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11 de setembro de 2018

Saindo do IFSC/USP em direção à área da indústria médica

Danilo Americano, de 31 anos, nasceu em Jaboticabal, mas vive em São Carlos desde seus nove anos. Casado, ainda sem filhos, diz que sempre gostou das ciências exatas. Seu pai trabalhou na área de eletrônica e eletrotécnica, fator que sempre manteve Danilo intrinsecamente ligado a esse campo. Durante o ensino fundamental, estudou na E. E. Arlindo Bittencourt e, posteriormente, na E. E. Eugenio Franco, ambas as escolas de São Carlos. Danilo ainda conta que no ensino médio, concluído na E. E. Juliano Neto, teve muito apoio do Prof. Dr. Milton Ferreira, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), para seguir em frente na área de ciência exatas.

Tudo começou quando o Prof. Milton visitou a sala de aula de Danilo, a fim de incentivar os alunos a ingressar na Universidade. Assim, Danilo Americano participou de alguns testes de proficiência e passou pelas etapas de seleção: os alunos selecionados tiveram os materiais didáticos e o terceiro colegial totalmente pagos em um colégio particular de São Carlos. Essa iniciativa foi possível devido a alguns recursos que Milton Ferreira havia conseguido em conjunto com a USP, através do “Projeto Acesso”, uma iniciativa que durou apenas dois anos. Danilo e os demais alunos beneficiados com essa medida foram acompanhados pelo Prof. Milton Ferreira até a véspera do vestibular.

Ao mesmo tempo em que realizava o colegial, Danilo também cursava mecatrônica na Escola Industrial, em São Carlos, o que serviu de base para sua escolha acadêmica, que recaiu no curso de física do IFSC-USP – com ênfase em informática, atualmente denominado Curso de Física Computacional. Ainda nessa época, Danilo não tinha noção do que iria fazer quando saísse da Universidade, embora sua tendência fosse passar a vida fechado nos laboratórios e “colocar a mão na massa”: antes mesmo de terminar sua graduação no IFSC-USP, recebeu um convite para trabalhar em uma empresa no interior do estado de São Paulo, no desenvolvimento de alguns hardwares para diagnóstico automotivo. O jovem pesquisador atuou nessa firma durante nove meses, depois voltou para São Carlos e começou a trabalhar na empresa Sensoft – Indústria e Automação, firma que ainda hoje desenvolve softwares para automação industrial. Ele lembra que um dos primeiros trabalhos que realizou naquela firma envolvia análises de imagem, algo que ele já tinha bastante experiência, porque havia estudado na Universidade.

Ainda na Sensoft, Danilo trabalhou com programação de meios controladores e de computadores. Na empresa havia um trabalho relacionado com a área médica e que estava parado: era um insuflador para vídeo-cirurgia. Com a finalidade de resolver o problema, ele se dedicou a estudar as áreas eletrônicas e suas normas e começou a se envolver com a vertente administrativa, fazendo com que o projeto crescesse, dando origem a novos trabalhos no campo médico. No ano de 2012, ele e seus antigos patrões se tornaram sócios e fundaram a empresa Clustertec – Equipamentos Ltda-ME, que tinha como objetivo criar equipamentos para vídeo-cirurgias. Todos os trabalhos desenvolvidos nessa empresa lhe renderam uma grande bagagem de conhecimento na área médica e, de acordo com nosso entrevistado, esses conhecimentos só foram adquiridos devido ao forte treinamento que recebeu no IFSC-USP. “A Universidade não visa um produto, mas a empresa sim. Então, eu tive que aprender a direcionar o meu foco para o produto, porque na indústria as coisas funcionam de forma rápida. É preciso desenvolver um equipamento e colocá-lo no mercado quanto antes”, explica Danilo.

Em 2014, Danilo saiu da Clustertec, mas continua atuando na área médica, dando consultoria a diversas empresas. Além disso, ele trabalha com várias indústrias, no desenvolvimento de eletrônica, reservando ainda algum tempo para treinar equipes na criação de equipamentos para diferentes áreas, principalmente, a médica. Hoje, Danilo sente-se satisfeito pela escolha que fez. “Eu gosto muito do desafio e do aprendizado e faço aquilo que gosto. Gosto de encarar quaisquer desafios, porque aprendi a olhá-los de frente, sem hesitar. E acho que isso serve para qualquer um que pretende seguir uma carreira fora da academia, mas formado nela: é preciso aproveitar as dificuldades que aparecem em nossa vida. Se algo é difícil para um, isso vale para todos. Então, se um profissional faz uma tarefa de forma excelente, ele sairá sempre na frente”, sublinha Danilo, que ressalta que os físicos possuem visões diferentes quando comparadas com as de outros profissionais, porque os físicos têm a habilidade de enxergar a essência de cada problema e formular soluções específicas.

Inicialmente, um jovem estudante que queira ingressar na mesma área que Danilo, poderá receber cerca de dois ou três mil reais. Já no futuro, com anos de experiência, ele poderá auferir um valor entre dez e vinte mil. Em suma, para Danilo Americano, os alunos que anseiam seguir a área industrial devem buscar sempre dar o melhor que puderem, porque, quando se conclui um trabalho bem feito, isso dá uma sensação de prazer e rende bons resultados.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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