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Sobre Rui Sintra

27 de setembro de 2024

Na UFSCar – “Single-quantum-dot devices for photonic quantum technologies: Design, deterministic nanofabrication and application perspectives”

 

(Elektronik-Praxis / Ulrich Dahl)

O Programa de Pós-Graduação em Física, da Universidade Federal de São Carlos (PPGF/CCET/UFSCar) realiza no próximo dia 27 de setembro, às 14h00, na Sala de Seminários “Swieca”, o seminário subordinado ao tema “Single-quantum-dot devices for photonic quantum technologies: Design, deterministic nanofabrication, and application perspectives”, com a participação do DrStephan Reitzenstein, do Institute of Solid State Physics, Technische Universität Berlin (Alemanha).

Confira AQUI as informações sobre este seminário.

27 de setembro de 2024

“É um dever fazer ciência que extrapole fronteiras: Somos cientistas da Humanidade e não de um país ou de uma cidade”

Não tem como falar sobre pioneirismo na ciência do Brasil sem mencionar a USP de São Carlos e tudo o que tem sido feito ao longo de décadas no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e no Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID da FAPESP alocado nesse Instituto, restando aprofundar de onde surgiu a ideia de se criar essa infraestrutura dedicada à óptica, dedicada aos estudos e aplicações da luz, principalmente na área da saúde.

O cientista e docente, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, coordenador do Grupo de Óptica do IFSC/USP e do CEPOF, dedica o seu trabalho a utilizar a luz para investigar processos fundamentais, tais como, as formas dos átomos interagirem entre si e como as moléculas “conversam” entre elas, sendo que tudo isso acaba tendo uma relevância enorme para as ciências da vida. Para o cientista, se a luz é indicada para se investigar átomos e moléculas, também será eficiente para diagnosticar doenças e depois interagir, interferir. “Muitas das moléculas que existem em nosso metabolismo são responsáveis por reações químicas e por vezes a luz é capaz de promover a reação para um lado ou para o outro. Então, essa interação é que transportamos para a ciência da vida, sendo que, com isso, você acaba desenvolvendo técnicas que dão suporte não só à vida do próprio Homem, tornando-a melhor, como também à vida do meio ambiente, enfim, a toda a vida que nos rodeia. Então, toda vez que tem uma chance, o cientista explora-a, e a ótica, que chamamos fotônica, de um modo geral permite isso”, sublinha o cientista, sendo que a ideia é continuar estudando o que já era estudado em meados do século XX – e mesmo antes – para tentar interferir na área da saúde, combatendo e procurando tratamento e cura para doenças que ainda hoje são uma preocupação e um desafio para a sociedade.

O que os cientistas fazem, atualmente, é entender, com profundidade, como a luz interfere e como modifica reações, de forma a conseguirem penetrar em uma célula tumoral – ou mesmo dentro de uma bactéria – e produzir uma reação química que leva ela à morte, ou então regenerá-la, como no caso das doenças degenerativas.

Equipamentos fundamentais para aplicação dos protocolos

Prof. Bagnato em um de seus laboratórios (Créditos – TV Brasil)

Por outro lado, quando se fala em pioneirismo na ciência desenvolvida no IFSC/USP também é necessário verter um olhar atento para os equipamentos e tecnologias inovadoras que são desenvolvidas nesse Instituto, com o intuito de repassar para a sociedade todo o conhecimento. Para Vanderlei Bagnato “existe ciência excelente, que é aquela que avança o conhecimento, e existe a ciência relevante, que é aquela que resolve problemas”, confirmando que em seu Instituto se procura combinar as duas. Fazer o melhor que se pode, atingindo o maior avanço do conhecimento, mas em todas as oportunidades levar esse conhecimento com o intuito de resolver algum problema que atinja a sociedade e essa é a relevância, segundo o cientista. Para ele, não adianta um cientista tentar resolver um problema, como é o caso do câncer, se não é apresentada uma solução. “As evidências de que se pode chegar a uma solução para isso é um primeiro passo, mas quando existe apenas um degrau não podemos subir uma escada. Então, procuramos, sim, fazer um trajeto, fazer realmente uma pesquisa que prove o princípio, que seja possível chegar lá e que mostre como é possível fazer um protótipo que quase chegue ao formato de um produto. Nós não fazemos produtos, já que para chegar a esse ponto nós contamos com parcerias com empresas e é bom salientar que nos nossos laboratórios já nasceram mais de quarenta empresas, muitas delas desconhecidas do público e que estão aí fornecendo equipamentos de toda a natureza que nasceram nos laboratórios de pesquisa. Então, entregamos um desenvolvimento na ponta para que as empresas possam – aí sim – transformá-lo em um produto que tenha alguns requisitos extras e entregá-lo para a sociedade”, pontua Bagnato.

De fato, o IFSC/USP tem uma preocupação muito grande e ela não é só resolver um problema: é resolver um problema dentro da realidade econômica do Brasil, já que não adianta fazer uma tecnologia que seja cada vez mais cara para quem necessite dela, sendo que essa realidade econômica é parte da solução dos problemas.

Tratamento do câncer de pele não-melanoma: A primeira tecnologia desenvolvida em uma universidade pública chegando ao SUS

A descoberta e aplicação de um novo protocolo para o tratamento do câncer de pele não-melanoma, já aprovado e prestes a ser introduzido no Sistema Único de Saúde (SUS), foi uma grande vitória para os pesquisadores do IFSC/USP, até porque esse trabalho constituiu a primeira tecnologia desenvolvida por uma universidade que efetivamente chegou a esse patamar. No Brasil, continuam a surgir anualmente várias centenas de milhares de novos casos desse tipo de câncer e o sistema não dá conta de dar uma resposta eficaz a todos eles, pois está congestionado, sendo que, se existirem técnicas rápidas alternativas às cirurgias pode-se chegar a um índice alto no tratamento da doença, “desafogando” o pessoal médico para outras situações clínicas.

Levar a ciência brasileira para fora do país

O pioneirismo científico do IFSC/USP quebrou recentemente um outro paradigma ao levar para o exterior suas experiências, pela mão de Vanderlei Bagnato, que foi convidado por uma universidade do estado norte-americano do Texas a montar um laboratório, uma espécie de filial do seu grupo de pesquisa que se encontra instalado no Instituto. Para o cientista são-carlense, a ciência brasileira é relevante e ela tem que ir para todo lugar. Para ele, a ciência não tem predominância local, já que raramente ela resolve um problema de uma comunidade.

Campus da Texas A&M University (USA)

“A ciência resolve problemas globais e todo mundo tem os mesmos problemas. Até em países como os Estados Unidos existem comunidades carentes que estão com complicações relativas ao câncer de pele e lá não existe SUS, ou seja, as pessoas têm que pagar para serem atendidas. Então, fazer ciência que extrapole as fronteiras é um dever. Nós somos cientistas da Humanidade, não somos cientistas de um país ou de uma cidade”, destaca Bagnato.

Para Bagnato, existe a necessidade de o cientista ser humilde sobre aquilo que fala e em tudo aquilo que faz: contudo, não pode ser humilde nas suas pretensões desde que elas sejam legítimas. Para ele, o que se pretende é realmente desenvolver coisas que sirvam o mundo, independente dos prêmios e homenagens que são atribuídas. “Sermos homenageados pela relevância da ciência que fazemos ou pela transformação da ciência básica em bem-estar para a sociedade é um orgulho. É claro que nunca merecemos os prêmios que nos dão, por isso sou uma pessoa que me posiciono ao contrário do que seria de esperar, já que eu não me acomodo com prêmios. Eu fico incomodado é com o prêmio que ainda não dei às pessoas, ou seja, um retorno daquilo que elas ainda estão esperando de mim”, destaca o Prof. Bagnato.

Como já salientamos acima, o cientista está criando no Texas um laboratório associado, uma espécie de filial de seu grupo de pesquisa no Instituto de Física de São Carlos, na USP de São Carlos, que servirá como uma espécie de ponte para que qualquer pesquisa, tanto proposta pelo Texas como pelo Brasil, possa ser realizada nos laboratórios do IFSC/USP quanto nos laboratórios do Texas, atendendo a que ambos os países estão determinados a financiar ciência relevante. “A nossa chance de nos encaixarmos no mundo, no primeiro time científico, não é combatendo a Rússia ou a China, nem os Estados Unidos ou a Europa, mas sim estando do lado de todos eles, nos associando com eles em pé de igualdade. É isso que eu acho. Então eu quero um laboratório que seja comum. Isso é o que eu chamo de um centro associado. O meu centro, aqui em São Carlos, vai ter o nome do Texas e o centro do Texas vai ter o nosso nome”, sublinha Bagnato.

Ciência versus religião

Vanderlei Salvador Bagnato foi eleito no ano de 2012 pelo Papa Bento como membro da Pontíficia Academia de Ciências do Vaticano e o cientista soube dessa nomeação através de uma notícia transmitida pelo JN da “Globo”. “Eu tinha recebido a carta de nomeação alguns dias antes, mas não consegui dar a atenção necessária. Assinada pelo Papa Bento, eu pensei que aquela carta era um anúncio ou algo parecido e foi com espanto que ouvi meu nome na televisão. Eu sou uma pessoa cristã e para mim isso é importante, embora o fundamental seja falar sobre ciência com os cerca de oitenta cientistas, sendo que mais de quarenta foram já distinguidos com o Prêmio Nobel. É um lugar privilegiado para estar, para eu aprender e, quem sabe, até ensinar um pouco. Diz-se que ninguém sabe tão pouco que não possa ensinar, e nem sabe tudo que não possa aprender. Então, eu estou fazendo os dois e isso para mim é um orgulho”, destaca o cientista.

Vaticano – Encontro entre o Prof. Vanderlei Bagnato e o Papa Francisco (Créditos: Vaticano News)

Para Vanderlei Bagnato, as pessoas têm que entender que a religião trata do espírito e a ciência trata de conseguir explicar a natureza, entender as leis básicas, constituir uma forma de interagir com a natureza, sempre construtivamente, em benefício dela. Para o cientista são-carlense não existe nenhuma contradição entre uma coisa e outra. “Eu sempre digo que não vejo nada no cristianismo que torne alguém pior. Ser solidário, tentar ir além com o seu conhecimento, tentar reconhecer o que você tem, dividindo, isso não parecem ser conceitos errados, mas sim construtivos, através de um compromisso com a verdade – e eu tenho isso em mim. Eu acho que todo cientista deveria ser um bom religioso – seja qual for a religião -, porque só faz sentido se o seu compromisso for com a verdade”, afirma o cientista.

Inspiração para os mais jovens

Vanderlei Bagnato considera que é necessário incentivar os mais jovens a seguirem a carreira da ciência, pois ela impele a querer levantar cedo e a encarar o mundo para se poder vencer sempre uma etapa em cada dia. E é nesse trabalho, nessa aposta, que reside o fato de a ciência ser um bem da humanidade, já que o conhecimento é de todos. “Eu costumo dizer uma frase – que não é da minha autoria: nós temos tempo para amar, temos tempo para perdoar, tempo para pesquisar, tempo para escrever artigos científicos e orientar alunos: nós temos tempo para tudo, só não temos tempo a perder. E, o que me motiva é o fato de que eu não posso deixar de ser útil durante a minha vida. Não posso!… E isso é o que tem que motivar qualquer cidadão. Não importa o que você faça. Eu sou cientista, escolhi este caminho!… Então, eu não posso deixar de ser útil. Eu não canso de ser útil. Essa é a minha motivação…”, conclui Bagnato, verdadeiramente emocionado.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de setembro de 2024

“Série Concertos USP” – “206º Concerto da USP Filarmônica” – Participação do solista, saxofonista Samuel Pompeo

Dia 25 de setembro, às 20h00, o Saguão do Teatro (Centro de Convenções) da Área-2 do Campus USP de São Carlos recebe o “206º Concerto da USP Filarmônica”, com a participação do solista, o saxofonista Samuel Pompeo.

Sob a regência do Maestro Prof. José Gustavo Julião de Camargo, serão interpretadas as obras dos seguintes autores:

 

José Gustavo Julião de Camargo (Vista Alegre do Alto, 1961)

– Na Esquina, Outono Dança Folhas

Concerto para Saxofones e Orquestra

 

Samuel Pompeo (Americana, 1972)

Dodecafonando

Arranjo de Maurício Laws de Souza e Samuel Pompeo para saxofone e orquestra

– Rio Acima

Arranjo de Rafael Piccolotto de Lima para saxofone e orquestra

– Choro Pro Meu Veínho

Arranjo de Dino Barioni para saxofone e orquestra

 

Alfredo da Rocha Vianna Filho ( Pixinguinha)

(*Rio de Janeiro, 1897 + Rio de Janeiro, 1973)

– Naquele Tempo

Arranjo de Maurício Laws de Souza e Samuel Pompeo para saxofone e orquestra

 

Domingos Pecci

(*Santos, 1898 +Santos 1976)

– De Cachimbo

Arranjo de Paulo Malheiros para saxofone e orquestra

 

Com entradas livres e gratuitas, este concerto insere-se nas comemorações do 30º aniversário do IFSC/USP, contando com os apoios da USP, Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Centro Cultural da USP São Carlos, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), Núcleo de Pesquisa, Ciências da Performance e Música (FFCLRP-USP), Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão do Campus USP de São Carlos (GCACEX) e USP Filarmônica.

Os convites para este concerto estarão sendo distribuídos nos dias 23 e 24 de setembro, na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Área- 1 do Campus USP de São Carlos, entre as 08h00/11h00 e 14h00/17h30, e no próprio dia do concerto (25/09), a partir das 18h30 na entrada para o Saguão do Teatro (Centro de Convenções) – Área-2 do Campus USP de São Carlos, com entrada pela Avª. José Antônio Santilli, 1050, Bela Vista São-Carlense.

25 de setembro de 2024

“Série Concertos USP” – “206º Concerto da USP Filarmônica” – 25 de setembro

Dia 25 de setembro, às 20h00, o Saguão do Teatro (Centro de Convenções) da Área-2 do Campus USP de São Carlos recebe mais uma edição da “Série Concertos USP” com o “206º Concerto da USP Filarmônica”, contando com a participação do solista, o saxofonista Samuel Pompeo.

Sob a regência do Maestro Prof. José Gustavo Julião de Camargo, serão interpretadas as obras dos seguintes autores:

 

José Gustavo Julião de Camargo (Vista Alegre do Alto, 1961)

– Na Esquina, Outono Dança Folhas

Concerto para Saxofones e Orquestra

 

Samuel Pompeo (Americana, 1972)

Dodecafonando

Arranjo de Maurício Laws de Souza e Samuel Pompeo para saxofone e orquestra

– Rio Acima

Arranjo de Rafael Piccolotto de Lima para saxofone e orquestra

– Choro Pro Meu Veínho

Arranjo de Dino Barioni para saxofone e orquestra

 

Alfredo da Rocha Vianna Filho ( Pixinguinha)

(*Rio de Janeiro, 1897 + Rio de Janeiro, 1973)

– Naquele Tempo

Arranjo de Maurício Laws de Souza e Samuel Pompeo para saxofone e orquestra

Samuel Pompeo

Domingos Pecci

(*Santos, 1898 +Santos 1976)

– De Cachimbo

Arranjo de Paulo Malheiros para saxofone e orquestra

 

Com entradas livres e gratuitas, este concerto insere-se nas comemorações do 30º aniversário do IFSC/USP, contando com os apoios da USP, Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Centro Cultural da USP São Carlos, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), Núcleo de Pesquisa, Ciências da Performance e Música (FFCLRP-USP), Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão do Campus USP de São Carlos (GCACEX) e USP Filarmônica.

Os convites para este concerto estarão sendo distribuídos nos dias 23 e 24 de setembro, na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Área 1  do Campus USP de São Carlos -, entre as 08h00/11h00 e 14h00/17h30, e no próprio dia do concerto (25/09), a partir das 18h30 na entrada para o Saguão do Teatro (Centro de Convenções) – Área-2 do Campus USP de São Carlos, com entrada pela Avª. José Antônio Santilli, 1050, Bela Vista São-Carlense.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de setembro de 2024

Projeto pedagógico desperta o interesse das crianças pela investigação científica – Creche e Pré-Escola São Carlos – Campus USP São Carlos

A iniciativa levada a cabo pela Creche e Pré-Escola São Carlos, localizada no Campus USP de São Carlos em maio do corrente ano, levou este estabelecimento de ensino a promover uma interessante ação pedagógica junto das crianças, tendo como objetivo sensibilizá-las para o combate dos criadouros do mosquito da dengue, conforme reportagem publicada no portal da USP de São Carlos (VER AQUI). Contudo, a importância dessa ação vai além do tema proposto e do seu enquadramento geral, sendo por isso considerada uma das formas eficazes para despertar o interesse das crianças em idade pré-escolar pela investigação científica.

Criando alfabetização e letramento científico

Com efeito, a ação acima citada reflete um trabalho que está sendo realizado desde o ano de 2018, através de uma parceria estabelecida entre o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Prefeitura do Campus USP de São Carlos e a Creche e Pré-Escola do Campus, exatamente com o foco de desenvolver atividades relativas às ciências da natureza com as crianças em ambiente pré-escolar.

Desde então, estão sendo envolvidos neste projeto estudantes de graduação do campus, especialmente os vinculados às licenciaturas, incluindo os alunos do Curso Interunidades de Ciências Exatas do IFSC/IQSC/ICMC da USP. Neste projeto amplo, o Educador Prof. Dr. Herbert Alexandre João (IFSC/USP) explica que os trabalhos se iniciam primeiramente investigando o ambiente da pré-escola, para depois se realizar o planejamento, a produção e a testagem de materiais que são empregados nessa ação, como, por exemplo, os brinquedos científicos ou ações educativas que envolvem ciência, bem como o conteúdo das histórias infantis que envolvem a linguagem científica, tudo isso para promover o interesse das crianças pela investigação científica de uma forma simples – a brincar.

Prof. Dr. Herbert Alexandre João

“Essa parceria com a Creche da USP São Carlos, é extraordinariamente produtiva porque a metodologia utilizada baseia-se no desenvolvimento de atividades pedagógicas que são sempre pautadas no interesse das crianças. E, partindo desse pressuposto e observando os interesses dessas crianças, nós começamos a contribuir com a creche, produzindo os materiais e atividades pedagógicas que pudessem contribuir para que elas ficassem imersas nesse mundo da ciência, utilizando, desde a primeira infância, uma linguagem científica que evite analogias muito pobres ou incorretas, buscando criar e fazer essa alfabetização e letramento científico, o brincar e o explicar”, pontua Herbert João.

Entre as inúmeras atividades desenvolvidas, contam-se demonstrações experimentais na área de eletrostática, partindo do interesse das crianças – por exemplo, de onde vem os raios e os trovões a chuva -, ou atividades na área de óptica, com a construção de câmaras escuras. “Outras atividades incluem a observação e investigação de diferentes folhas de árvores e plantas com a finalidade de compreender a diferença entre as espécies, ou, ainda, observar o céu para compreender o movimento do sol, levando em consideração os tópicos de astronomia, mas sempre tendo em consideração que o objetivo principal é que as crianças tenham contato com a ciência a partir do brincar. Essa é a proposta da creche e que respeitamos, a intencionalidade pedagógica respeita o direito de brincar, não existe uma proposta de ensino no modelo verticalizado tradicional, como temos no ensino fundamental e médio” explica Herbert.

Investigação científica nos primeiros anos de alfabetização

Seguindo essa proposta da creche, o projeto trouxe isso para as Ciências da Natureza, essa forma de cooperação, de ensino e de aproximação com as crianças da Creche e Pré-Escola, que faz com que o professor proponha e realize essas ações dentro de um modelo horizontalizado, onde as crianças criam interesse, bastando ao professor observar esse interesse, planejar e aplicar as propostas e, a partir do sucesso – ou dos possíveis ajustes -, desenvolver os materiais que, hoje, constituem um banco que reúne um conjunto de ferramentas extremamente úteis para a formação continuada de professores, especialmente os da educação infantil, creche e pré-escola.

Crianças conscientes de sua ação

Atualmente, o projeto proposto e liderado pelo Prof. Dr. Herbert João, que igualmente é orientador dos bolsistas, conta com o apoio da Prefeitura do Campus, do IFSC/USP e da Creche, através das participações do atual prefeito do campus, Prof. Dr. Luís Fernando Costa Alberto e pelo Prof. Dr. Marcelo Alves Barros (IFSC/USP) – responsáveis pelos projetos PUB; a bolsista do projeto, Paloma Emanuele dos Santos Sobrinho (Estudante de Graduação em Química no Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP); Liliane Terra Pereira Araújo (Supervisora Técnica do Serviço de Creche e Pré-Escola), além de outros membros da equipe pedagógica e técnicos da creche.

Atividades realizadas em 2024

Com muito sucesso ao longo dos anos, este projeto continua o seu caminho e os resultados obtidos neste ano de 2024 refletem o êxito. Nesse sentido, a equipe produziu histórias em quadrinhos e atividades pedagógicas, tendo dado suporte também em atividades que foram solicitadas pelas professoras da Creche. Os destaques no decurso deste ano foram muitos, como, por exemplo, como é formado o corpo humano, como se faz o tratamento das águas e os cuidados que se deve ter com a água no planeta Terra. Mas, talvez, o principal destaque dentre todos tenha sido a visita monitorada que foi feita ao laboratório de ensino de biologia do Instituto de Física de São Carlos, (LEF-IFSC/USP), cujo foco foi explicar às crianças como são desenvolvidas as pesquisas relacionadas à dengue, tendo em consideração que a doença se manifesta, atualmente, de forma muito intensa no Estado de São Paulo, principalmente em São Carlos e em cidades da região. Esta atividade, iniciativa da Profª Margarete Marchetti (Creche e Pré-Escola São Carlos e idealizadora da atividade “Investigando o ciclo do mosquito da dengue”), teve o intuito de engajar as crianças para que elas contribuíssem no combate à disseminação da doença da dengue a partir da eliminação das larvas do mosquito transmissor, e o resultado foi muito expressivo, conforme sublinha o Prof. Herbert João. “As crianças produziram diversos materiais, inclusive – e especialmente – um cartaz que foi colado em diversas unidades do Campus, uma ação que, para mim, é muito relevante, pois essas crianças protagonizaram a ação, propiciando que internalizassem os conceitos e, claro, acabam reproduzindo isso em casa com os familiares, contribuindo para que se reforce o combate a essa doença”, pontua Herbert João.

Percorrendo o campus para conscientizar a comunidade

 

Distribuição dos cartazes dentro dos departamentos e laboratórios do IFSC/USP

A importância da investigação científica nos primeiros anos de alfabetização e o papel do professor

Iniciar a investigação científica nos primeiros anos de alfabetização é crucial e os professores têm um papel fundamental nessa ação, já que introduzir esse tema desde cedo ajuda as crianças a desenvolverem habilidades de pensamento crítico. Elas aprendem a questionar, observar, experimentar e refletir sobre o mundo ao seu redor, o que fortalece a capacidade de análise e resolução de problemas. Sendo naturalmente curiosas, a investigação científica alimenta essa curiosidade nas crianças, encorajando-as a explorar e buscar respostas por conta própria. Com o trabalho dos professores, isso pode promover um interesse duradouro por aprender e descobrir.

O cartaz produzido e distribuído pelas crianças

Por outro lado, a prática de investigar cientificamente permite que as crianças construam uma base sólida para o entendimento de conceitos mais complexos no futuro. Ao entenderem os processos básicos de causa e efeito, observação e experimentação, elas estão mais bem preparadas para os desafios acadêmicos que surgirão ao longo de sua vida. A integração multidisciplinar e a promoção de autoconfiança são também dois fatores que deverão ser levados em linha de conta. Nesse sentido, a investigação científica levada até às crianças nas primeiras fases da educação não se limita apenas às ciências naturais, já que ela integra também a matemática, a linguagem e até mesmo as artes, promovendo uma aprendizagem mais holística e conectada. Os professores têm, em todo este processo, uma importância vital, já que quando as crianças participam de atividades de investigação científica, elas têm a oportunidade de fazer descobertas por si mesmas, o que pode aumentar sua autoconfiança e o senso de realização. Por último – e não menos importante -, quando os professores levam até às crianças os primeiros conceitos de investigação científica, eles acabam por ensinar também um conjunto de valores essenciais, como a importância da evidência, o respeito pelas diferentes opiniões baseadas em dados e o papel da ciência na sociedade, tudo isso contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e informados. Incorporar essas práticas no início da alfabetização, tendo como exemplo o projeto desenvolvido na Creche e Pré-Escola de São Carlos – Campus USP, pode influenciar positivamente o desenvolvimento intelectual e social das crianças, preparando-as para serem pensadores críticos e solucionadores de problemas no futuro.

Rui Sintra / Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de setembro de 2024

Colóquio Direcionamento Acadêmico – “Física nas Ondas do Rádio”

Nesta palestra abordarei como os avanços da Física, especialmente na virada dos séculos XIX e XX, levaram à criação do rádio, uma das maiores invenções da humanidade. O rádio uniu povos, encurtou distâncias, salvou vidas, e sempre será fundamental em nossa sociedade, com impactos que vão desde a simples audição cotidiana, até às sofisticadas transmissões via internet. Parafraseando um dos seus inventores, o brasileiro Landell de Moura, “dai-me um movimento vibratório (elétrico), … e o rádio fará vozes chegarem a outros mundos” !

Prof. Valter Luiz Líbero: Professor no grupo de Física teórica do  IFSC desde 1983, atuo na área de Matéria Condensada. Fiz Graduação, Mestrado e Doutorado no IFSC e Pós-doutorado na The Ohio State University-USA.

Gosta de atuar na área de extensão universitária, sendo responsável pelas atividades do Observatório Dietrich Schiel por longa data.

Foi vice-Diretor e também Diretor do Centro de Divulgação Científica e Cultural, CDCC.

19 de setembro de 2024

Vaga no projeto IFSC/USP – “Cherenkov Telescope Array: construção e primeiras descobertas”

Liderado pelo Grupo de Física de Astropartículas do IFSC-USP, o projeto “Cherenkov Telescope Array: construção e primeiras descobertas” está com uma vaga disponível de treinamento técnico nível cinco (TT-5), com bolsa da FAPESP, sendo que o prazo de inscrição termina no dia 30 de setembro.

Esta vaga está dedicada a candidatos com bacharelado em engenharia, física, astronomia ou áreas afins, que tenham pelo menos cinco anos de experiência profissional ou com doutorado completo, possuindo proficiência em softwares e redes de computadores, com bom domínio do idioma inglês.

O trabalho do bolsista compreenderá sua participação na tão aguardada construção do “Observatório Cherenkov Telescope Array”, através do desenvolvimento de estruturas mecânicas para os telescópios e do comissionamento dos primeiros telescópios já instalados na ilha de La Palma, no arquipélago das Ilhas Canárias (Espanha).

O valor da Bolsa TT-5 é de R$ 9.320,00 mensais, sendo essa voltada para profissionais graduados, com pelo menos cinco anos de experiência após a graduação ou título de doutorado (preferível doutor em computação), com dedicação de quarenta horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa.

Para conferir esta oportunidade, se atente às informações disponibilizadas pela FAPESP (AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2024

Atualização da produção científica do IFSC/USP em agosto de 2024

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  agosto  de 2024, clique AQUI, ou acesse o Repositório de Produção, USP (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à Biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Nature Communications” (VER AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de setembro de 2024

Inscrições abertas para o “Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher” (SBPC)

Estão abertas até dia 31 de outubro do corrente ano as inscrições para a 6ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher”, uma iniciativa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Este prêmio mantém os mesmos objetivos das edições anteriores, ou seja, reconhecer jovens talentosas cujas pesquisas de iniciação científica demonstrem criatividade, rigor metodológico e potencial para contribuir com o futuro da ciência no país, sendo que a edição deste ano é dedicada a estudantes do ensino médio e de nível superior que tenham a intenção de seguir a carreira científica.

As interessadas em participar deste prêmio – cujas indicações deverão ser feitas por seus professores, orientadores, coordenadores de escola ou organizadores de olimpíadas e feiras científicas nacionais – deverão se inscrever no formulário online disponibilizado para o efeito (AQUI), devendo, contudo, consultar todas as informações que se encontram disponíveis no edital do prêmio (VER AQUI).

A organização deste prêmio selecionará seis vencedoras – três alunas do ensino médio e outras três do ensino superior -, sendo que as alunas do ensino superior poderão escolher qual a área onde pretendem competir – Exatas e Ciências da Terra, Humanidades, Biológicas e Saúde, e Engenharias.

As vencedoras serão conhecidas no dia 20 de janeiro do próximo ano, sendo que a cerimônia de premiação acontecerá no dia 11 de fevereiro, data em que é comemorado o “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de setembro de 2024

Exposição itinerante da USP apresenta acervos dos museus da Universidade com tecnologias imersivas

“USP 90 anos: uma jornada imersiva pelos nossos Museus”

Vai ser inaugurada no dia 05 de agosto, prolongando-se até 06 de setembro, na Área-2 do Campus USP de São Carlos, a exposição “USP 90 anos: uma jornada imersiva pelos nossos Museus”, uma mostra que apela à participação de públicos de todas as idades para um conhecimento aprofundado sobre os acervos dos quatro museus que pertencem à Universidade de São Paulo.

Dedicada às comemorações dos 90 anos da Universidade de São Paulo, esta mostra (gratuita e itinerante), segue um roteiro que abrange os sete municípios onde a USP marca presença, cabendo agora o destaque na USP de São Carlos.

A montagem desta exposição utiliza tecnologias imersivas digitais que reproduzem os ambientes e peças que fazem parte dos acervos dos quatro museus estatutários da USP, detentores de coleções que estão entre as maiores e mais relevantes do Brasil e que fazem parte da “vida” dos Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arqueologia e Etnologia, Museu de Zoologia e o Museu do Ipiranga, este integrado no Museu Paulista. Estas tecnologias são fundamentais, já que em alguns casos os acervos, que são considerados os maiores da América Latina e do próprio Hemisfério Sul, têm valores extremamente elevados, mesmo incalculáveis. A mostra encontra-se dividida em quatro espaços distintos – cada um deles representando um museu da USP -, onde são apresentados ao público peças físicas (réplicas de obras de arte e elementos arqueológicos) e visitas virtuais com tecnologia imersiva desenvolvida pelo Centro de Inovação da USP (InovaUSP).

Contabilizando, os acervos dos quatro museus compreendem um patrimônio de 15 milhões de peças artísticas, arqueológicas, etnográficas, zoológicas e paleontológicas, coleções consideradas imprescindíveis para as diversas linhas de pesquisa em curso na USP, com o foco de tratar de nossas raízes sociais, étnicas, culturais e evolutivas.

Esta exposição, que está sendo coordenada pelo Presidente do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus USP de São Carlos (GCACEX), Prof. Guilherme Sipahi, assume-se não só como um momento de aprendizado importante para todos, principalmente para as comunidades escolares, mas também uma aproximação à Universidade de São Paulo com um conhecimento mais abrangente sobre o que é essa que é considerada a melhor Universidade do Brasil e uma das melhores do mundo.

Esta mostra estará aberta ao público de 05 de agosto a 06 de setembro, de Segunda-feira a Sábado, entre as 09h00 e as 18h00, no Centro de Convenções – Área-2 do Campus USP de São Carlos – Av. José Antônio Santilli, 1050 – Bela Vista São-Carlense – São Carlos

Para obter mais informações sobre esta imponente exposição, clique AQUI.

 

5 de setembro de 2024

Empresa de tecnologia americana – “Turing” – com vagas abertas para estudantes e pesquisadores

A “Turing” (VER AQUI), empresa de tecnologia americana sediada em Palo Alto (CA/USA), está recrutando estudantes em formação, pesquisadores e/ou profissionais já formados para trabalharem em projetos de inteligência artificial, principalmente na área de Física, para trabalho totalmente remoto.

A “Turing” tem como missão ajudar empresas a alavancar seus processos, aprimorar e treinar grandes modelos de linguagem, e entregar uma ampla gama de projetos tecnológicos.

As inscrições para a candidatura às vagas disponíveis deverão ser formalizadas no respectivo formulário (VER AQUI).

Confira os requisitos para as candidaturas das vagas relativas à área de Física (AQUI).

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de setembro de 2024

Físicos têm um enorme mercado de trabalho à sua disposição

“Os alunos devem se aventurar para descobrirem novas fronteiras”

Docente aposentado do IFSC/USP apela para que alunos de graduação se aventurem por novos caminhos.

A palestra proferida pelo Prof. Sylvio Goulart Rosa, Diretor Presidente da Fundação Parque Tecnológico de São Carlos (ParqTec), no dia 23 de agosto do corrente ano, no âmbito da apresentação intitulada “Geradores de conhecimento, poder e riqueza”, integrada na Disciplina de Direcionamento Acadêmico, foi um enorme exercício de conscientização dirigido aos alunos de graduação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), alertando-os para o fato de que existe um enorme mercado de trabalho disponível para eles, e não apenas a expectativa única de virarem professores universitários. Enfaticamente, a apresentação de Sylvio Goulart Rosa teve a particularidade de despertar consciências e de estimular os alunos a fazerem muito mais coisas rumo a expectativas profissionais que talvez eles ainda não tenham vislumbrado.

Atuando há cerca de vinte e sete anos nas áreas de empreendedorismo, inovação, transferência de tecnologia e desenvolvimento regional, o Prof. Sylvio Goulart Rosa carrega em seu vasto curriculum vitae uma das missões que, segundo ele, mais prazer desempenhou: docente no antigo Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), instituição que viria a se desmembrar nas atuais e prestigiadas unidades da USP – Instituto de Física e Instituto de Química de São Carlos. Para ele, se um ex-aluno falar para alguém que foi formado pela USP, as portas do mercado automaticamente se escancaram. “Essa particularidade, esse prestígio que existe não só na USP como nas melhores universidades do mundo, facilita enormemente os resultados de uma entrevista de emprego, no início da carreira de um aluno de física, principalmente no momento atual em que o mercado se dilatou. Há alguns anos atrás, quando a rede de universidades federais no Brasil estava crescendo, havia uma demanda muito grande por físicos, principalmente para serem professores universitários. Agora, esse crescimento abrandou muito e a taxa de reposição desses profissionais é muito baixa e lenta, embora continuem a ser formados contingentes de físicos no país”, pondera o Prof. Sílvio Goulart Rosa. Para o docente, o mercado de trabalho, como se apresenta atualmente, retirou a quase obrigatoriedade que os físicos tinham em desenvolver unicamente suas atividades dando aulas. “Agora, o físico pode trabalhar onde quiser, inclusive nas áreas industrial e financeira, só para dar dois exemplos, ou criar sua própria empresa, já que ele pode beneficiar de inúmeros apoios e financiamentos com riscos mínimos – SEBRAE, FAPESP, CNPq e FINEP, entre outros agentes”, pontua o professor.

Aluno tem que ser “egoísta” – Ciência é um instrumento de poder

Para Sylvio Goulart Rosa, o aluno de física tem que ser “egoísta”, tem que querer o melhor de tudo para ele mesmo, para que possa desbravar horizontes. Para o docente, por vezes um aluno passa por um laboratório e não conversa com o professor, fica intimidado pela situação, não tem a coragem de se aproximar, de dialogar, tirar dúvidas. “Os alunos têm que ser mais agressivos, mais atrevidos, mais curiosos, sendo que é obrigação do professor acatar e educar a curiosidade desses alunos e não ter qualquer medo de investir neles – muito pelo contrário. É bom convidar o professor para beber uma cerveja ou um café e trocar opiniões com ele fora da sala de aula, porque dessa forma fica feito um vínculo de relacionamento diferente, mais próximo, mais salutar, mais descontraído”, sublinha o professor, acrescentando que tudo isso orbita no fato de se poder exercer a ciência de uma forma aberta, desinibida, até porque essa ciência é um instrumento de poder e de riqueza, que caracteriza a própria história da humanidade.

Prof. Sylvio Goulart Rosa sempre a instigar os alunos durante sua palestra

O Prof. Sylvio Goulart Rosa enfatiza que o conhecimento começou com os sábios, sublinhando o exemplo de Portugal e de sua epopeia marítima. “Poder e riqueza! Veja o que aconteceu com Portugal, que criou e desenvolveu a arte das ciências náuticas, a formação de cartógrafos, marinheiros e pilotos, tudo isso ministrado na Escola de Sagres, um importante centro de estudos de navegação e cartografia localizado na região do Algarve, em Portugal, durante o século XV. Foi fundada pelo Infante Dom Henrique, conhecido como “O Navegador”, e teve como objetivo principal o desenvolvimento de técnicas de navegação, aprimoramento de embarcações e estudos astronômicos. A Escola de Sagres desempenhou um papel crucial no período das Grandes Navegações, contribuindo para a expansão marítima portuguesa, para o desenvolvimento do comércio e de descobertas de novas terras”, pontua o professor, salientando o fato de a ciência continuar a avançar muito rapidamente.  Dos descobrimentos marítimos à inteligência artificial (IA) foi um “pequeno salto” e o Prof. Sylvio Goulart afirma que os avanços não param. “Por exemplo, reparem que vocês já vestem tecnologia: é a invenção das roupas inteligentes, dos óculos inteligentes, dos sapatos que geram energia. Estamos vivenciando uma era de mudanças muito rápidas e se vocês não participarem nesta geração de conhecimento serão apenas meros consumidores”, enfatiza o docente.

O IFSC e o ParqTec como exemplos

Para o Prof. Sylvio Goulart Rosa, o Brasil tem um poder científico extraordinário, sendo que o exemplo de primeira linha é a ciência aplicada no agronegócio, com a EMBRAPA a marcar a cadência e a aumentar o nível competitivo com o resto do mundo. “A par com a EMBRAPA se posicionam outras instituições científicas de prestígio, entre elas o IFSC/USP, com novos desenhos de fármacos, vacinas, medicação, combate a diversos tipos de câncer e o desenvolvimento de fármacos personalizados. O Brasil é um “monstro” entre os seus pares no mundo inteiro e o Instituto de Física de São Carlos e a Universidade de São Paulo são os maiores exemplos disso”, argumenta o docente.

Considerando que nos últimos setenta anos foram investidos no IFSC/USP muitos recursos estaduais e federais, Sylvio Goulart Rosa recorda que tudo começou com a criação da Escola de Engenharia de São Carlos. “Foi montada, ao longo dos anos, uma superestrutura de ciência e tecnologia. Laboratórios, programas de graduação e de pós-graduação, colaborações internacionais, o despontar de pesquisas de qualidade, de prestígio e a formação de cientistas de prestígio mundial. Então, o IFSC/USP foi se armando e agora começa a dar os frutos. Foram investimentos feitos em pessoas e em educação de qualidade desde a base. E, toda essa riqueza tem que ser empregada para resgatar a periferia, puxá-la para dentro, tornar a sociedade mais simétrica: essa é a nova riqueza – a inovação tecnológica que geramos. As características e potencialidades científicas e tecnológicas da cidade de São Carlos já estão sendo copiadas por outras instituições, em outros locais, tendo em consideração que o ParqTec é o grande laboratório mestre. E é ele que dá o exemplo de como se devem criar interfaces entre a academia e o mercado, oferecendo a oportunidade aos jovens que se formam em física de poderem vir a ser empresários, serem donos de seu próprio negócio, de ultrapassarem fronteiras e aplicarem todo o seu conhecimento científico ao serviço de sua cidade, de seu estado e de seu país”, finaliza o docente.

(Fotos: Brás José Muniz / Anderson Muniz)

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de setembro de 2024

“Prêmio CAPES de Tese – 2024” é conquistado por Gabriela Dias Noske, aluna do Programa de Pós-Graduação do IFSC/USP

Gabriela Dias Noske, aluna do Programa de Pós-Graduação do IFSC/USP, conquistou no último dia 27 o “Prêmio CAPES de Tese”, na 19ª edição deste prêmio relativo ao ano de 2024, na área de “Astronomia e Física”.

A tese de Gabriela Noske foi subordinada ao tema “Caracterização estrutural e busca por inibidores das proteases dos vírus emergentes: Vírus da Febre Amarela e SARS-CoV-2”, tendo como orientador o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Glaucius Oliva.

Gabriela Dias Noske possui graduação em Ciências Físicas e Biomoleculares pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), durante o qual fez iniciação científica na área de cristalografia, com enfoque no estudo estrutural e funcional da protease de febre amarela.

É Doutora pelo IFSC/USP, onde desenvolveu projeto de pesquisa em cristalografia e crio-microscopia eletrônica, com enfoque na descoberta e desenvolvimento de fármacos para a febre amarela baseados na estrutura do complexo NS2B-NS3 protease, sob orientação do Prof. Dr. Glaucius Oliva.

A premiada fez parte do projeto colaborativo, também sob supervisão do Prof. Dr. Glaucius Oliva, que teve como objetivo a descoberta e desenvolvimento de candidatos antivirais contra o SARS-CoV-2, baseado nas suas proteínas não estruturais, particularmente tendo como alvo as proteases virais.

Entre 2022-2023, realizou estágio de pesquisa no exterior (BEPE-FAPESP) no Centre for Structural System Biology (Desy, Hamburgo, Alemanha) onde trabalhou com as técnicas de crio-microscopia eletrônica e crio-tomografia (cryo-EM e cryo-ET), sob orientação do prof. Dr. Kay Grünewald. Atualmente trabalha como pesquisadora em crio-microscopia eletrônica, no Laboratório Nacional de Nanotecnologia, Centro Nacional para Pesquisa em Energia e Materiais (LNNao/CNPEM) (Fonte: Currículo Lattes).

Recordamos que o Prêmio CAPES de Tese – 2024” é considerado o Óscar da Ciência Brasileira, reconhecendo os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil em 2023.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de setembro de 2024

IFSC/USP – Processo Seletivo – 1º semestre de 2025

Os editais para os processos seletivos de ingresso no 1º semestre de 2025, nas áreas Física Teórica e Experimental, Física Biomolecular e Física Computacional estão disponíveis em: www.ifsc.usp.br/posgraduacao na aba Processo Seletivo.

É importante que todos leiam os Editais e antecipem suas dúvidas.Lembramos que os(as) candidatos(as) para a área de Física Teórica e Experimental devem apresentar nota do EUF.

Os candidatos para as áreas de Física Biomolecular e Física Computacional devem apresentar nota de exame realizado pela CPG cuja inscrição estará aberta no período de 19/08 até 20/09/2024.

Informações detalhadas nos editais. Em caso de dúvidas, entrem em contato com o serviço de pós-graduação do IFSC (svposgrad@ifsc.usp.br).

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de agosto de 2024

Colóquio Direcionamento Acadêmico – “As medições de Tempo e a sua importância no nosso dia a dia”

Nesta palestra discutiremos aspectos históricos de diferentes formas de medição de tempo, suas utilidades e a importância na sociedade atual.

Prof. Daniel Varela Magalhães : Possui graduação em Engenharia Elétrica pela UFC (1995), mestrado em Física pela USP (1998) e doutorado em Física pela USP (2004).

Em 2006 foi pesquisador visitante no Observatório de Paris e de 2008 a 2023 professor da EESC-USP.

Atualmente é professor associado do IFSC-USP.

Tem experiência na área de Física, com ênfase em Óptica, atuando principalmente nos seguintes temas: padrões atômicos, metrologia, relógio atômico, átomos frios e instrumentação.