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8 de maio de 2018

Aula no IFSC/USP: alterada a definição das unidades de medida

A tradicional barra de madeira ou de metal, com o comprimento de 1 metro linear, que serve, por exemplo, para medir o corte de uma peça de pano, mede mesmo 1 metro?

O tradicional peso de 1 Kg., que ainda se utiliza em algumas balanças mais rudimentares, pesa mesmo um quilo?

Um segundo, medido em nossos relógios, vale mesmo um segundo, ou seja, ele é exato?

Explicar a ciência por trás das definições e realizações das unidades físicas é uma das nobres tarefas dos cientistas, pelo que estas simples perguntas, seguidas das respectivas respostas e acompanhadas de experimentos práticos, foram as bases iniciais para o diálogo aberto e bem humorado que o Diretor da nossa Unidade, Prof. Vanderlei Bagnato, deu durante uma fantástica aula aberta realizada no final do dia 14 de abril, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP), perante uma vasta plateia constituída por alunos dos 1° e 2º anos de todos os cursos do Instituto de Física de São Carlos, a que se juntaram docentes e pesquisadores e, ainda, alunos de outras Unidades do Campus USP de São Carlos.

Subordinada a título Conceito do Quilograma: Novas definições do Sistema Internacional de Unidade, a aula, transformada em uma magnífica conversa aberta com todos os participantes, demonstrou como a ciência e tecnologia são neste momento capazes para redefinir as mudanças propostas, provocando uma forma de todo o mundo falar a mesma linguagem dentro do espetro do Sistema Internacional de Unidade, tendo em consideração que o que vale para fazer a medição correta das unidades de medida é a observação das constantes fundamentais que estão presentes na Natureza, como a gravitação, a luz e o vácuo, entre muitas outras. Aliás, esta constatação vai ao encontro daquilo que a ciência sempre soube sobre o assunto, ou seja, que as constantes fundamentais dimensionais constituem a melhor forma de definir, de maneira precisa e sem alterações, todas as unidades.

O sistema métrico foi originalmente concebido como um sistema de medição derivável de fenômenos imutáveis, sendo que o sistema métrico foi introduzido pela primeira vez na França (1799), mas cujas limitações técnicas exigiam o uso de artefatos, como o protótipo de medidor e o protótipo de quilograma.

Em 1960, o medidor foi redefinido em termos do comprimento de onda da luz de uma fonte específica, tornando-o derivado de fenômenos naturais, deixando o quilograma-protótipo como o único artefato do qual as definições da unidade SI dependem. Assim, já a partir do dia 19 deste mês de maio, o sistema métrico (SI) será, pela primeira vez, totalmente derivável de fenômenos naturais, mantendo-se, contudo, as mesmas sete unidades básicas – segundo, metro, quilograma, ampere, kelvin, mol e candela. Destes, o quilograma, ampere, kelvin e mol serão redefinidos, escolhendo-se valores numéricos exatos para a constante de Planck, a carga elétrica elementar, a constante de Boltzmann e a constante de Avogadro, respectivamente. O segundo, o metro e candela já estão definidos por constantes físicas, sendo apenas necessário editar suas definições atuais.

Saliente-se que a última grande reforma do sistema métrico aconteceu em 1960, quando o Sistema Internacional de Unidades (SI) foi formalmente publicado como um conjunto coerente de unidades de medida. O SI é estruturado em torno de sete unidades básicas que possuem definições aparentemente “arbitrárias” e outras vinte unidades derivadas dessas unidades básicas. Embora o conjunto de unidades forme um sistema coerente, as definições não.

O novo conceito, que será implementado a partir do dia 19 de maio de 2019, irá restabelecer tudo isso, usando as quantidades fundamentais da natureza como base para derivar as unidades de base. Isto significará, entre outras coisas, que o quilograma protótipo deixará de ser usado como a réplica definitiva do quilograma.

Esta aula, primeiramente mostrada no IFSC/USP, deverá ser apresentada, com pequenas alterações, pelo Prof. Vanderlei Bagnato, juntamente com o Prêmio Nobel da Física (1997), William Daniel Phillips.

A primeira exibição internacional ocorrerá em Barcelona, no próximo mês de julho, seguindo-se diversas outras localidades.

Veja como foi a aula do Prof. Vanderlei Bagnato, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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