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9 de março de 2017

As jovens mulheres na ciência

Começar uma carreira científica nem sempre é uma tarefa fácil- tanto para homens, quanto para mulheres. Mas uma boa dose de garra e disposição é determinante para que uma carreira científica seja bem-sucedida, e essa dobradinha precisa estar presente desde o princípio na vida de jovens pesquisadoras- especialmente àquelas que se dedicam a área de exatas. E uma boa inspiração nesse sentido são as doutorandas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Mariane Andreeta e Ilaiáli Souza Leite.

Mariane, filha e irmã de físicos, desde sempre se encantou com a área, e afirma ter sido fortemente influenciada pela família na escolha de sua carreira científica. Com Ilaiáli não foi muito diferente, mas a influência pela escolha da área de pesquisa não foi responsabilidade somente de sua mãe, que é química. “Tive excelentes professores de física no colegial, o que acabou me influenciando a estudar nessa área. Minha escola era muito boa, pois eu tinha aulas pela manhã e, no período da tarde, tópicos avançados, e podíamos escolher as disciplinas que queríamos nos aperfeiçoar”, relembra a pesquisadora.

Semana_da_Mulher_2017-_Ila_e_MariEmbora tenham optado por uma área de pesquisa dominada pelo mundo masculino, felizmente nenhuma das estudantes ouviu aquela desconfortável frase “isso é coisa pra homem!”. Muito pelo contrário! Ambas tiveram grande incentivo da família para seguirem as carreiras que tivessem maior afinidade e paixão, sejam elas quais fossem. “Mas, realmente, durante meu colegial, sempre foram os meninos que escolheram cursos nas áreas de exatas, enquanto as meninas caminhavam mais para as humanas. As meninas de minha turma nunca se interessaram pelas aulas de física”, recorda Mariane. “Mas acho que o que determina a escolha de nossa carreira é a facilidade que temos nas disciplinas, e minha facilidade e gosto pela área de exatas desde sempre é a prova disso”.

Mas Mariane ainda continua sendo exceção em sua área de pesquisa. Porém, isso não lhe é um problema, nem para sua amiga Ilaiáli. “Aliás, considero-me uma pessoa de sorte, pois não sofro qualquer tipo de discriminação em meu laboratório, mesmo sendo a única mulher lá”, conta Mariane.

E qual seria a “fórmula” para que físicas se destaquem em sua área de pesquisa? Ilaiáli afirma que muito estudo e esforço são necessários, e que é preciso focar no que se pode fazer a respeito, e não se deixar levar por diferenças de gênero. “Dentro ou fora da ciência, ainda vivemos em uma sociedade regida por homens. E eu e minhas colegas de pesquisa sempre buscamos melhorar nosso conhecimento para defender um posicionamento quando questionadas. É preciso deixar claro que estamos ali, porque merecemos, porque estudamos muito e sabemos do que estamos falando”, afirma.

Essa atitude e garra de Ilaiáli fez com que ela se tornasse um ídolo da própria amiga Mariane. “Na física, é a Ilaiáli quem me inspira muito, pois eu vejo que ela ama o que faz e quer realmente fazer a diferença no mundo. Isso me estimulou muito para que eu me esforçasse mais em meu doutorado. Gosto muito do jeito que ela encara a pesquisa, pois ela realmente tem paixão pelo que faz e o desejo verdadeiro de fazer a diferença”, diz. “Fora do universo feminino, meu pai é alguém que me inspira muito também, pois ele tem uma jornada de vida incrível! Embora a família dele não tenha sido muito afortunada financeiramente, ele sempre batalhou para estudar e entender como o universo funciona. E ele viu na física o caminho para obter essa resposta. E foi graças a ele que optei por estudar física”.

Ilaiáli caminha no mesmo sentido, ao afirmar que suas colegas pesquisadoras do IFSC são fonte contínua de inspiração. “O grupo de pesquisa no qual estou inserida [Grupo de Óptica] tem várias mulheres com pesquisas muito interessantes e bem feitas. Admiro cada uma delas, e posso dizer que estou cercada de vários modelos sólidos e impressionantes”, diz.

Embora ainda estejam no começo da vida acadêmica, as duas pesquisadoras sentem-se extremamente motivadas. Ilaiáli diz que sua filosofia de vida (e de pesquisa) é a frase de Winston Churchill, “Sucesso é a habilidade de passar de um fracasso para outro sem a perda do entusiasmo”. Mariane afirma que a base do sucesso, na vida e na ciência, é acreditar em si, mesmo quando os outros não acreditam. Que essa filosofia de vida e pensamento sirvam de estímulo às futuras gerações de pesquisadoras.

Imagem: Ilaiáli (à esq.) e Mariane

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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