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13 de março de 2020

IFSC/USP cataloga amostras minerais do Museu de Geociências

Alfredo Queiroz

Todos ficamos maravilhados diante da beleza de um anel de diamantes, ou mesmo com as cores vibrantes de uma turmalina. Isso enfatiza não só a importância de identificar corretamente os materiais, como também de preservar minerais de ocorrências raras do Brasil e do mundo para as próximas gerações.

O pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Marcelo B. Andrade, especialista em cristalografia e espectroscopia Raman, vem colaborando com Miriam D. P. Azevedo, do Museu de Geociências da USP, em um trabalho cujo intuito é identificar e certificar amostras catalogadas do acervo, amostras complexas que nem sempre são o que parecem. O Museu de Geociências é reconhecido internacionalmente pela pesquisa e preservação de amostras de novas espécies minerais brasileiras, rochas, fósseis, e até meteoritos, como o Itapuranga, com mais de 600 quilos.

Marcelo Andrade relata que “É impressionante o trabalho de investigação e identificação que podemos realizar com a estrutura dos nossos laboratórios, utilizando a difração de raios X e as propriedades vibracionais dos materiais. Possuímos resultados para amostras da região de Caieiras (SP), minerais ricos em urânio de Urgeiriça – distrito de Viseu, em Portugal – e, mais recentemente, de amostras de Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde identificamos as espécies minerais frankilinita, andradita e willemita”.

Dr. Marcelo Barbosa

Estas últimas foram analisadas pelo aluno de doutorado em Física Computacional do IFSC/USP, Alfredo Queiroz, que atualmente está desenvolvendo uma base de dados que servirá para identificação de amostras. O aluno foca seu trabalho em elementos de aprendizado de máquina (machine learning) para realizar essa identificação. Essa base será disponibilizada para pesquisadores e colecionadores interessados na identificação de minerais de grande importância econômica, como os óxidos de ferro.

Alfredo fez as análises das amostras utilizando o sistema LabRam HR (VER AQUI). Este espectrômetro, de última geração, possui microscópio acoplado e três diferentes lasers com comprimentos de onda: 532, 633 e 785 nm.

Alfredo diz que: “A espectroscopia Raman é uma técnica que, em conjunto com uma base de dados, possibilita identificar tanto amostras da ordem de alguns centímetros, até da ordem de alguns micrometros. Em geral, esta técnica não é destrutiva, uma particularidade que é fundamental para museus e especialistas em joias que não podem se dar ao luxo de perder suas amostras”.

Com a colaboração em andamento, o número de amostras do Museu que foram analisadas tende a aumentar e os resultados obtidos vão propiciar que outros pesquisadores e interessados possam avançar ainda mais em seus estudos sobre a estrutura cristalina, composição química e a formação das nossas rochas e minérios.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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