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18 de abril de 2016

Cristalografia reúne pesquisadores da América Latina

Vinte e cinco pesquisadores, dentre estudantes de doutorado e pós-doutorado e jovens especialistas, participaram da Macromolecular Crystallography School 2016 – From data processing to structure refinement and beyond.

Realizada no Instituto de Física de São MCS2016_1_300Carlos (IFSC/USP) entre os dias 4 e 13 de abril, a escola ofereceu palestras, tutoriais e treinamentos de métodos voltados ao estado da arte em cristalografia de macromoléculas (proteínas) e promoveu discussões a respeito de temas, como processamento de dados de difração e determinação de fase e refinamento de estrutura.

As atividades oferecidas pela escola foram ministradas pelos tutores Felipe Trajtenberg (Uruguai), Kay Diederichs (Alemanha), Paul Emsley (Reino Unido), Richard Garratt (Brasil), Eugene Krissinel (Reino Unido), Joana Pereira (Reino Unido), Andrey Lebedev (Reino Unido), Andrew Leslie (Reino Unido), Garib Murshudov (Reino Unido), David Waterman (Reino Unido), Pavol Skubak (Países Baixos), Randy Read (Reino Unido), Daniel Rigden (Reino Unido), Isabel Uson (Espanha) e Oleg Kovalevskiy (Reino Unido).

Esses tutores são pesquisadores e autores de programas computacionais que fazem parte do Collaborative Computational Project Nº 4 (CCP4), um projeto colaborativo sobre softwares voltados à cristalografia de macromoléculas que nasceu em meados da década de 1970, quando alguns especialistas notaram que cada grupo de pesquisa dessa área trabalhava de forma isolada, utilizando métodos próprios para estudar essas proteínas tão fundamentais para o entendimento das funções biológicas de qualquer organismo. Naquela época, não havia uma comunicação eficaz entre os pesquisadores e, portanto, não se fazia comparação de dados coletados por cada laboratório de pesquisa. “Com trinta e cinco anos de funcionamento, hoje o CCP4 é um centro de compartilhamento de softwares, conceitos de cristalografia de proteínas, manipulação de dados e de estratégias de como resolver e validar modelos de estruturas de proteínas”, explica o Prof. Dr. Eduardo Horjales (IFSC/USP), que organizou esta quarta edição do evento na América Latina, em conjunto com os docentes e pesquisadores Richard Garratt (IFSC/USP), Glaucius Oliva (IFSC/USP), João Renato Muniz (IFSC/USP), Ronan Keegan (STFC Rutherford Appleton Laboratory – Reino Unido), Garib Murshudov (MRC/LMB – Reino Unido) e Alehandro Buschiazzo (Institut Pasteur de Montevideo – Uruguai).

A escola ocorreu pela primeira vez em 2013, na América Latina, mais especificamente em Montevideo, no Uruguai. Em razão das cinquenta e cinco inscrições recebidas, uma segunda edição do evento aconteceu em 2014, no IFSC/USP. Em abril de 2015, a terceira edição da Macromolecular Crystallography School aconteceu em Montevideo. A edição de 2016 da escola envolveu participantes de vários países, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai, e, segundo o Prof. Horjales, superou as escolas anteriores em todos os aspectos, inclusive, no número recorde de inscritos: foram recebidas cinquenta e oito inscrições, mas, em razão da infraestrutura (cada participante devia ter acesso a um computador com todos os softwares requisitados), apenas vinte e cinco pesquisadores puderam participar do evento. “A organização dessa edição fluiu muito melhor e conseguimos fazer com que o contato entre os participantes fosse eficaz, mesmo com uma programação intensa de onze horas de trabalho diário”, pontua Horjales, que se surpreendeu com os comentários positivos que recebeu de todos os participantes, a respeito da escola.

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Além disso, um dos requerimentos do evento solicitava que os participantes tentassem resolver, ao longo do evento, a estrutura de proteínas com as quais vinham trabalhando há algum tempo. Com isso, mais de seis estudantes conseguiram resolver as estruturas de suas macromoléculas durante esta quarta edição. Três dessas proteínas, por exemplo, são oriundas de veneno de cobra e têm sido estudadas no sentido de aprimorar o conhecimento dessa substância e os soros utilizados para combatê-la no organismo humano. “Isso foi um avanço muito significativo em comparação com a quantidade de estruturas de proteínas solucionadas durante as escolas anteriores organizadas na América Latina e em países de outros continentes [além da América Latina, outras regiões recebem o evento anualmente, como, por exemplo, a América do Norte, Europa, Ásia e Austrália]”.

Em 2017, a próxima edição da Macromolecular Crystallography School será realizada novamente em Montevideo. A edição de 2018, que deverá ocorrer no Instituto de Física de São Carlos, também já está sendo idealizada pelos organizadores.

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Os participantes da Macromolecular Crystallography School 2016

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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