All posts by: Rui Sintra

Sobre Rui Sintra

14 de maio de 2024

CEPOF-IFSC/USP e UFSCar realizam avaliação de pacientes com Alzheimer

(Créditos: TeleMed2U)

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotânica (CEPOF e o Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN), localizado no Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), estão realizando uma avaliação de saúde para pessoas que possuem o diagnóstico ou suspeita de doença de Alzheimer.

Nesse sentido, essa parceria está convidando pacientes voluntários para participarem de uma avaliação de saúde composta por coleta de sangue para avaliação bioquímica e avaliação cognitiva e funcional, para avaliar o impacto da doença na vida cotidiana dos pacientes.

Esses exames serão realizados por profissionais especializados na área da saúde, que irão realizar a coleta em casa dos pacientes, garantindo a sua segurança e bem-estar durante todo o processo, sendo que essa avaliação de saúde será realizada no (LABEN).

Essa avaliação é importante para que se possam identificar os sintomas precoces, sendo que a participação dos pacientes contribuirá para o avanço das pesquisas sobre a doença de Alzheimer, que atinge principalmente pessoas idosas e causa perda progressiva da memória, além de dificuldades na realização de atividades diárias.

Recordamos que uma das principais linhas de pesquisa do LABEN é o estudo de biomarcadores para a doença de Alzheimer, onde os pesquisadores tentam buscar a validação de novos biomarcadores sanguíneos para o diagnóstico precoce e preciso da doença, os quais possuem reduzido custo e método de obtenção menos invasivo, se comparado aos procedimentos atualmente empregados.

Os interessados em participar nesta avaliação de saúde poderão entrar em contato como LABEN através do telefone (16) 99183-2461, ou através do email laben.alzheimer@gmail.com.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2024

Atualização da produção científica do IFSC/USP em abril de 2024

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de abril de 2024, clique AQUI, ou acesse o “Repositório da Produção USP”  (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico: “Nano Letters” (VER AQUI).

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2024

“Software de pesquisa como elemento-chave da ciência aberta”

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação realiza no próximo dia 09 de maio, às 10h00, na Sala do Conselho Universitário – Prédio da Reitoria (Rua da Reitoria, 374 – térreo – São Paulo), o evento USP Lecture – “Research software as a key element of open science” , com o Prof. Daniel Katz*, University of Illinois Urbana Champaign, com transmissão ao vivo pelo Canal Youtube.

Uma grande e crescente parcela da pesquisa acadêmica atual depende de software de pesquisa. E esse software costuma ser de código aberto, como parte da ciência aberta. No entanto, o software de investigação introduz novos desafios que não são bem geridos pelo nosso sistema atual, incluindo crédito, financiamento e manutenção.

Esta palestra discutirá o trabalho realizado na última década para melhorar esta situação, usando exemplos do Centro Nacional para Aplicações de Supercomputação (NCSA) da Universidade de Illinois Urbana-Champaign para destacar o processo global e seu impacto nos estudos.

Este evento será realizado no idioma inglês e não terá tradução para o português. Para quem participar presencialmente, terá a emissão de certificado (não é necessário fazer inscrição prévia).

 

 

 

*Daniel S. Katz , da Universidade de Illinois Urbana Champaign, é Cientista Chefe do Centro Nacional de Aplicações de Supercomputação (NCSA) e Professor Pesquisador Associado em Ciência da Computação, Engenharia Elétrica e de Computação e na Escola de Ciências da Informação. Ele trabalha na intersecção entre computação, comunidades acadêmicas e políticas.

A transmissão ao vivo será feita através do link –  https://www.youtube.com/live/c7wHOd541QM ( Canal da PRPI no YouTube ).

9 de maio de 2024

IFSC/USP e Santa Casa da Misericórdia de São Carlos fazem chamada para pacientes com Doença de Parkinson

Um projeto de pesquisa já em desenvolvimento pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), está fazendo uma chamada – com vagas limitadas – de pacientes voluntários (qualquer faixa etária) já diagnosticados com a Doença de Parkinson, mas que não tenham grande grau de comprometimento, com a finalidade de se completarem os estudos.

Os interessados em participar desta pesquisa deverão entrar em contato através do telefone (16) 3509-1351, sendo que o desenvolvimento deste projeto de pesquisa está sendo realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) da SCMSC, localizada na Rua 15 de novembro, 952

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de maio de 2024

Pesquisadora do IFSC/USP é uma das vencedoras do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024”

Mirian Stringasci (Foto: arquivo pessoal)

A pesquisadora do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Mirian Stringasci, foi uma das vencedoras da terceira edição do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024”, cuja cerimônia de premiação ocorrerá hoje (10/05), na sala do Conselho Universitário da USP, às 14 horas. Este prêmio é instituído e uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), em parceria com a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), ambas da USP, e os recursos são provenientes de um convênio estabelecido com o Banco Santander.

Esta edição do prêmio “USP Mães Pesquisadoras” contemplou pesquisadoras que desenvolvem seus estudos e pesquisas nas áreas de  Ciências Exatas e da Terra e Engenharias, e contou com a inscrição de 39 pesquisadoras, sendo que o edital contemplava inscrições em diferentes fases da carreira acadêmica – docência, pós-doutorado, pós-graduação e graduação -, pelo fato de a maternidade afetar, de maneiras distintas, o estágio das carreiras das pesquisadoras.

Mirian Denise Stringasci, pesquisadora do CEPOF-IFSC/USP, uma das vencedoras do prêmio, é formada em Física pela Universidade Estadual de Campinas e concluiu os trabalhos de mestrado e doutorado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Mesmo com os desafios trazidos pelo processo de elaboração e defesa da tese de doutorado, ela optou por ser mãe durante esse período: “Na cabeça de muita gente, aquilo era uma loucura completa. Eu iria entrar na fase de prestar concursos tendo uma criança pequena. A gente sempre tem uma pressão: envolver-se em projetos, escrever e publicar artigos, prestar concursos. Tudo para não deixar o currículo desatualizado”.

Mirian conta que decidiu tentar conciliar a carreira na academia com a maternidade pois ambos eram grandes desejos seus. “A impressão, às vezes, é de que a gente não vai conseguir conciliar tudo. Você fica se perguntando, ‘será que eu não terei que abrir mão da carreira para ter um filho ou abrir mão de ser mãe para ser bem-sucedida?’. A gente precisa tomar uma decisão. Eu decidi ter filhos e me dedicar na vida profissional. Tive meu primeiro filho no final do doutorado e o segundo quatro anos depois”, relata. “Por isso eu gostei muito desse concurso [Prêmio USP Mães Pesquisadoras]. Acho que ele ajuda a dar visão para outras mulheres. Será que é possível seguir a carreira e ter filhos, sem abrir mão de uma dessas coisas? Elas, vendo que é possível, acredito que ajude muito.”

A pesquisadora é mãe de Gabriel (7) e Rafael (3). Ela relembra que, na primeira gestação, a organização foi fundamental para conciliar as demandas. Assim que terminou de escrever a tese, afastou-se para a licença-maternidade. Ainda durante as primeiras semanas de vida de Gabriel, escreveu e submeteu um projeto para uma bolsa de pós-doutorado, que foi aprovado. Ao fim dos seis meses de afastamento, ela defendeu o doutorado e implementou a nova bolsa em seguida.

Mirian compara esse episódio com o da segunda gravidez: “Na época da gestação do meu filho mais novo, eu tentei correr com um monte de projetos. Pensava ‘não vou deixar o meu currículo defasado’. Mas aí ele completou um ano, e eu vi que não tinha conseguido atingir o número de publicações que eu queria. Eu não tive o mesmo rendimento de antes porque não tive como. Eu me culpei um pouco por conta disso. Eu queria provar para mim mesma que eu daria conta. Isso causa uma frustração na gente”, admite.

Ela também diz ter tido muito apoio da família e dos colegas de trabalho para conciliar as esferas acadêmica e familiar. “Eu me sinto uma pessoa bem favorecida porque tenho mãe e sogra bem próximas, então tenho muito apoio. Eu escrevi isso na minha carta de inscrição do prêmio. Às vezes é muito difícil… você tem compromissos e a criança está doente, então como você deixa ela em casa e vai ao laboratório?”

Fototerapia no combate ao câncer

Em sua pesquisa, ela busca maneiras de associar rádio e fototerapia em procedimentos de combate ao câncer. A radioterapia é uma técnica comumente utilizada no tratamento do câncer. Ela consiste em direcionar raios ionizantes para a região do corpo onde o tumor está localizado, destruindo as células cancerosas e evitando que elas se multipliquem. Como os raios ionizantes têm uma elevada taxa de penetração nos tecidos biológicos, a  radioterapia é uma técnica muito eficaz. Entretanto, pelo mesmo motivo, ela pode provocar efeitos colaterais, tais como câncer secundário, morte de tecidos adjacentes à área do tumor e debilitação.

Já a fototerapia é menos invasiva, mas também menos eficaz. Ela é utilizada internacionalmente no tratamento de alguns tipos de câncer e, no Brasil, é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada nos casos de câncer de pele não melanoma — tipo mais comum de câncer de pele entre os brasileiros. “Eu procuro associar os tratamentos para ter um que seja bem eficaz e que provoque menos efeitos colaterais. Para a terapia fotodinâmica, ainda não existem protocolos fechados e há muito a ser aprimorado para melhorar a eficácia”, explica a pesquisadora.

O tratamento explorado por Mirian utiliza a luz. Então, é necessário que o paciente receba um medicamento fotossensibilizador, que pode ser via oral, injetável ou tópico. Durante o processo, são fatores importantes o tamanho e a localização – parte do corpo, profundidade e vascularização da região. É preciso que as células absorvam tanto o medicamento quanto a luz que será incidida. Para evitar que as células saudáveis absorvam o medicamento destinado às células tumorais, são utilizadas moléculas seletivas, ou seja, que possuam características físico-químicas que potencializem sua absorção apenas pelas células-alvo.  A molécula utilizada no tratamento irá definir o comprimento de luz que será usado nas sessões de tratamento. Mirian cita como exemplo a porfirina, substância que absorve a luz no comprimento de 400 nanômetros, o que corresponde à luz azul. A energia da luz é absorvida e transferida para os átomos de oxigênio do tecido. O oxigênio se transforma em uma espécie reativa e citotóxica, causando a morte do tumor.

A física de formação conta que, no ano passado, foi feita uma submissão para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a terapia fotodinâmica um procedimento custo-efetivo para ser implementado no SUS. Até então, o tratamento era realizado apenas em clínicas particulares ou em centros de saúde parceiros da Universidade. “Essa vai ser a primeira técnica a ser implementada no SUS que foi solicitada por uma universidade pública. Geralmente, as implementações derivam de submissões feitas por empresas. Essa é a primeira submissão aprovada que foi feita por uma universidade”, destaca Mirian.

As duas outras pesquisadoras vencedoras do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024” são: Kamilla Vasconcelos, do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação (LTP) da Escola Politécnica (EP) da USP e, desde 2022, docente no Departamento de Engenharia de Transportes, também da EP; e Cassia Fernandez, pesquisadora no Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (Citi) da USP.

(Texto adaptado de original publicado pelo Jornal da USP – edição de 06/05/2024).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2024

Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP

Dando continuidade ao Programa de Mobilidade Estudantil Internacional, a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani) anuncia às Unidades USP os critérios para concessão de Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP (VER AQUI).

A Unidade USP poderá decidir sobre o valor de cada bolsa a ser ofertada até atingir o total que lhe foi destinado. Isto é, o valor de referência poderá ser fracionado, de acordo com a política de distribuição do benefício a ser adotada pela Unidade, não podendo ultrapassar o valor de R$ 28.000,00 por bolsa.

Não será permitida a concomitância da bolsa de intercâmbio internacional com qualquer outra bolsa registrada nos sistemas administrativos da USP (iniciação científica, monitoria, etc.), exceto os auxílios de natureza socioeconômica.

As orientações que disciplinam sobre procedimentos financeiros relativos ao pagamento e prestação de contas de bolsas estão disponíveis no ofício emitido pelo Departamento de Finanças-RUSP em 20 de março de 2024 (anexo). Converse com os responsáveis pela área financeira da sua Unidade e estabeleça um fluxo de trabalho para a realização de pagamentos e prestações de contas.

Tome atenção:

1 – Bolsas – Bolsas no valor individual de até R$28.000,00 (vinte e oito mil reais), ficando a critério da Unidade USP o fracionamento deste valor de referência, de acordo com a política de distribuição do benefício a ser adotada pela Unidade. 2 – Para concorrer à Bolsa: O estudante de graduação deve ter sido aprovado por meio de edital de oferta de vagas gerenciado através do sistema Mundus e indicado para intercâmbio pela Unidade USP.

3 – Destinos – Instituições de Ensino Superior (IES) estrangeiras com cooperação internacional formalizada, vigente e que estabeleça o intercâmbio de graduandos (verificação através do Sistema MercúrioWeb – e-Convênio no momento da indicação do aluno no sistema Mundus), com interveniência da Unidade USP. A seleção dos bolsistas deverá, além de priorizar os requisitos mínimos apresentados no item 1.2.2., garantir uma distribuição homogênea de bolsas entre os países das IES estrangeiras conveniadas com a Unidade.

4 – Período do intercâmbio: Duração: de 30 a 180 dias. Para efeito de pagamento da bolsa, não são considerados períodos de eventuais cursos de idioma, “recuperação” e/ou disciplinas anuais realizados na IES estrangeira.Início entre 01/07/2024 e 30/06/2025.

Tome nota:

O período de indicação de alunos para o recebimento da bolsa será de 15 de maio a 22 de outubro de 2024, através do sistema Mundus. O estudante a ser indicado deve atender cumulativamente aos requisitos mínimos estipulados pelo programa, de acordo com os dados acadêmicos registrados nos sistemas USP.

Cada Unidade deverá estabelecer seus critérios complementares de seleção, cronograma, procedimentos locais e resultados, aos quais deverá ser dada ampla publicidade durante todas as fases do processo de concessão de bolsa. Considerando que a Média Normalizada por Turma indicada dentre os critérios mínimos é uma “nota de corte”, a Unidade poderá estabelecer outros critérios de avaliação dos candidatos para a concessão do benefício.

Orientações para indicação dos bolsistas no sistema Mundus são apresentadas na área restrita do sistema > Ajuda/Manuais > Bolsas > Como indicar alunos para bolsas de mobilidade internacional (VER AQUI).

Possíveis dúvidas poderão ser esclarecidas em reunião virtual (https://meet.google.com/xzg-cdyx-jxi) que ocorrerá em 08 de maio de 2024, às 14h30. Além da oportunidade durante a reunião, outras dúvidas poderão ser esclarecidas via Fale Conosco do sistema Mundus – Assunto: Bolsas de intercâmbio para graduação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2024

CEPOF e SCMSC iniciam “1º Curso de Especialização em Laser na Saúde”

Aula com a Drª Fernanda Alves (IFSC/USP) sobre controle microbiano

Iniciou-se no dia 27 de abril último o “1º Curso de Especialização em Laser na Saúde”, uma iniciativa conjunta do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), com o apoio da EMBRAPII.

Totalizando 360 horas de conteúdo ao longo de um ano e meio, este curso está sendo ministrado, de forma presencial, nas instalações da SCMSC, sob a coordenação do pesquisador, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior e com a supervisão do docente e pesquisador do CEPOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato.

Envolvendo mais de vinte alunos oriundos de diversas áreas da saúde, como, por exemplo, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros, educadores físicos e terapeutas, entre outras, este curso é  focado na abordagem das novas tecnologias para uma melhor compreensão do laser rumo ao desenvolvimento tecnológico e à formação de profissionais capacitados para potenciar o bem-estar da sociedade no atendimento clínico.

Contando com docentes das áreas de fisioterapia, odontologia, enfermagem, biomedicina e estética, entre outras, o curso compreenderá temas como dores crônicas, feridas, descontaminação, processos de cicatrização, artrite, analgesias, fibromialgia e mesmo alguns sintomas da Doença de Parkinson, sendo que a proposta é introduzir e difundir as novas metodologias como forma adicional às terapias convencionais e, em alguns casos, como terapias principais.

Silvia Migliato da Fonseca

Silvia Migliato da Fonseca (59) iniciou sua carreira como professora de educação física (1985), mas a paixão por tentar compreender os vários problemas físicos que atingem as pessoas levou a que seguisse a profissão de massoterapeuta, em São Carlos, com foco nos processos de dor, motivo pelo qual decidiu ingressar neste curso. “Quando comecei a entender a área de atuação do laser, o que mais me interessou foi utilizar as técnicas e as potencialidades dessa área para combater as dores musculares, já que tenho muitos pacientes que sofrem com dores lombares, dores cervicais, fibromialgia, etc.. E é sempre um desafio querermos minimizar esses estados dolorosos das pessoas”, comenta Silvia, acrescentando que os métodos tradicionais utilizam muito o esforço manual dos profissionais. “Além do esforço e do cansaço, esses processos tradicionais demoram algum tempo a surtir efeito, ou seja, até podermos ter resultados satisfatórios. Com as novas terapias utilizando laser, não só o trabalho dos profissionais fica simplificado, como também os resultados aparecem em pouco tempo, beneficiando, principalmente, os pacientes, algo que é extraordinário”.

Tendo como foco a continuação de seu objetivo em tratamentos que possam eliminar as inflamações e processos dolorosos de seus pacientes, contribuindo para o bem-estar deles, Silvia Fonseca afirma que quando terminar o curso a sua atuação profissional ficará mais ampla e diversificada com os novos equipamentos e protocolos desenvolvidos pelo Instituto de Física de São Carlos e pela Santa Casa da Misericórdia.

O coordenador deste curso sublinha que “o curso é uma união dos tratamentos convencionais com as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, principalmente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)”.

Já para o docente do IFSC/USP e simultaneamente pesquisador do CEPOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, que ministrou a aula inaugural deste curso, remotamente a partir do Texas (EUA), as novas tecnologias são fundamentais para o rápido desenvolvimento de diversas áreas fundamentais, como a saúde. “O laser e as terapias foto-estimuladas são fantásticas. No entanto, é fundamental que os profissionais estejam bem preparados para seu uso. Saber como funciona e quando usar uma nova ferramenta torna o profissional muito melhor preparado para seu uso. Desta forma, um curso  que treine os profissionais, deixando-os preparados para o uso desta ferramenta é fundamental. De nada servem os avanços tecnológicos se o valor humano não for adicionado a eles. Preparar as pessoas é dar o valor humano à tecnologia”, sublinha o cientista são-carlense.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de maio de 2024

Colóquio – “A Física da Neurociência: Do potencial de membrana às interfaces cérebro-máquina”

Devido à sua complexidade, o cérebro é o único órgão do corpo humano que ainda não sabemos bem como funciona. Ele é uma espécie de computador biológico, que evoluiu por seleção natural por centenas de milhões de anos e, entender o seu funcionamento, é uma das últimas fronteiras do conhecimento humano.

Desde meados do século 19, ao longo de seu desenvolvimento mais moderno, a Neurociência tem se dedicado a entender como um sistema nervoso produz comportamento e esse problema mostrou-se um desafio gigantesco e multidisciplinar.

Nesta palestra, iremos fazer um breve histórico do desenvolvimento da Neurociência. Vamos mostrar que a complexidade do cérebro já se manifesta mesmo em suas menores partes constituintes, os neurônios e suas conexões, as sinapses.

Discutiremos as principais ideias da neuroetologia, que procura estudar comportamentos naturais especializados e peculiares em diversos animais para compreender os circuitos nervosos envolvidos.

Vamos mostrar que a aplicação da Física (básica, bio-molecular e computacional) e a sua interação com outras áreas foi e continua sendo fundamental na Neurociência.

A Física sempre esteve muito presente, desde os primeiros experimentos e modelos eletrofisiológicos, até nas atuais pesquisas que desenvolvem interfaces cérebro-máquina para fins terapêuticos/protéticos ou tecnológicos.

Assim, pretendemos mostrar que aplicar os conhecimentos de Física à Neurociência constitui uma área de atuação dinâmica e em expansão, com grandes expectativas de futuro, tanto em pesquisa básica ou aplicada, quanto na área tecnológica.

Reynaldo Daniel Pinto é Professor Associado junto ao Departamento de Física e Ciência Interdisciplinar do IFSC-USP, onde é responsável pelo Laboratório de Neurodinâmica/Neurobiofísica.

Iniciou sua carreira profissional ‘formal’ com 12 anos de idade, em 1980, trabalhando primeiro como office-boy e depois como auxiliar de escritório no grupo Pão de Açúcar.

Concluiu curso técnico em eletrônica em 1985, foi estagiário em eletrônica de 1983 a 1986. Foi funcionário do CCE-USP (manutenção de microcomputadores) de 1986 a 1990. Neste período, cursou engenharia eletrônica no período noturno na FESP em 1997 e 1998.

Cursou bacharelado em Física pelo IFUSP no período noturno, de 1989-1993. No trabalho, transferiu-se para o IFUSP (técnico em instrumentação eletrônica para física nuclear), onde trabalhou entre 1990 e 1994, quando demitiu-se para dedicar-se à pós-graduação em Física.

Foi bolsista do CNPq por 2 anos e depois da FAPESP (doutorado direto).

Doutorou-se em Física pelo IFUSP em 1999 na área de Teoria do Caos e Sistemas Dinâmicos Não-lineares experimentais.

Foi pós-doc no Institute For Non-Linear Science da University of California, San Diego-USA de 1999 a 2001 (com bolsa FAPESP), onde trabalhou com Neurociência Experimental.

Retornou ao Brasil e foi contratado como Prof. Doutor pelo IFUSP em 2002.

Defendeu tese de Livre Docência “Do Caos à Dinâmica Não-Linear de Redes Neurais Biológicas: a implantação de uma nova linha de pesquisa no LFNL-IFUSP” em 2005.

Transferiu-se do IFUSP para o IFSC/USP em 2008.

Tem experiência nas áreas de Física e Neurociência, com ênfase em Sistemas Dinâmicos Experimentais e Caos.

Atua principalmente nos seguintes temas: interação em tempo real entre computadores e redes neurais biológicas, sistemas dinâmicos, teoria da informação e neuroetologia (controle de voo em insetos, eletrolocalização e eletrocomunicação em peixes elétricos de campo fraco).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2024

USP e University of Birmingham (Reino Unido) lançam edital para pesquisa conjunta

Estão abertas até dia 17 de julho as inscrições para o Edital AUCANI nº 1910 – University of Birmingham – UBBI-USP Seed Fund 2024 (VER AQUI),  fruto do convênio de colaboração estratégica entre USP e University of Birmingham (Reino Unido) (VER AQUI).

O período de execução dos projetos será de setembro de 2024 a julho de 2025 e o edital é voltado aos docentes e doutorandos.

Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade.

Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

A University of Birmingham, por meio de seu Instituto Brasileiro (UBBI), e a Universidade de São Paulo (USP) assinaram um novo convênio para consolidar a Parceria Estratégica de Colaboração entre as duas instituições. Este convênio reconhece as fortes relações institucionais, acadêmicas e de nível executivo que foram cultivadas na última década, delineando o compromisso de desenvolver uma colaboração especial, ampla e de longo prazo, com base em princípios de reciprocidade sustentada e benefício mútuo, apoiada por um programa de financiamento inicial (“seed funding”) conjunto recém-estabelecido.

O financiamento inicial conjunto permitirá que o corpo docente da USP e da University of Birmingham identifiquem pontos fortes complementares, facilitem o uso de sinergias e promovam o desenvolvimento de projetos futuros de destaque em pesquisa e ensino.

Os editais de financiamento inicial estão abertos a todas as Unidades da USP, e projetos de pesquisa interdisciplinares serão incentivados.

O Edital UBBI-USP 2024 prevê o financiamento de até 7.500 libras esterlinas pela USP para cada projeto aprovado.

Acesse o link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais –  Docentes – Nº do Edital 1910 (aqui)

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco –  (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de abril de 2024

Série “Concertos USP” traz ao Teatro Municipal de São Carlos o “Trio Praxicordas”

A série “Concertos USP”, que se iniciou no passado dia 27 de março com a interpretação das “Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, pela USP Filarmônica, sob a regência do Maestro Prof. Rubens Russomano Ricciardi, regressa no próximo dia 24 de abril ao Teatro Municipal de São Carlos, às 20h00, com entrada gratuita, com a apresentação do “Trio Praxicordas”.

Este trio de cordas – violino, violão e violoncelo – traz uma combinação de timbres e textura de sons única, com a mescla de instrumentos de cordas friccionadas e cordas dedilhadas.

O “Praxicordas” é formado pelos professores doutores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), André Micheletti, Gustavo Costa e Marcos Santos. O grupo tem realizado diversos recitais e masterclasses em território nacional e internacional, fazendo uma ponte entre a universidade e sociedade.

O programa – sem intervalos – está organizado da seguinte forma:

Grand Trio Extrait de Mozart – Pierre Porro (1750-1831)

– Allegro non tanto;

-Tempo di minueto;

5 Miniaturas Brasileiras – Edmundo Villani-Cortês (1930)

-Prelúdio;

-Toada;

-Chorinho;

-Cantiga de ninar;

-Baião;

Cuatro Estaciones Porteñas – Astor Piazzolla (1921-1992)
Arranjo: Walisson Cruz (*1996);

-Primavera Porteña;

-Verano Porteño;

-Otono Porteño;

-Invierno Porteño;

Os músicos:

Violão: Gustavo Silveira Costa – Tem prêmios nos concursos de violão Musicalis (Brasil), Ville d’Antony de Paris, René Bartoli da Aiz-em-Provence (França), Internacional de Guitarra Andrés Segovia e Internacional de Guitarra Francisco Tárrega (Espanha). Bacharel pelo IA-UNESP, é mestre e doutor pela ECA-USP, com especializações em Nürnberg-Augsburg e Estrasburgo. Já atuou como violeiro e violonista solista à frente de orquestras como Filarmônica de Estrasburgo, Ciudad de Torrent, Del Certamen Andrés Segovia, OSUSP, OSRP, OSESP, Sinfônica da Petrobrás, USP Filarmônica e Sinfônica de Limeira. Integra o Ensemble Mentemanuque e atuou no Quarteto Brasileiro de Violões, com o qual recebeu o prêmio Grammy Latino. É professor doutor de violão e viola caipira do DM-FFCLRP-USP.

Violino: Marcos Vinícius Miranda dos Santos  Formado pelo Conservatório de Tatuí, é mestre pela University of Southern Mississippi e doutor pela Universidade do Alabama (ambas nos EUA). Atuou em orquestras e grupos de câmara no Brasil (Orquestra Filarmônica de São Carlos) e nos EUA (Capstone String Quartet, Mobile Symphony EUA, IRIS Orchestra e Memphis Symphony). Foi solista do Concerto para dois violinos em Ré menor BWV 1043 de Johann Sebastian Bach com a IRIS Orchestra, ao lado do violinista Joshua Bell. Foi professor de violino do IA-UNICAMP, do Conservatório de Tatuí e da plataforma europeia iClassical. Fundou ainda a Bravo Academia de Música. Dedica-se a projetos sociais com educação musical. Atualmente é professor do DM-FFCLRP-USP.

Violoncelo: André Luís Giovanini Micheletti – Bacharel pelo IA-UNICAMP, mestre pela Northwestern University em Chicago e doutor pela Indiana University, é professor do DM-FFCLRP-USP, onde integra o NAP-CIPEM, o Ensemble Mentemanuque e fundou e dirige o Fratres Cello Ensemble. Atuou nas orquestras Columbus Indiana Philharmonic, Sinfônica Municipal de São Paulo, Camerata Fukuda, Câmara da UNESP e Filarmônica Bachiana SESI. Apresentou-se como solista nas orquestras sinfônicas de Heliópolis (Baccarelli), Jovem do Estado de SP, Goiás, Municipal de Campinas, da UNICAMP, Sorocaba, Piracicaba e Belém, além da USP-Filarmônica, Experimental de Repertório, Camerata Fukuda, Câmera da UNESP e Bachiana-Sesi – além de North Shore Chamber Orchestra e Bach Gamut Ensemble nos EUA.

Com entrada gratuita, os ingressos para este concerto estarão sendo distribuídos nos dias 22 e 23 de abril na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) entre as 08h00 e as 11h30 / 14h00 e 17h30) e no dia 24 de abril na bilheteria do Teatro Municipal de São Carlos a partir das 18h30.

Este concerto insere-se nas comemorações do 30] aniversário do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de abril de 2024

Palestra – “Hydrogen Aviation and Magnetron Sputtering Coating Technologies”

Hydrogen powered airplane through hydrogen produced electricity or directly combusted jet engines can dramatically reduce carbon emissions and is recognized as the most promising future green aviation transportation.

The presentation will give an introduction to the recent development and the history of hydrogen aircraft in different countries over the world and some critical technologies on hydrogen aircraft such as proton exchange membrane fuel cells and hydrogen powered engines, as well as their relevant materials with hydrogen embrittlement and electrochemical corrosion protections. Liquid hydrogen storage is also briefly introduced.

Vacuum magnetron sputtering and cathodic arc coating machine structures have innovatively designed, optimized and manufactured deliberately for fabricating our multilayer functional electrochromic thin film devices, as well as serving our electrochemical corrosion resistant nitride and carbide protective coatings for metallic bi-polar plates in hydrogen fuel cell and water electrolyzer, as well as for all-thin-film electrochromic devices and applications.

 

Prof. Dr. Diao Xungang is a full professor of physics, material science and renewable energy technologies at School of Energy and Power Engineering, Beihang University, Beijing, China.

He has studied and worked at Lanzhou University, Institute of Physical and Chemical Engineering of Nuclear Industry, Tsinghua University, Brazilian Center for Physics Research – CBPF, Brazil, Research Institute of Physics and Chemistry – RIKEN, Japan, Royal Institute of Technology – KTH, Sweden, and Tianjin University.

He has published more than 210 academic papers with 3300 citations and H-index 35, been responsible for more than 40 scientific and technological research projects, obtained 12 invention patents, 5 scientific research and education awards on diverse research achievements and university physics teaching in English for foreign students.

He has also worked for totally about 15 years on some special engineering and technological researches in China which was not allowed for academic journal publications.

24 de abril de 2024

Edital Aucani – USP e COFECUB lançam novo edital para pesquisa conjunta com a França – Docentes USP

Até 16 de julho de 2024, estão abertas as inscrições ao Edital 1909 – Programa USP-COFECUB – 2024 (VER AQUI), em parceira com o Comité Français d’Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB), França.

O período de execução dos projetos será durante o biênio 2025-2026, com possibilidade de renovação para o biênio 2027-2028, e o edital é voltado aos docentes e doutorandos. Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade. Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

O Programa USP-COFECUB, iniciado em 1994 entre Brasil e França, tem contribuído para o sucesso das cooperações acadêmicas, produções científicas e formação de jovens pesquisadores. Pelo lado francês, o programa é financiado pelo Ministère de l’Europe et des Affairs Étrangères (MEAE) e pelo Ministère de l’Enseignement Supérieur et de la Recherche (MESR), e coordenado pelo Comité Français d’Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB). Pelo lado brasileiro, o programa é financiado e coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), por meio da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI).

O objetivo do programa é fomentar e desenvolver a cooperação acadêmica a partir do intercâmbio de pesquisadores, o que propicia a realização de pesquisas conjuntas entre grupos da USP e da França, facilita a troca de informações e a colaboração entre as duas comunidades científicas. Este programa conjunto envolve a mobilidade de pesquisadores, dando prioridade ao treinamento em nível de doutorado.

O Edital USP-COFECUB 2024 prevê o financiamento anual de até 32 mil reais pela USP para cada projeto aprovado.

Link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais Docentes Nº do Edital 1909:https://uspdigital.usp.br/mundus/editalintercambiopublicoListar?nivpbcavo=D&codmnu=3144

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco – (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de abril de 2024

O problema dos três corpos (Parte-1) – Artigo: Prof. Roberto N. Onody

A Netflix lançou no mês de março o seriado “O problema dos três corpos”. Nele, uma astrofísica chinesa consegue contacto com uma civilização alienígena que vive em um planeta iluminado por três sóis. Percorrendo uma trajetória caótica, o planeta ora é incinerado ora é congelado (Figura 1).

Figura 1 – Visão artística do sistema estelar triplo Gliese 667. Ele se encontra bem perto da Terra, a cerca de 22 anos-luz de distância, na direção da constelação de Escorpião. Hoje, no sistema Gliese 667, são conhecidos 6 exoplanetas, sendo que 3 deles se encontram em região habitável

O seriado se baseia na trilogia escrita pelo engenheiro chinês Liu Cixin. É uma ótima oportunidade para fazer contacto com a cultura chinesa e com o problema de três corpos, que há mais de 300 anos desperta o interesse e a imaginação de físicos e matemáticos.

O problema dos três corpos é um tema clássico e muito frequente na mecânica celeste. Considere um sistema em que 3 corpos se atraem mutuamente de acordo com a lei da gravitação de Newton. Dadas as posições e velocidades iniciais dos 3 corpos, será que é possível calcular, exata e analiticamente, esses valores num instante posterior qualquer? Salvo raras exceções, a resposta é não, pois o sistema é inerentemente caótico.

Figura 2 – Retrato de Isaac Newton em 1689, aos 46 anos. Ele formulou as 3 leis da mecânica e a teoria da gravitação universal em seu formidável livro “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”

Num sistema caótico, duas configurações iniciais mesmo que infinitesimalmente próximas, podem evoluir para configurações finais muito diferentes. Por exemplo, no problema dos 3 corpos, é possível que um deles seja expulso, ejetado, de maneira a afastar-se indefinidamente dos outros, reduzindo o sistema a um problema de 2 corpos (que tem solução analítica exata).

O estudo do problema dos 3 corpos trouxe resultados que são muito importantes. Entre eles, a utilização do efeito de estilingue gravitacional para as viagens espaciais, a determinação das trajetórias de asteróides e cometas que se aproximam da Terra e a utilização dos pontos de Lagrange para um posicionamento seguro dos nossos telescópios espaciais.

Considerações Iniciais

O sistema solar é estável? Era essa a pergunta que se fazia o matemático francês Henry Poincaré quando, no final do século 19, se inscreveu numa competição de mecânica celeste em comemoração ao sexagésimo aniversário do rei Oscar II da Suécia.

A questão proposta na competição dizia: “para um sistema com n partículas atraindo-se mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton, supondo que duas dessas partículas nunca colidam, encontre uma expansão em série uniformemente convergente no tempo das coordenadas de cada partícula em termos de funções conhecidas”.

Poincaré enviou para a comissão julgadora um calhamaço de 300 páginas, ganhou a competição, mas não encontrou a solução. Entretanto, seu trabalho deu início a chamada teoria do caos.

A solução do problema de 3 corpos, como proposto na competição, foi obtida em 1912 pelo matemático finlandês Karl Sundman.  A colisão de 2 corpos corresponde a presença de singularidades nas equações diferenciais. Sundman eliminou essas singularidades por um processo chamado de regularização. Ele apresentou sua solução na forma de uma série de Puiseux. A convergência é absurdamente lenta, precisando levar em conta 108.000.000de termos da série!

A aplicação da 2ª. lei de Newton ao problema dos 3 corpos resulta em um conjunto de 9 equações diferenciais de 2ª. ordem acopladas. Podemos integrar essas equações numericamente. Com os computadores modernos cada vez mais rápidos, podemos fazer previsões bem longínquas no tempo mesmo no caso das configurações caóticas.

Figura 3 – As trajetórias permitidas no problema de 2 corpos são as chamadas curvas cônicas: círculo, elipse, parábola e hipérbole. Todas elas podem ser obtidas pela intersecção de um plano com um cone, daí seu nome. Qual dessas curvas os corpos vão percorrer depende da energia mecânica total inicial do sistema

Foi em 1687, no seu trabalho monumental: “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, que Isaac Newton propôs a Teoria da Gravitação Universal e as suas três Leis de Movimento (Figura 2).

Na teoria da gravitação de Newton, duas partículas pontuais de massas m1 e m2 se atraem mutuamente com forças diretamente proporcionais ao produto dessas massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre elas. Essas forças têm a direção da reta que une as partículas e sentidos opostos.

Se os corpos não forem pontuais, mas sim, macroscópicos, deve-se utilizar cálculo integral e diferencial e levar em conta o caráter vetorial da força.

Na sua formulação original, a teoria pressupunha que a força gravitacional agia instantaneamente entre dois corpos, quaisquer que fossem as distâncias entre eles. Mas, como hoje sabemos que o campo gravitacional se propaga com a velocidade da luz, o cálculo da força gravitacional precisa levar em conta a distância entre os corpos e o correspondente atraso da informação.

A teoria da gravitação de Newton explicou, com total sucesso, as três leis empíricas obtidas pelo astrônomo Johannes Kepler ao investigar o sistema solar. Dessa forma, a teoria da gravitação de Newton ganhou o status de lei da gravitação de Newton. Entretanto, já no final do século XIX, a exatidão dessa teoria estava sendo questionada. Vejamos por quê.

Todos os planetas do sistema solar executam órbitas elípticas. O periélio é o ponto dessas órbitas em que o planeta está mais próximo do Sol. E o periélio de todos os planetas precessiona, isto é, gira com o passar do tempo. Por exemplo, o periélio da Terra ocorreu no dia 02 de janeiro de 2024 quando a direção Terra-Sol apontava para a constelação de Capricórnio. Daqui há 13 mil anos, ela terá girado 180 graus e apontará na direção da constelação de Câncer.

Levando-se em conta a perturbação gravitacional que os planetas exercem uns sobre os outros, as velocidades de precessão dos planetas puderam ser calculadas. Todas coincidiam, razoavelmente, com os resultados observacionais, exceto para o planeta Mercúrio. O valor calculado para Mercúrio era de 531 segundos de arco por século e o valor observado era de 574 segundos de arco por século (ou 1 grau a cada 627 anos). A diferença só foi explicada com a Teoria da Relatividade Geral proposta por Albert Einstein em 1915.

Podemos afirmar que a teoria da gravitação de Newton é boa, mas, falha na presença de campos gravitacionais muito intensos como aqueles criados nas proximidades de estrelas ou buracos negros. A teoria não prevê a existência dos buracos negros, a curvatura da luz ao passar por corpos celestes muito massivos e nem a dilatação temporal (o tempo passa mais devagar em regiões com campos gravitacionais mais intensos).

O problema dos 2 corpos

Suponha duas partículas de massas m1 e m2 se atraindo mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton. As forças gravitacionais entre elas têm mesmo módulo,  direção e sentidos opostos. Na ausência de forças externas, a força resultante é nula, o que implica que o centro de massa tem aceleração zero, ou seja, ele se move com velocidade constante.

Como a força gravitacional tem a direção da reta que une as duas partículas ela é uma força central. Forças centrais não produzem torque e, portanto, conservam o vetor momento angular total do sistema. Consequentemente, os dois corpos podem apenas se movimentar no plano que é perpendicular ao vetor momento angular total do sistema.

O problema de 2 corpos tem solução analítica exata. Escolhendo o centro de massa como a origem do sistema de coordenadas e utilizando coordenadas relativas ao centro de massa, o problema de 2 corpos se reduz ao problema de 1 corpo só com a chamada massa reduzida m1m2/(m1+m2).

As trajetórias permitidas podem ser circulares, elípticas, parabólicas ou hiperbólicas. São as chamadas curvas cônicas (Figura 3). Como as forças gravitacionais são conservativas, a energia mecânica total do sistema E (que é a soma da energia cinética com energia potencial gravitacional) é constante no tempo. Se E < 0, teremos trajetórias elípticas (ou circular, se a excentricidade da elipse for zero); se E = 0, ela será parabólica e se E > 0, ela será hiperbólica.

O problema dos 3 corpos

Tão logo o problema de 2 corpos foi resolvido, as atenções se voltaram para próxima etapa: o problema dos 3 corpos.

Quando passamos para um sistema com 3 corpos interagindo gravitacionalmente, quais os resultados de 2 corpos que continuam valendo? A resposta é simples: as constantes de movimento. Explicitamente: o vetor velocidade do centro de massa, o vetor momento angular total do sistema e a energia mecânica total.

Figura 4 – Soluções periódicas de configurações centrais. As massas m1, m2 e m3 são arbitrárias. Euler: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa (c.m.) sempre mantendo o alinhamento (linha verde) dos 3 corpos. Lagrange: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa e estão dispostas formando um triângulo equilátero (linha verde). Com o tempo, os lados do triângulo equilátero se modificam dinamicamente (linha laranja)

A trajetória de cada um dos 3 corpos dependerá, de maneira crucial, da inicialização do sistema, ou seja, das posições e das velocidades atribuídas inicialmente a cada um dos corpos. Teremos soluções periódicas e também   soluções caóticas. Lembrando que, no problema de 2 corpos, não existem soluções caóticas, somente soluções periódicas (elípticas) e não-periódicas (parabólicas ou hiperbólicas).

*As soluções periódicas de Euler e Lagrange

Euler, em 1767, e Lagrange, em 1772, encontraram soluções periódicas

para o problema de 3 corpos que são do tipo configurações centrais. Nessas configurações centrais, as acelerações dos 3 corpos apontam sempre para o mesmo ponto – o centro de massa do sistema.

Na solução de Euler, os 3 corpos permanecem sempre ao longo de uma mesma linha reta e percorrem elipses diferentes, mas, confocais (Figura 4). As elipses têm mesma excentricidade e o foco comum delas está localizado no centro de massa. A solução de Euler é instável e se desfaz com qualquer pequena perturbação.

Na solução de Lagrange, os 3 corpos estão sempre formando um triângulo equilátero. Aqui também, os corpos evoluem ao longo de elipses diferentes, mas, com a mesma excentricidade e mesmo foco (localizado no centro de massa). Há tanto regiões de estabilidade quanto de instabilidade.

Para um encaminhamento bem bacana dessas soluções (hoje históricas) veja aqui.

*O problema restrito dos 3 corpos

O problema restrito dos 3 corpos é um caso especial do problema geral quando um deles tem massa muito menor do que a dos outros dois. Como a aceleração gravitacional provocada pelo corpo pequeno sobre os outros é desprezível, os dois corpos massivos se movimentam sentindo apenas a presença um do outro. Dessa forma, os corpos massivos percorrerão círculos ou elipses em torno do centro de massa mútuo (que é, basicamente, o centro de massa dos 3 corpos). Eles correspondem ao problema circular restrito e ao problema elíptico restrito, respectivamente. Focaremos o caso circular por ele ser mais simples e muito mais estudado. O caso elíptico você encontra aqui.

No problema circular restrito de 3 corpos escolhe-se um sistema de coordenadas sinódico, com origem no centro de massa e que rotaciona com velocidade angular uniforme no plano de órbita e junto com os 2 corpos massivos. Neste sistema de coordenadas, os 2 corpos massivos estão parados (coisa que não acontece no caso elíptico). Trata-se, portanto, de um referencial não inercial, e nele aparecerão forças centrífugas e forças de Coriolis. Além disso, nesse referencial, há também uma lei de conservação – a constante de Jacobi.

Neste sistema existem pontos em que as forças gravitacionais e centrífugas se anulam. São 5 pontos de equilíbrio conhecidos como pontos de Lagrange.

Cada par de corpos celestes massivos têm o seu próprio (e diferentes) conjunto de pontos de Lagrange: Terra-Sol (veja Figura 5), Terra-Lua, Saturno-Sol, Saturno-Titã etc.

Um aspecto muito importante dos pontos de Lagrange trata da estabilidade desses pontos. Se o corpo pequeno for ligeiramente afastado dos pontos de equilíbrio de Lagrange, ele retornará ou se afastará?

Os pontos L1, L2 e L3 são pontos instáveis, mais especificamente, eles são pontos de cela pois têm máximo em uma direção e mínimo em outra. Naves ou satélites localizados nesses pontos precisarão fazer manobras para permanecerem na posição.

Figura 5 – Sistema Terra-Sol. Os pontos de Lagrange L1, L2 e L3 estão ao longo da linha Terra-Sol. Suas distâncias aproximadas, a partir do centro da Terra: L3 trezentos milhões de quilômetros; L1 e L2 um milhão e 500 mil quilômetros. Entre o Sol e a Terra, no ponto L1 , está o satélite Deep Space Climate Observatory (https://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Space_Climate_Observatory) que estuda os ventos solares. Depois da órbita da Lua, no ponto L2, estão os telescópios James Webb (https://en.wikipedia.org/wiki/James_Webb_Space_Telescope) e Euclid (https://en.wikipedia.org/wiki/Euclid_(spacecraft)). Os pontos L4 e L5 formam com o Sol e a Terra um triângulo equilátero e, portanto, estão a 150 milhões de quilômetros do centro da Terra. O ponto L3 está tão longe que qualquer corpo lá localizado sofreria muito mais influência de Vênus do que da própria Terra

Os pontos L4 e L5 são estáveis desde que a razão entre as massas dos dois corpos massivos seja maior do que 24,96 (que é o caso do sistema Terra-Sol).

Devido a essa estabilidade, são nos pontos L4 e L5 que encontramos os asteróides troianos. Eles acompanham um planeta (qualquer planeta), percorrendo a mesma órbita deste. Alguns vão à frente, outros seguem atrás do planeta. Quase todos os planetas do sistema solar têm seus asteróides troianos. A Terra tem 2 asteróides troianos conhecidos: o 2010TK7, que tem diâmetro de 300 metros e o 2020XL5, cujo diâmetro é de 1,2 km. Ambos seguem à frente da Terra próximos do ponto L4.

Figura 6 – A órbita de Arenstorf (https://pymgrit.github.io/pymgrit/applications/arenstorf_orbit.html) com a Terra no centro e a Lua à sua direita. Ela é uma órbita periódica e fica no plano de rotação do sistema Terra-Lua

O problema circular restrito dos 3 corpos tem infinitas soluções periódicas e infinitas soluções caóticas. A NASA, através do Jet Propulsion Laboratory, disponibiliza centenas de milhares de órbitas periódicas conhecidas para vários sistemas: Terra-Sol, Terra-Lua, Sol-Marte etc.

Na Figura 6 mostramos a órbita de Arenstorf. Ela foi utilizada pela NASA para salvar a tripulação da Apolo 13. Essa órbita permitiu à espaçonave permanecer próxima do ponto de Lagrange L1 (do sistema Terra-Lua), consumindo um mínimo de combustível.

A técnica da gravidade assistida é outro resultado importante do problema circular restrito dos 3 corpos. Utilizando a gravidade dos planetas, essa técnica permite manobrar espaçonaves tanto para aumentar quanto para diminuir a sua velocidade, poupando, em ambos os casos, combustível.

Essa técnica foi utilizada pela primeira vez em 1959 quando a sonda soviética Luna 3 alcançou o lado oculto da Lua.

Vou tentar explicar a gravidade assistida de maneira não quantitativa utilizando apenas análise vetorial e mudança de referencial, seguindo este texto da NASA.

Considere uma espaçonave se aproximando do planeta Júpiter.

Na Figura 7 (a), a espaçonave se aproxima do planeta por trás, no mesmo sentido da órbita de Júpiter em torno do Sol. No referencial de Júpiter, a velocidade da nave muda apenas de direção, mas, não de módulo (vetor azul v). No referencial do Sol, Júpiter tem velocidade v´ (verde) e a velocidade da nave será a soma vetorial v + v´ (pela regra do paralelogramo). Vemos que a velocidade final da nave Vf é maior do que a sua velocidade inicial Vi. A nave aumentou a velocidade, é o efeito estilingue gravitacional.

Na Figura 7 (b), a espaçonave se aproxima do planeta pela frente, no sentido oposto ao da órbita de Júpiter em torno do Sol. Vemos que a velocidade final da nave Vf é menor do que a sua velocidade inicial Vi. A nave diminuiu a velocidade, é um freio gravitacional.

Figura 7 – (a) Efeito estilingue gravitacional; (b) Efeito freio gravitacional

Para ilustrar esse efeito de maneira realística e quantitativa, apresentamos, na Figura 8, o aumento de velocidade da nave Voyager 2 quando ela se aproximou dos planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Sem o estilingue gravitacional ela só chegaria até Júpiter e não conseguiria sair do sistema solar.

Figura 8 – Gráfico da velocidade em relação ao Sol (em km/s) versus distância ao Sol (em unidade astronômica ~ 150 milhões de km) da nave Voyager 2. Em amarelo, a velocidade de escape para a Voyager 2 conseguir sair do sistema solar. Fonte: Steve Matousek, JPL

(Continua na parte 2 – em breve)

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia”, clique AQUI. 

Para acessar todo o conteúdo do site “Newsletter – Ciência em Panorama” clique AQUI.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP / e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP