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14 de março de 2016

As mulheres do IFSC/USP

“Uma vez um colega me acusou de ‘ganhar uma discussão científica’ por estar usando perfume. Eu obviamente respondi que ganhei a discussão porque minha teoria era correta e a dele era errada. E porque sou mais inteligente que ele!”, afirmou a docente e pesquisadora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Barbosa, em entrevista concedida, em 2003, ao portal ComCiência .

Certamente, a situação pode ser familiar a muitas mulheres, especialmente àquelas que atuam em áreas de pesquisa dominadas por homens. Embora diversas mulheres, inclusive no Brasil, tenham ganhado destaque por suas pesquisas na área de exatas, elas ainda são minoria em cursos desta área. Para se ter ideia, em 2012, apenas 14% das jovens brasileiras que ingressaram na universidade escolheram campos relacionados à ciência*.

Mulheres_do_IFSCA baixa participação das mulheres nas carreiras científicas é explicada por fatos históricos, e inclusive culturais, mas é fato que essa participação, mesmo que ainda seja baixa, tem evoluído positivamente com o tempo, e as mulheres, seja na matemática, na física ou na química, têm ganhado cada vez mais espaço e destaque.

No Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), onde essa realidade não é diferente, um grupo de estudantes juntou-se para destacar as pesquisas e diversos outros trabalhos realizados pelas mulheres que compõem o quadro docente e discente do Instituto. “Tudo começou no meio de 2015, quando uma colega, ex-aluna do IFSC, Beatriz Bolini, que participava do grupo ‘Coletivo de Mulheres do CAASO-UFSCar’, começou a se incomodar com o fato de que seus professores e colegas de sala eram quase todos do sexo masculino. Começamos a conversar a respeito, e decidimos montar um coletivo para apoiar as meninas dos cursos do IFSC, pois notamos também que, além de serem poucas as mulheres que entravam nos cursos de graduação, muitas delas desistiam dos cursos depois de pouco tempo”, relembra Angélica Carrillo Silva, aluna do 2º ano do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, e uma das organizadoras do “Mulheres do IFSC/USP”.

Para evitar desistências e também aumentar a participação das mulheres nos cursos do Instituto, Angélica e outras estudantes de graduação e pós-graduação instituíram dois diferentes canais. O primeiro foi a criação de um grupo no Facebook “Mulheres do IFSC/USP” que, atualmente, já reúne 168 integrantes. “Algumas participantes do grupo, inclusive, são de fora do Instituto, e todas as integrantes são mulheres”, conta Angélica.

O segundo canal foi a criação da revista semestral “Mulheres do IFSC”, cuja primeira edição foi publicada no início de 2016, contando com o apoio da diretoria do IFSC para impressão dos exemplares, que ficam disponíveis no espaço de convivência “Horácio Panepucci”, no prédio dos LEF.

A revista traz entrevistas e textos que falam sobre pesquisas realizadas por mulheres no Instituto, bem como alguns editoriais escritos pelas próprias participantes do coletivo. “Pedimos às meninas que estão no grupo colaboração nas pautas e na própria escrita do conteúdo”, explica a aluna. “A próxima edição da revista deve sair em agosto desse ano e, novamente, o conteúdo será montado e escrito por aquelas que estiverem dispostas a colaborar”.

Outra iniciativa do “Mulheres do IFSC” é uma reunião informal, fora do Instituto, na qual as mulheres se reúnem para conversar sobre física e assuntos de outra natureza. Até o momento, dois encontros desse tipo já foram realizados. “Estamos também começando a fazer rodas de conversa, só entre alunas, para falar sobre física e sobre a vivência nos cursos de graduação. Também estamos em busca de projetos de iniciação científica que destaquem a representatividade das mulheres na ciência, mas esse é um projeto que ainda está em andamento”, adianta Angélica.

Mesmo sem ter tido tempo para mensurar o retorno da iniciativa, Angélica acredita que esta pode ser de grande auxílio às participantes. “Essa é uma maneira não somente de ganhar representatividade na física, mas também para mostrar que existimos e estamos na luta pelo reconhecimento”, finaliza a estudante.

Aquelas que se interessarem em fazer parte do “Mulheres do IFSC” podem entrar em contato através do grupo no Facebook ou pelo e-mail mulheresdoifsc@gmail.com

*Fonte: www.todospelaeducacao.org

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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