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5 de julho de 2016

Química poderá solucionar os principais desafios do setor de alimentos

Em conferência realizada na 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), evento que ocorre até 9 de julho na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), com diversas atividades norteadas pelo tema Sustentabilidade, tecnologia e integração social, o Prof. Dr. Adriano Defini Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), falou sobre como a química poderá solucionar grande parte dos desafios globais, em especial, os problemas que surgirão no setor de alimentos daqui a algumas décadas, tendo em vista que, até 2050, o número da população mundial deverá passar de sete para nove bilhões de pessoas.

Em 1960, um hectare (dez mil metros quadrados) de terra provia alimentos para duas pessoas. Em 2050, o mesmo espaço terá de alimentar mais de seis indivíduos – hoje não se alimenta nem os sete bilhões existentes -, o que demandará o desenvolvimento de novos produtos que protejam as culturas agrícolas contra determinados organismos. “Nesse sentido, a síntese química terá um papel fundamental”, pontuou o docente que, além de atuar no Grupo de Cristalografia do IFSC/USP, integra o comitê executivo do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), estabelecido por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Durante a conferência, o Prof. Andricopulo também destacou que os agroquímicos, que protegem as plantações contra pragas e doenças, são responsáveis pela existência de 40% dos alimentos cultivados atualmente, e que cientistas têm pesquisado cada vez mais compostos naturais, de modo a utilizá-los no desenvolvimento de novos produtos químicos para combater os organismos que representam perigo às plantações e que podem gerar resistência às substâncias já comercializadas.

Nesse sentido, as próprias plantas têm sido analisadas por pesquisadores, já que elas produzem misturas de substâncias químicas que afetam o comportamento de insetos, podendo interferir onde vão se alimentar ou procriar. “Essa informação pode ser usada para desenvolver métodos práticos para o controle de pragas”.

O docente também comentou a respeito do avanço do conhecimento sobre a nutrição vegetal, que favorece o entendimento de como melhorar a qualidade das plantas, permitindo criar maneiras mais fáceis para que elas possam absorver elementos vitais para o próprio desenvolvimento, como nitrogênio e fósforo. Embora este último possa se esgotar dentro de cem anos, a expectativa de Andricopulo é que a química também desempenhe um papel importante no desenvolvimento de novas tecnologias para recuperar o fósforo a partir de resíduos para potencial reutilização.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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