
All posts by: Tatiana Gladcheff Zanon Spina


Estudo de pesquisadores do IFSC/USP é publicado na Science
Há mais de uma década, Luiz Vitor de Souza Filho, docente do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do Instituto de Física de São Carlos (FCIA-IFSC/USP), faz parte do time de pesquisadores do Observatório “Pierre Auger”, projeto que tem como objetivo principal detectar e estudar raios cósmicos ultraenergéticos que raramente atingem a atmosfera terrestre. “Ao entrar na atmosfera, essas partículas geram uma sequência de partículas, formando o chamado ‘chuveiro atmosférico’. Ao atravessar os detectores do observatório, conseguimos medir os ‘filhos’ dessas partículas e qual os processos que os geram”, explica Luiz Vitor.
Estudando essas medidas há muitos anos, Luiz Vitor e seu aluno de doutorado, Raul Prado, participaram do estudo que encontrou uma importante pista sobre essas partículas. Tão importante que o resultado foi publicado na notória revista Science : as partículas ultraenergéticas não são produzidas em nossa galáxia. Isso exclui uma série de modelos teóricos que explica como tais partículas são geradas, facilitando o entendimento geral sobre sua formação e os elementos que dela fazem parte. “Temos muitos objetos em nossa galáxia que teóricos propunham como fontes dessas partículas, como supernovas, por exemplo”, elucida Luiz Vitor. “Ainda não conseguimos dizer qual a galáxia que gera essas partículas, mas já sabemos que não é a nossa. Continuaremos trabalhando com os dados que serão fornecidos pelo Observatório até 2025, que é quando esse projeto será finalizado, para conseguir avançar um pouco mais nessa explicação, especificando qual ou quais as galáxias que podem gerar as partículas ultraenergéticas”.

Mapa de direção de chegada das partículas ultraenergéticas. A cruz mostra na região vermelha mostra um pequeno excesso de partículas extragaláticas.
O que foi descrito no artigo publicado na Science pela Colaboração Pierre Auger foi um estudo da distribuição de direção de chegada das partículas ultraenergéticas. “Fizemos um estudo estatístico detalhado da direção das partículas que chegam a Terra, e vimos que há uma leve direção preferencial. Esse mapa de distribuição que tem uma pequena distorção só é viável se as partículas foram geradas fora da galáxia. Caso elas viessem de nossa galáxia, essa distorção, mesmo que muito pequena, não existiria”, explica o docente .
Luiz Vitor reforça que essa medição só foi possível graças a medidas estatísticas muito sofisticadas, que continuarão sendo utilizadas para esse estudo, trazendo, no futuro, mais informações a respeito das partículas ultraenergéticas.
Raios cósmicos: um grande mistério para os astrofísicos
Os raios cósmicos ultraenergéticos ainda são um grande mistério para os estudiosos da área. Dados sobre sua origem e sobre como são produzidos podem trazer informações importantes a respeito do Universo, sua evolução e destino final.
Os raios cósmicos são partículas com velocidades próximas às da luz (acima de 1019eV), e têm energia um mil vezes maior do que os prótons acelerados no Grande Colisor de Hádrons. A radiação gerada por essas partículas é utilizada pelos astrofísicos para duas finalidades: estudar o universo das chamadas “partículas elementares” (microcosmo) e para obter informações sobre o Universo (macrocosmo).
A radiação cósmica, portanto, é uma poderosa ferramenta para examinar rigorosamente o interior dos constituintes da matéria e a única sonda disponível até o momento para desvendar condições extremas do Universo.
Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

Concertos USP/Prefeitura de São Carlos: apresentação dia 11/10
Na próxima quarta-feira, 11 de outubro, às 20h30, no teatro municipal de São Carlos, será realizada nova edição do “Concertos USP/Prefeitura de São Carlos”, com a apresentação do projeto musical “Volver a Latinoamerica”.
A apresentação será conduzida por Giulia Faria (canto) e Carolina Andrade (violão), que executarão composições inspiradas nas canções de Violeta Parra, compositora, cantora, escritora e artista plástica chilena nascida em 1917, símbolo da Nueva Canción Chilena.
Os ingressos para o concerto, que serão limitados a dois por pessoa, poderão ser retirados nas Comissões de Cultura e Extensão (CCEx) de cada Unidade* a partir das 14 horas de hoje (09/10), e no Teatro Municipal a partir das 19 horas, no dia da apresentação.
Para mais informações sobre o evento, clique aqui.
*ingressos somente para público interno (funcionários, alunos e docentes) de cada Unidade
Assessoria de Comunicação-IFSC/USP

Atualização da Produção Científica do Instituto de Física de São Carlos
Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas em setembro de 2017, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) ao lado direito da página principal do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).
A figura ilustrativa foi extraída de artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC/USP, no periódico Science.
Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

Três alunos do IFSC/USP são premiados em encontro nacional
Entre os dias 18 e 22 de setembro, Passa Quatro (MG) sediou o 38º Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos , promovido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF). O evento contou com várias apresentações orais de cientistas que atuam em instituições de pesquisa no Brasil e no exterior (Chile, Alemanha, França) . Alem das apresentações orais, diversos pôsteres foram apresentados em diferentes categorias, entre eles os dos mestrandos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Eduardo Ferronato Bueno, Kaori Nakashima e Pedro Ivo Batista.
Orientados pela docente do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada (FCIA-IFSC/USP), Manuela Vecchi, os três pesquisadores tiveram seus pôsteres premiados no evento, destacando, mais uma vez, o IFSC fora de seus muros.
Eduardo trabalha com medidas do detector AMS-02 , instalado na Estação Espacial, em particular com a medida do fluxo do deutério (2H) nos raios cósmicos. “Essa é uma medida interessante, pois, uma vez que se obtêm esses dados, é possível se obter também informações sobre como os raios cósmicos se propagam no meio interestelar”, explica. “Ainda existem muitas coisas que precisamos entender sobre os raios cósmicos e essas medidas providas pelo AMS-02 têm uma precisão extremamente grande e em um intervalo de energia muito mais amplo, e podem nos trazer muitas informações importantes, e permitir, por exemplo, que separemos os efeitos de propagação de outras fontes exóticas, como a matéria escura”.
Com a grande quantidade de medidas fornecidas pelo AMS-02, com precisão jamais vista, Eduardo, que está no início de sua pesquisa, afirma que pretende explorar métodos computacionais mais complexos para analisar essas medidas. “O foco de meu mestrado será medir o fluxo de deutério (2H) nos raios cósmicos usando técnicas de inteligência artificial”, adianta.
Já a pesquisa de Pedro trabalha com dados já publicados pelo AMS-02 relacionados as anomalias de dados referentes ao espectro de energia dos raios cósmicos primários, isto é, que são gerados diretamente na fonte. “Esperava-se um comportamento dos raios cósmicos diferente do que tem sido observado pelo AMS-02, o que tem colocado em desuso alguns modelos teóricos. Durante meu mestrado, quero testar outros modelos e verificar, através deles, a origem dos raios cósmicos, tendo como base a razão entre boro e carbono”, explica. “Essa razão é uma ótima ferramenta para estudar certos modelos teóricos, tornando mais simples os testes de medidas”.
A pesquisa de Kaori tem como foco matéria escura, que compõe 25% de todo o universo, e ainda é uma grande incógnita para pesquisadores do mundo todo. A pesquisadora estuda técnicas de detecção de matéria escura através das medidas fornecidas pelo futuro Observatório CTA, projeto ainda em desenvolvimento que será constituído por centenas de telescópios para medir radiação gama. “Trabalhamos com as detecções indiretas, nas quais a radiação gama pode ter sido produzida em conseqüência da aniquilação de partículas de matéria escura. Nosso objetivo é medir essa radiação”, explica.
Pelo fato de o CTA estar em construção, Kaori, no momento, estuda as possibilidades de medição do CTA e tem como objetivo final de sua pesquisa calcular a curva de sensibilidade da matéria escura para o CTA.
Sobre as premiações

Da esq.: Eduardo, Kaori e Pedro
Conforme já mencionado no início da matéria, os três alunos tiveram seus pôsteres premiados no Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos. Kaori ganhou o prêmio de melhor pôster na categoria “Cosmologia e Gravitação”, Eduardo recebeu menção honrosa na categoria “Física Experimental de Altas Energias” e o pôster de Pedro foi o ganhador na categoria “Fenomenologia de Partículas Elementares”.
O sentimento de surpresa foi unânime para os três premiados, que concorreram com diversos pôsteres avaliados no Encontro. Kaori diz que seu pôster tinha muitos gráficos desenvolvidos por ela própria, e acredita que isso tenha chamado a atenção dos avaliadores.
Eduardo, que também desenvolveu diversos gráficos sobre suas análises, acha que esse tenha sido um ponto forte considerado pelos avaliadores de seu pôster. “Os avaliadores me fizeram muitas perguntas, e todas foram respondidas com muita segurança por mim. Realmente, foi algo que fiz com muito empenho, e ter demonstrado segurança e conhecimento sobre o que eu fiz foi algo importante”, relembra Eduardo. “O único pôster falando sobre AMS-02 naquela categoria era o meu. Era algo realmente diferente de todos”.
Da mesma forma, o pôster de Pedro foi o único a tratar de raios cósmicos na área de fenomenologia, algo que certamente foi um highlight para os avaliadores. “Conforme disse meu avaliador, o intuito destes encontros não é somente ganhar prêmios, mas apresentar sua pesquisa à comunidade de física de partículas e campos, e poder aumentar o conhecimento da comunidade em geral. É claro que receber um prêmio é ótimo, mas a oportunidade de conhecer outros trabalhos relacionados à sua área de pesquisa é também muito bom. Além disso, os novos contatos que fazemos nesses encontros é muito positivo, inclusive com docentes do próprio IFSC que também participaram do evento”, afirma Pedro.
Não é preciso dizer que Manuela Vecchi, que orientou os três trabalhos, também comemora os prêmios recebidos por seus alunos. “O IFSC é atualmente um Instituto líder no Brasil na área da física de partículas e campos, tanto pela contribuição teórica quanto para o lado experimental. Esse ano, sete pesquisadores do IFSC participaram do evento da SBF, sendo seis do FCIA e um do grupo de Física Teórica. Apresentamos cinco palestras, sendo uma palestra em sessão plenária apresentada por mim e quatro em sessão paralela, e quatro pôsteres. O nosso trabalho de pesquisa tem dado ótimos resultados e realmente é um prazer e uma grande sorte orientar alunos tão animados e dedicados pelo trabalho!”, finaliza a orgulhosa orientadora.
Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

IQSC/USP realiza nova edição das campanhas de doação de sangue e cadastramento de doadores de medula
Na próxima quinta-feira, 5 de outubro, o Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), em parceria com o Hemonúcleo Regional de Jau, promoverá nova edição das campanhas Doação de Sangue e Cadastramento de Doadores de Medula.
Os doadores devem se dirigir até o edifício Q5 do IQSC, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos, entre 17 e 20 horas. É indispensável apresentar documento oficial com foto.
Campanha para Cadastramento de Doadores de Medula
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são condições para doação de medula: ter entre 18 e 55 anos; não ter doença infecciosa ou incapacitante e não apresentar doença neoplásica (Câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
O cadastro é feito com a retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador. Os dados coletados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), vinculado ao INCA. Quem já fez a doação uma vez não precisa repetí-la.
Quando houver um paciente com possível compatibilidade, o doador é consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo, é necessário manter os dados de endereço e telefone sempre atualizados junto ao REDOME.
Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde.
Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.
Campanha de Doação de Sangue
O Hemonúcleo Regional de Jaú informa que para participar é preciso ter entre 16 e 69 anos. Os menores de 16 anos só poderão fazer a doação se estiverem acompanhados de um dos pais ou de um responsável legal, já os maiores de 65 anos podem participar se já doaram sangue antes de completar 60 anos.
Além disso, é preciso pesar mais de 50 quilos, estar em boas condições de saúde, ter se alimentado evitando a ingestão de alimentação gordurosa, não ter tido hepatite após os 10 anos de idade, não estar utilizando medicamentos nem estar resfriado ou com gripe, não ter tido doença de Chagas, sífilis, malária ou ser soropositivo de AIDS. Quem colocou piercing ou fez tatuagem incluindo micropigmentação, só pode doar sangue após um ano. Mulheres grávidas ou amamentando também não podem participar.
Vale lembrar que os homens podem doar sangue até 4 vezes ao ano, com intervalo de 60 dias. Já as mulheres podem colaborar 3 vezes ao ano, com intervalo de 90 dias.
No site da Pró-Sangue – Hemocentro de São Paulo, é possível acessar tabela que relaciona os tipos sanguíneos e quem doa pra quem.
Assessoria de Comunicação- IQSC/USP

Pesquisador do IFSC recebe menção honrosa no Prêmio Tese Destaque USP 2017
Os avanços tecnológicos e científicos das últimas décadas tem-nos permitido estudar com maior detalhamento todos os sistemas que nos rodeiam, sejam eles naturais ou artificiais. Em razão da complexidade apresentada pela grande maioria deles, uma nova metodologia tem ganhado cada vez mais espaço em todas as áreas de estudo do mundo científico, permitindo resolver problemas e trazer informações detalhadas sobre todos os tipos de sistemas que nos rodeiam: Redes Complexas.
Embora carregue a palavra “complexa”, a metodologia incorpora uma filosofia que tem como objetivo justamente o contrário: representar de maneira simples sistemas do mundo real através de redes. “A metodologia recebe esse nome, pois estuda redes geradas por sistemas complexos. Essas redes são definidas por elementos e suas relações. Por exemplo, em uma rede social, como o Facebook, cada vértice representa uma pessoa, e as relações de amizade entre elas são representadas pelas arestas. Se partirmos para a Biologia, cada vértice seria um neurônio e as sinapses as arestas”, explica Filipi Nascimento Silva, pós-doutorando do Grupo de Computação Interdisciplinar do Instituto de Física de São Carlos (GCI-IFSC/USP).
E Filipi tem autoridade para falar sobre este tópico. Recentemente, sua tese, defendida no final do ano passado, que contou com o financiamento da FAPESP e da CAPES*, teve como base a metodologia de Redes Complexas, e recebeu menção honrosa na edição de 2017 do Prêmio Tese Destaque USP. De acordo com o pesquisador, Redes Complexas já se tornou uma grande área de estudos, e agora contempla não somente aplicações, mas também estudos básicos em todas as áreas do conhecimento, a exemplo da tese de Filipi.
Explorando a dimensão
A pesquisa de Filipi, orientada pelo docente Luciano da Fontoura Costa, consistiu em diversos estudos de caso, focados em duas propriedades básicas das Redes Complexas, de acordo com ele ainda muito pouco exploradas na literatura: dimensão e simetria.

Imagem: Estrutura bidimensional da rede da Europa (à esq.) contra estrutura mais tridimensional dos EUA (à dir.)- créditos: Filipi Nascimento
Além de notar que o conceito de dimensão era pouco explorado nos estudos de Redes Complexas, Filipi e Luciano perceberam também que o conceito tem uma influência muito forte para facilitar a visualização das redes. Esse gap de estudos, então, foi o estímulo para que eles desenvolvessem um estudo básico e comparativo entre as redes de distribuição de energia elétrica na Europa e dos Estados Unidos.
Nesse primeiro estudo, cada vértice foi representado por uma estação de transmissão, e as arestas pelos cabos que ligam duas estações. Uma das primeiras conclusões do estudo apontou uma dinâmica de distribuição nas redes estadunidenses sendo maior do que nas europeias, influenciando fortemente o aspecto de robustez dessas redes. “Caso haja uma falha no sistema, causada por problemas técnicos ou algum tipo de ataque, o sistema com maior dimensão será mais robusto e, portanto, mais resistente a essas falhas”, explica Filipi.
O segundo estudo teve como objeto os sistemas de transporte, classificados como bidimensionais, ou seja, que permitem movimentos para frente, para trás e para os lados, a exemplo dos sistemas de metrôs, que são mais complicados de se navegar, mas, ao mesmo tempo, mais eficientes, justamente por permitirem uma forma de deslocamento além do bidimensional. “Esse sistema é mais complexo, pois, por ter maior dimensão, oferece diversas formas de locomoção, o que, por um lado, dificulta o traçado de rotas, mas, por outro, é mais eficiente”, elucida Filipi. “E foi durante esse estudo que vimos que a simetria também tinha grande importância”.
Explorando a simetria
Diante da importância e, sobretudo, influência da simetria para analisar redes complexas, Filipi partiu para a segunda fase de seus estudos, desta vez explorando a característica de simetria de redes. Definindo-se de forma simples, a simetria analogamente seria como um espelho na rede, ou seja, um sistema com várias partes iguais, “refletidas”, funcionando da mesma forma. “Utilizamos a ideia de simetria também para quantificar a complexidades das redes, e isso deu origem a diversos outros trabalhos”, diz Filipi. [Tatiana, este trabalho ]

Imagem: exemplo de simetria em uma rede complexa- créditos: Filipi Nascimento
Um deles consistiu na análise da interdisciplinaridade entre disciplinas específicas. No contexto de redes complexas, a interdisciplinaridade é avaliada através da diversidade de citações ou referências que um estudo recebe de outras áreas de pesquisa. Ou seja, um estudo que receba citações de pesquisadores de biologia, química, computação e física, por exemplo, é mais interdisciplinar do que um estudo da área de matemática pura. “Utilizamos a simetria para quantificar o balanço dessas citações. Por exemplo, a área de Redes Complexas recebe citações de outras áreas de maneira mais uniforme, e é, portanto, mais simétrica nesse sentido. Na matemática pura, em geral, as citações serão majoritariamente de um único tipo e, portanto, será mais desbalanceada, menos interdisciplinar e menos simétrica [clique aqui para assistir a um vídeo explicativo]”, explica**.
Outro estudo realizado por Filipi teve como foco a detecção de autoria de textos através da simetria***. Ele selecionou textos de autores específicos, e os transformou em redes complexas, nas quais cada palavra representava um vértice, e a conexão existiria se elas aparecem juntas em algum local do texto. A metodologia de adjacência de textos já é bem explorada, mas não sob a óptica de simetria, e essa foi a novidade do estudo em questão. “Conseguimos com sucesso identificar os autores de textos explorando a simetria em adjacência de textos e concluímos que um bom classificador poderia utilizar somente o conceito de simetria de adjacência de palavras. A maneira que os autores utilizam as palavras darão pistas que levarão à identificação do autor”, diz Filipi.
Esse estudo específico rendeu uma parceria com Carlos Moreira, docente da Faculdade de Medicina da USP (FM/USP), que forneceu dados de expressão gênica de pacientes com epilepsia. “Aplicando técnicas similares àquelas que utilizamos nos textos, conseguimos identificar alguns genes que influenciam todo sistema biológico de um paciente epilético. Foi possível, portanto, identificar certos padrões genéticos que podem, no futuro, auxiliar nos estudos ou no desenvolvimento de um medicamento que combata esse tipo de doença, ou seja, que tenha mecanismos de expressão gênica, como a doença de Parkinson”, afirma Filipi.
As Redes Complexas podem trazer um retrato da realidade?
Os estudos de Filipi revelam que sim. A exploração das medidas de dimensão e simetria das redes complexas possibilitou que os pesquisadores classificassem as redes através da complexidade, objetivo principal do estudo desde o princípio. “A baixa simetria indica poucas partes repetidas nas redes, complicando sua descrição. Essas redes correspondem, por exemplo, aos sistemas biológicos, às redes de conhecimento, que são realmente complexas, enquanto as redes de transporte e de energia são mais simples e fáceis de serem analisadas”, complementa Filipi.
Atualmente, Filipi realiza parte de seu pós-doutoramento na Indiana University (EUA) e tem dado continuidade aos estudos desenvolvidos em seu doutorado no IFSC, dessa vez tendo como foco redes dinâmicas, isto é, que variam no tempo. “Tenho trabalhado em parceria com o professor Filippo Menczer, estudando as autorias e citações em trabalhos científicos e como elas se desenvolvem, de onde vêm as colaborações etc. Estamos tentando modelar as dinâmicas da própria Ciência através dessas redes sociais”, conclui.
*O pós-doutorado de Filipi é também financiado pela FAPESP
**Este trabalho foi desenvolvido em colaboração com outros membros do GCI-IFSC/USP (César H. Comin, Thomas KDM. Peron) e com pesquisadores da Universidade de York (Inglaterra), liderados pelo professor Edwin Hancock
***Este segundo trabalho foi desenvolvido em colaboração o docente do Grupo de Polímeros (GP-IFSC/USP), Osvaldo Novais de Oliveira Jr., com o docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), Diego Raphael Amancio, e com a pesquisadora do Tyndall National Institute (Irlanda), Maria Bardosova.
Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

Grupo de Óptica do IFSC/USP realiza tratamento de mucosite
Pesquisas que se apoiam na utilização da luz para o diagnóstico ou tratamento de doenças já são realizadas no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO- IFSC/USP) há muitos anos. Essas pesquisas têm sido revertidas diretamente à sociedade, entre outras ações através da triagem de voluntários para testar os métodos e metodologias descritos nas diversas pesquisas do Grupo, que tem como base duas técnicas distintas, embora ambas com a utilização de luz.
A primeira, a terapia fotodinâmica, técnica que se apoia na associação de luz, oxigênio e uma substância fotossensibilizadora, que seja excitada pela luz, gerando espécies que reagem ao oxigênio presente no ar e, por sua vez, eliminando alvos de infecção. A outra, a laserterapia, técnica que se baseia na aplicação de laser ou LED diretamente sobre a pele, permitindo que a luz seja absorvida pela pele e, desta forma, gere uma serie de reações metabólicas para diversas funções, como emagrecimento, rejuvenescimento, tratamentos diversos na fisioterapia e demais áreas da saúde.
Uma das pesquisas mais recentes visa ao tratamento da chamada “mucosite”, inflamação da parte interna da boca e da garganta, que pode levar a úlceras dolorosas e feridas na região bucal, e que atinge 40% de pessoas que recebem radioterapia e a quimioterapia.
Há pouco mais de um mês, a dentista Isabela Carbinatto, em projeto coordenado pelo professor Vanderlei Salvador Bagnato, realiza sessões para tratamento e prevenção da mucosite na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos, em pacientes encaminhados por médicos da instituição. “O tratamento é dividido em sessões, e fazemos quantas forem necessárias. Na primeira, fazemos uma desinfecção bucal, e nas sessões posteriores apenas a laserterapia. A duração das sessões é, em média, de 15 minutos”, explica Isabela.
Este tipo de atendimento faz parte do convenio entre o IFSC/USP e a Santa Casa de São Carlos, com objetivo de promover uma melhora na técnica utilizada já pelo hospital Amaral Carvalho (Jau-SP), permitindo desta forma que os pacientes consigam manter a esperança durante o tratamento e que possam se recuperar mais rapidamente ao conseguir se alimentar sem dores causadas pelas lesões na boca.
O atendimento é realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica da santa Casa de São Carlos.
Para mais informações, basta ligar no telefone (016) 3509-1351.
Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

Cancelado o “Colloquium diei” de 22/09
Por motivos de saúde, o palestrante da edição de 22 de setembro do Colloquium diei, Luiz Carlos Moura Miranda, não poderá ministrar a palestra “O Conhecimento como Motor de Desenvolvimento de uma Sociedade”. O Colloquium diei dessa sexta-feira, portanto, está cancelado.
Agradecemos a compreensão de todos!
Comissão do Colóquios IFSC/USP/Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

3ª Escola Avançada de Física Experimental: inscrições abertas
Estão abertas, até 5 de novembro de 2017, as inscrições para a 3ª Escola Avançada de Física Experimental (EAFExp), que será realizada no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF-RJ), entre os dias 22 de janeiro e 02 de fevereiro de 2018.
O evento, que terá duração de duas semanas, possibilitará aos participantes a realização de experimentos com equipamentos do CBPF, além de vivenciarem “diferentes desafios, inerentes ao cotidiano de um laboratório de pesquisa”, que incluem a contextualização de problemas a serem estudados, preparação de amostras e apresentação de resultados em publicações e seminários.
As atividades somam 11 módulos, nos quais temas como simulação quântica, física de superfícies, superconectividade, nanomagnestismo, instrumentação científica, biomateriais, entre outros, serão discutidos. As atividades são voltadas principalmente a alunos de graduação em física e áreas afins, sendo que parte das vagas serão preenchidas por pós-graduandos (cerca de 20% para mestrado, e 10% para doutorado).
Os interessados em participar deverão preencher um formulário disponibilizado no site da EAFExp, informar o link para seu currículo na plataforma Lattes e anexar uma carta de motivação. Apenas os alunos selecionados pagarão uma taxa de participação no valor de R$65,00.
Para mais informações, acesse http://mesonpi.cat.cbpf.br/eafexp2018/
Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

Grupo de Biotecnologia Molecular- oportunidade de doutoramento direto
O Grupo de Biotecnologia Molecular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) oferece oportunidade de Doutorado Direto (DD) financiado FAPESP em estudos de biologia molecular e estrutural das enzimas que participam da degradação de polissacarídeos de parede celular de plantas.
O objetivo geral deste projeto é desvendar mecanismos moleculares relacionados ao depolimerização enzimática de parece celular de plantas, com ênfase especial nos estudos das mono-oxigenases líticas de polissacarídeos (LPMOs).
A bolsa está vinculada ao Projeto Temático “Estudos estruturais e funcionais de enzimas que participam na síntese e degradação de carboidratos complexos”, Projeto Temático da FAPESP (Processo 2015/13684-0) coordenado pelo professor Igor Polikarpov (IFSC/USP).
O projeto terá orientação do professor Polikarpov e deverá ser iniciado no primeiro semestre de 2018. O bolsista poderá usufruir de Bolsa de Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) por período de até 12 meses para desenvolvimento de parte do projeto em laboratórios dos nossos colaboradores fora do país.
Para o desenvolvimento desse projeto, o bolsista será subsidiado com uma bolsa de Doutorado Direto, com duração de 48 meses, fornecida pela FAPESP. A Bolsa tem valor mensal de R$ 1.988,10 (no primeiro ano), R$ 2.110,20 (no segundo ano), R$ 2.929,80 (no terceiro ano) e R$ 3.626,10 (no quarto ano). Um auxílio financeiro equivalente a 30% do valor anual da bolsa será concedido para despesas diretamente relacionadas às atividades de pesquisa. Os requisitos e benefícios estão disponíveis no site http://fapesp.br/bolsas/dd.
Os candidatos devem possuir excelente histórico escolar de graduação e sólida formação básica em Biologia Molecular, Bioquímica, Biotecnologia ou Farmácia.
Os candidatos devem enviar, por e-mail, uma carta de motivação com dois contatos para referências, acompanhada de cópia do histórico escolar de graduação e Currículo Vitae/Currículo Lattes para o professor Igor Polikarpov no email ipolikarpov@ifsc.usp.br.