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8 de julho de 2016

Aluna é premiada por estudo sobre mutação de proteína

sbbq_2016_250Durante a realização da 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq 2016), que ocorreu entre os dias 18 e 21 de junho, no Centro de Convenções de Natal, no Rio Grande do Norte (RN), a aluna Emérita Mendoza Rengifo, mestranda em física biomolecular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), recebeu o Prêmio SBBq – 2016, cujo objetivo é destacar os melhores trabalhos científicos apresentados por pesquisadores e alunos de Iniciação Científica e de pós-graduação que participaram do congresso.

O trabalho de Emérita, que concorreu ao prêmio juntamente com cerca de quinhentos e quarenta projetos, descrevia a multiplicação do diâmetro de uma enzima superoxide dismutase, após um processo que visava à mutação da proteína, responsável pela proteção das células de todos os organismos, como seres humanos, insetos, plantas, fungos e bactérias. No organismo humano, por exemplo, essa enzima é incumbida de combater o íon superóxido – uma das substâncias (radicais livres de oxigênio) que são tóxicas aos órgãos celulares – e pode prevenir o surgimento de doenças, como Doença de Parkinson, Alzheimer e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Inicialmente, o objetivo da pesquisadora do IFSC era explorar a seletividade de íons metálicos (ferro e manganês) da enzima do tipo superoxide dismutase, a partir de uma técnica chamada “mutagênese sítio dirigida”. Para isso, Emérita fez algumas mutações numa superoxide dismutase (que continha manganês) do fungo Trichoderma reesei, com o intuito de trocar o manganês dessa enzima por um metal de ferro. Essas proteínas são compostas por quatro subunidades (partes). Ao ter retirado um aminoácido (do tamanho de um átomo) de cada parte da enzima, a mestranda observou que houve uma transformação inesperada na proteína: ela deixou de ser constituída por quatro subunidades e passou a ter oito – é como se uma pessoa que medisse um metro e sessenta centímetros passasse a medir três metros e vinte.

Além de relembrar a oportunidade que o congresso lhe ofereceu para que interagisse com pesquisadores de sua área, Emérita destaca a importância do Prêmio SBBq 2016. “O prêmio foi um reconhecimento do esforço que tenho tido durante os mais de dois anos em que desenvolvo esse trabalho, porque cristalografia é uma área muito complexa”, diz a mestranda, que se graduou em biologia na Universidade Nacional Pedro Ruiz Gallo (Peru) e que, assim que defender sua tese de mestrado no IFSC este ano, pretende se doutorar no Canadá, onde deverá continuar analisando as enzimas do tipo superoxide dismutase.

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Para o Prof. Dr. Richard Garratt (IFSC/USP), que tem orientado o projeto de mestrado de Emérita, a importância do prêmio foi destacar trabalhos bem desenvolvidos e mostrar que, no Brasil, também se faz pesquisa de qualidade. De acordo com ele, a descoberta inesperada da multiplicação da assimetria da superoxide dismutase reforça que a ciência não é construída apenas por certezas, mas, também, por surpresas. E, para Garratt, as surpresas são as partes mais belas da ciência: “Às vezes, descobrimos algo que nos leva a outro caminho. Nós nunca sabemos o que vamos descobrir à cada experimento que fazemos. Isso faz com que a ciência seja estimulante”.

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O trabalho de Emérita tem sido desenvolvido em parceria com a Universidade de Michigan (EUA), que tem colaborado nas etapas que envolvem coleta de dados, cristalografia e a detecção dos metais, que é feita a partir da técnica de Ressonância Paramagnética Eletrônica.

Embora essa pesquisa seja básica e não tenha uma aplicação específica, Emérita pontua que o trabalho é fundamental para ajudar a entender como funcionam essas enzimas, além de contribuir com estudos que objetivam o desenvolvimento de medicamentos para combater os radicais livres.

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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