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22 de novembro de 2016

Resultados de pesquisas e o papel das universidades

“As universidades precisam se preocupar em fazer pesquisa de qualidade e, também, que essa pesquisa aponte para a melhoria de aspectos negativos ou deficitários das sociedades em que estão inseridas”, disse Judith Sutz, coordenadora da Comissão Setorial de Pesquisa Científica da Universidad de la República (UDELAR), no Uruguai.

Segundo Sutz, são diferentes os desafios, as dificuldades e os estímulos para fazer ciência de forma a avançar a fronteira do conhecimento e fazer ciência buscando endereçar diretamente demandas da sociedade, como, por exemplo, a diminuição da desigualdade.

Nesse cenário, a transformação do sistema de avaliação acadêmica é “uma necessidade para a saúde da ciência e para sua robustez social”, ela destacou na FAPESP Week Montevideo, realizada dias 17 e 18 de novembro de 2016 na capital uruguaia. O evento foi organizado pela FAPESP em colaboração com a UDELAR e a Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM).

“Sendo a pesquisa uma atividade nacional e, cada vez mais, internacional, somente concebível por meio do trabalho cooperativo de pesquisadores de todo o mundo, o sistema de estímulos e as modalidades de avaliação da atividade acadêmica exigem o estabelecimento de pelo menos alguns critérios em comum”, disse.

Sutz sugere que as universidades trabalhem na construção de um sistema de avaliação à altura dos desafios atuais. “A partir de nossas casas, que são as universidades de nossos países, passaríamos a trabalhar com pesquisadores de instituições de todas as partes”, disse.

Outro participante do painel “Pesquisa na Universidade” foi Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, que destacou que no mundo todo há uma crescente pressão para que as universidades produzam, em pesquisa, resultados orientados cada vez mais pelo curto prazo. “Esquece-se que o efeito de universidades na sociedade é, em geral, mediado pelas pessoas bem educadas que forma, e que vão trabalhar em empresas, governos, institutos de pesquisa orientados a objetivos específicos;”

“Essa pressão acaba se tornando um fator desafiador para a atividade de pesquisa e educação nas universidades e pode acabar prejudicando aquele que deveria ser o foco de toda boa universidade: educar bem seus alunos. É por meio de seus estudantes, educados num ambiente exposto à pesquisa avançada e estimulador do conhecimento e da curiosidade que universidades mudam o mundo”, disse.

“Se as universidades não estimularem a curiosidade intelectual, não formarem novas gerações de estudantes educados nos mais elevados referenciais acadêmicos e que por isso vão transformar seus países, para que elas servirão?”, disse.

Segundo Daniel López, vice-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidad de Playa Ancha, no Chile, é importante lembrar os valores culturais, formativos e de apoio ao desenvolvimento das universidades. Mas, ele ressaltou, elas não devem atuar sozinhas.

“Diante da urgência das demandas da sociedade, as universidades precisam cada vez mais utilizar a cooperação, seja para priorizar pesquisa de qualidade, pela articulação de cientistas, seja para promover a cultura científica”, disse.

Outros pontos lembrados por López são “efetuar alianças público-privadas para o desenvolvimento mediante a inovação tecnológica e social” e gerenciar o conhecimento em busca de sua valorização – como na formação de empresas incubadas.

(Com informações da FAPESP)

Saiba mais sobre a FAPESP Week Montevideo, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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