Apesar de o termo “próton” significar “primitivo”, “primordial”, os prótons não são partículas elementares, mas sim estados ligados por partículas menores – quarks -, que interagem pelo efeito da chamada carga de cor. Essas são as interações fortes, responsáveis pela coesão do núcleo atômico e pelos principais processos envolvendo hádrons (como prótons, nêutrons e píons).

Sua descrição é dada pela Cromodinâmica Quântica (QCD), uma teoria quântica de campos com propriedades bastante peculiares. A principal característica da QCD é a não-linearidade, que dificulta o tratamento teórico das interações fortes e possivelmente determina um comportamento absolutamente bizarro para os quarks: seu confinamento permanente em estados ligados, sem cor.

O entendimento do confinamento de quarks ainda é um problema não solucionado. Nesse colóquio, a Profa. Tereza discutiu a TEREZA_300QCD e os métodos para estudá-la, tendo apresentado alguns resultados de sua área de pesquisa.

A docente é graduada e mestre em física pela USP, sendo doutora na mesma área pela Universidade de Nova Iorque (EUA). Entre 1996 e 2000, desenvolveu pós-doutorado na Universidade de Estudo de Roma Tor Vergata (Itália) e na Universidade de Bielefeld (Alemanha), tendo obtido o título de livre-docência pelo IFSC/USP em 2013.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2017

Eleição dos representantes discentes do IFSC/USP

No próximo dia 31 de março, das 8 às 17 horas, será realizada a eleição (por meio do sistema eletrônico de votação) para os representantes do quadro discente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Confira abaixo a lista dos inscritos:

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Com informações da Assistência Acadêmica do IFSC/USP

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

24 de março de 2017

“Luz, cores, ação!”: projeto insere crianças no mundo científico

Em 1945, na cidade italiana Reggio Emilia, teve origem uma prática educacional que, em pouco tempo, ganharia diversos adeptos. Reconhecida mundialmente como uma das melhores propostas educativas para a primeira infância, a proposta, criada pelo educador italiano Loris Malaguzzi, tem como princípio básico colocar as crianças como protagonistas de sua educação, e as enxerga como fortes, ricas, capazes e interessadas em estabelecer relações, colocando o docente no papel de colaborador e guia para seu aprendizado, e o espaço físico como um “terceiro professor”, responsável por promover relacionamentos, comunicação e encontros.

Irata_Lisboa-1A filosofia Reggio Emilia embasa muitas das ações desenvolvidas na Creche e Pré-Escola do campus da USP São Carlos. Além de atender crianças filhas de docentes, funcionários e alunos do campus, a Creche é um espaço de pesquisa e extensão. Alunos de graduação e pós-graduação de diferentes instituições desenvolvem pesquisas e estágios na Creche, entre eles, o aluno do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, Iratã Lisboa, orientado pela docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Cibelle Celestino Silva.

No 2º semestre de 2016, Irarã desenvolveu atividades com as crianças da Creche do campus, com o o projeto “Luz, cores, ação! Ciência e arte na educação infantil”. Financiado pelo CNPq, com quatro turmas de crianças entre três e seis anos, o projeto envolveu luzes e sombras, dando liberdade às crianças para interagir com esses dois elementos, explorando seus aspectos científicos e artísticos como desenho, dança e teatro. “Antes de iniciar o projeto, eu e a professora Cibelle visitamos a Creche, conversamos com os professores de lá, para conhecer o ‘know-how’ desses agentes pedagógicos, que é muito grande, e aprender um pouco mais sobre o que já havia sido feito na creche”, relembra Iratã.

As atividades foram realizadas durante quatro meses, uma vez por semana, com duração de 40 minutos, e Iratã conta que, com base na filosofia emiliana, as atividades foram adaptadas ao universo dos participantes. “Sempre respeitamos as crianças e adaptamos as atividades ao universo delas. O importante era estar com elas, e permitir que as atividades tomassem caminhos diferentes, conforme as crianças interagiam com as tarefas que eram dadas a elas”, conta o aluno.

As atividades foram gravadas e fotografadas, e, no momento, Iratã e Cibelle estão trabalhando na análise dos resultados, para a qual as reflexões e ideias do sociólogo da infância, Manuel Sarmento, servirão como pano de fundo.

Irata_Lisboa-2Embora ainda esteja no início da análise, Iratã adianta que ele próprio aprendeu bastante com a experiência. “Essas atividades são muito diferentes de qualquer atividade educacional que participei até o momento. Estar ali, ter que improvisar e deixar as crianças como protagonistas é, de fato, muito diferente e, ao mesmo tempo, muito enriquecedor. E tudo isso pode ser aplicado não somente com crianças da educação infantil, mas também com alunos do ensino fundamental e médio”, afirma. “É algo que tem muito a ver com a formação dos próprios professores. Atividades desse tipo permitem um relacionamento muito mais próximo com prática educacional, e ensina ao professor a se adaptar a diferentes realidades”.

Várias das atividades desenvolvidas podem ser facilmente transpostas para o ensino fundamental e médio, como, por exemplo, a câmara escura, sombras coloridas, e atividades que envolvem as noções de perspectiva e proporcionalidade dos tamanhos das sombras.

Sendo assim, no futuro próximo, Iratã pretende expandir a experiência. Além de já ter o desejo de aplicar atividades similares com crianças de outras idades, ele diz que pretende realizar mais atividades desse tipo com crianças da mesma faixa etária com as quais trabalhou recentemente. “Minha expectativa é, de fato, continuar com pesquisas na área de educação, mas com outros temas. Comecei com o tema da luz, mas com o que vivenciei na Creche qualquer tema pode ser trabalhado considerando o aluno como protagonista. É só uma questão de pensar bem nas atividades, e nos próximos temas que serão trabalhados”, diz. “Nossa ideia foi colocar as crianças em contato com a cultura científica, e pensar em maneiras de introduzi-las nesse universo. Fiquei muito encantado com a educação infantil, e, sinceramente, eu não esperava. É muito gostoso trabalhar com crianças, e será um enorme prazer continuar seguindo dessa forma”, conclui o educador.

Imagens: Crianças durante as atividades ministradas por Iratã (crédito: arquivo pessoal)

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP