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6 de novembro de 2015

A ciência e a sua importância para a sociedade

Em outubro último, o Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, docente do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), esteve em Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde participou da abertura da XXI Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura – CIENTEC/2015, um evento que foi promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o intuito de dialogar com a sociedade sobre os principais fundamentos das atividades científicas, tecnológicas e culturais desta instituição.

Após ter ministrado a palestra Luz, ciência, tecnologia e suporte à vida na abertura do evento, o Prof. Vanderlei, que hoje é professor titular da USP e coordenador da Agência USP de Inovação, concedeu uma entrevista ao portal Nossa Ciência, na qual falou sobre a importância da divulgação científica, o diálogo entre universidade e empresa, a importância da luz à vida, bem como a relação entre a comunidade científica e a religiosa.

Para o Prof. Vanderlei, a ciência, hoje, não deve ser pensada apenas pelos cientistas, mas também pela sociedade, já que a ciência está relacionada a tudo aquilo que se vê ou que se tem contato diariamente: por exemplo, não há comida ou remédio que não passem por algum processo desenvolvido pela ciência. Para que as pessoas não fiquem na escuridão, é necessário que nós, docentes e pesquisadores, comecemos a mostrar o que fazemos no dia a dia e a importância de nosso trabalho. Daí, elas passarão a apreciar ciência e a achar que é um grande e importante investimento, disse.

Alguns dos principais meios utilizados hoje para divulgar a ciência à população são eventos como a Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura. Essas iniciativas, segundo Vanderlei Bagnato, têm a habilidade de mobilizar as pessoas, incluindo autoridades, fazendo com que reflitam sobre alguns temas da área científica, bem como sobre o que a ciência tem feito e como ela está sendo conduzida. Esses eventos são importantes, inclusive para os dirigentes universitários, porque o cargo de gestão não pode ser estritamente burocrático; quem o conquista deve valorizar as coisas que têm valor, pontuou. Para ele, tudo tem sua dose de valor: da mesma forma que a merenda escolar tem – pois as pessoas têm que estar alimentadas para aprender -, o conteúdo a ser ensinado também tem valor.

VANDERLEI_BAGNATO_-_FEV2015_350-2O diálogo entre o setor acadêmico e industrial foi outra pauta destacada na entrevista com o Prof. Vanderlei, que frisou o fato da USP, por exemplo, assinar cerca de 100 projetos com empresas, anualmente. Isso já é muito significativo, afirmou ele, tendo complementado que, enquanto a indústria precisa entender que existem incentivos fiscais para que ela invista junto à universidade, a academia deve compreender quais são os seus papéis, que vão além de formar profissionais e fazer ciência. Ela também tem a obrigação de dar relevância àquilo que nós [docentes e pesquisadores] fazemos e transformar as ideias e os protótipos em verdadeiras aplicações, pontuou o docente do IFSC/USP, uma Unidade que sabe da importância da parceria com o setor produtivo e que tem destacado essa relevância aos seus alunos, docentes e pesquisadores.

Papa revolucionário

Membro da Academia de Ciências do Vaticano, sendo o único integrante brasileiro da academia que atualmente vive no Brasil, o Prof. Vanderlei disse que o Papa Francisco é revolucionário, tendo em vista que o pontífice já fez um pronunciamento embasado no setor acadêmico. A igreja católica tem uma história negra no passado, mas muito clara no presente, em relação à convivência com a evolução científica. Hoje, a igreja tenta dar um apoio social e espiritual, sem conflitar com o que as pessoas acreditam, comentou o Prof. Bagnato.

Há décadas, o docente se dedica a trabalhos baseados na luz

As pesquisas de Vanderlei Bagnato sempre se baseiam na luz. De acordo com o docente, o desejo de trabalhar com esse aspecto se deve ao fato de tudo ao nosso redor existir através da luz, devido aos átomos e à forma como eles interagem. As plantas, por exemplo, são frutos da luz; sem isso elas seriam átomos dissolvidos na terra. Só a luz é capaz de fazer esses átomos se organizarem e se tornarem as moléculas que dão origem às plantas.

Para ele, o ser humano, que é o secundário na cadeia alimentícia, também depende desse tipo de molécula para viver, uma vez que seu organismo não integra muitas dessas substâncias. A ciência acredita que no início tudo era luz. Acho que por isso tudo depende da luz.

O Prof. Vanderlei ainda destacou que o cenário que idealizamos sobre a importância que a luz tem para tudo, é real, mas não é completo, pois ainda há muita coisa para ser compreendida. É como em um teatro. Estamos começando a conhecer o cenário, mas falta saber todo o enredo que está acontecendo. E é nessa direção que estamos evoluindo.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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