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27 de agosto de 2018

No IFSC/USP: Ciência no feminino – da Física à pesquisa clínica

Bartira Mendes Soares nasceu na cidade de São Paulo, tem 53 anos, é formada em física pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), fez estágios nas áreas de biomateriais e proteção radiológica, tendo posteriormente realizado seu mestrado em medicina experimental, no Canadá.

Ela conta que sempre gostou das ciências exatas e que foi no ensino fundamental que todo esse interesse surgiu. Para Bartira, a decisão de ingressar na universidade foi uma consequência de sua entrega e dedicação durante os ensinos fundamental e médio: “Eu tinha a ideia de fazer algo na área de ciências exatas, por isso acabei escolhendo a física que, em minha opinião, era – e é – a ciência com que eu mais me identifico”. Dessa forma, Bartira deixou a cidade de São Paulo e veio para São Carlos exclusivamente para estudar no IFSC-USP.

No começo dessa mudança, a ex-aluna de nosso Instituto conta que foi um grande desafio: “Comparado com o ensino médio, estar na universidade é mais complicado, pois os professores exigem muito mais de você, tanto nos estudos quanto na própria autonomia que você deve conquistar, longe de familiares e amigos. Eu tive dificuldades nesses aspectos”, revela a pesquisadora.

Por ser “uma pessoa extremamente impaciente”, ela optou por não atuar na área acadêmica. “Gosto de resolver tudo de forma rápida. Por exemplo, não me imagino fazendo pesquisas para colher os frutos bem depois, até porque não tenho essa particularidade peculiar que observei em meus colegas da área acadêmica Na época, eu não sabia o que fazer com tudo o que tinha aprendido, mas já tinha noção que atuar na universidade não seria meu caminho”, revela nossa entrevistada.

Após se formar, Bartira acabou por fazer aquilo que não queria, ou seja, ministrou aulas para estudantes do ensino médio, “Foi ali que eu soube que realmente não queria dar aulas”, pontua a ex-aluna com muito humor. Posteriormente, aos 30 anos, teve a oportunidade de ir ao Canadá, onde começou a trabalhar em um laboratório de medicina experimental. Depois, viajou aos Estados Unidos e começou a atuar na área em que trabalha até hoje, no Brasil – pesquisas clínicas. Há treze anos na multinacional Quintiles – uma organização que presta serviços para a indústria farmacêutica -, Bartira é hoje gerente de operações na área de monitoria de protocolos de novos fármacos.

No campo em que Bartira trabalha, um jovem profissional em início de carreira pode auferir, em média, cerca de R$ 1,600,00: embora não seja uma área onde se veja muitos físicos exercendo sua atividade de uma forma incisiva, o profissional que se vê mais a trabalhar nesta área é aquele que se encontra mais ligado às ciências farmacêuticas, podendo, o mais experiente, ganhar bem mais do que R$ 10.000,00. Após anos de conhecimento na área, nossa entrevistada diz que seu caminho não vai parar por aqui e que a fase seguinte será buscar mais aprendizado estratégico: “Tenho uma visão de físico, mas hoje trabalho num mundo corporativo. Assim, atuo na vertente estratégica, campo que faz com que uma empresa se mova. Agora, estou buscando mais conhecimento nessa área, por forma a que possa ir em frente, descobrindo novas competências”, explica ela.

Por fim, de acordo com Bartira, o curso de Física exige bastante trabalho, dedicação e estudo, pelo que dá um conselho aos alunos de graduação do IFSC-USP: “Aqueles alunos que depois de formados não pretenderem seguir a carreira acadêmica, poderão encontrar muitos outros lugares para atuarem e aplicarem seus conhecimentos. O curso de Física me deu essa versatilidade”.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

(Fotos: Getty Images / IFSC/USP / Bartira Mendes Soares)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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