Um novo tipo de ataque virtual tem ganhado notoriedade: o ransomware (ou “sequestro de dados”, em português), sendo que, no Brasil, ele começou a aparecer com mais frequência há três anos, ganhando bastante força em 2015, após diversos episódios de invasão de sites de pequenas empresas ou de prefeituras municipais de pequenos municípios.
De acordo com o chefe da Seção de Informática do Instituto de Física de São Carlos (ScInfor- IFSC/USP) Luciano Joioso, o ransomware não é o tipo de ataque virtual “tradicional”, em que hackers invadem sites ou computadores específicos. “Os responsáveis por esses ataques utilizam-se de técnicas de engenharia social para invadir qualquer computador”, exemplifica Luciano.
Links que prometem desempenho melhor ou mais rápido ou a limpeza de arquivos desnecessários do computador são as principais portas de entradas para que o ransomware seja aplicado. Ao clicar em links com “promessas” como as descritas acima, que podem aparecer tanto em e-mails como nas próprias páginas de navegação de sites, o computador (ou qualquer outro aparelho smart, como tablets e celulares) será infectado.
Ao clicar nesses links, um programa é baixado e, ao executá-lo, pensando que o resultado será positivo, o usuário, na realidade, instala o ransomware que, por sua vez, bloqueará todos os arquivos da máquina. “É como se uma senha fosse colocada em todos os arquivos do computador. Ao reiniciá-lo, uma mensagem aparecerá dizendo que os dados foram sequestrados, e só serão desbloqueados com o pagamento de U$3 mil no formato de bitcoins*. E, mesmo que esse pagamento seja feito, não há garantia de que os arquivos serão realmente desbloqueados”, elucida Luciano.
Dicas para se proteger
Para se proteger do de um ataque do tipo ransomware, o caminho é o mesmo para proteção contra qualquer outro tipo de vírus virtual: não clicar em links desconhecidos ou suspeitos (até mesmo recebidos de pessoas conhecidas). “Abrir o e-mail que vem com esse link não infectará o computador. O problema é clicar neste link e executá-lo na máquina”, enfatiza Luciano.
Caso a máquina seja infectada, formatá-la pode resolver o problema parcialmente, ou seja, ela voltará ao seu funcionamento normal, mas todos os arquivos serão perdidos de qualquer forma. Portanto, outra medida importante é manter o backup de dados atualizado. “É primordial que o backup seja feito numa mídia externa, isto é, um HD externo, pendrive, cartão de memória etc.”, explica o chefe da ScInfor.
Separando “o joio do trigo”
A instalação de jogos, programas e aplicativos tornam o computador, de fato, mais lento. Isso porque eles ocupam (muitas vezes grande) espaço da memória do micro, comprometendo seu desempenho.
Mesmo assim, existem softwares que, de fato, são capazes de melhorar a performance dos computadores, e, antes de baixá-los, o ideal é pedir a opinião a pessoas especializadas no assunto. “Antes de fazer o download de qualquer programa, é importante pesquisar na Internet e conferir algumas avaliações de usuários. E, para baixá-los, o ideal é entrar diretamente no site do próprio fabricante do programa ou de algum site de downloads conhecido, como Superdownloads e o Baixaki, por exemplo”, aconselha Luciano.
Seja em casa ou no trabalho, todo cuidado é pouco, mas computadores de uso profissional requerem um cuidado ainda maior por parte o usuário. “No caso de um computador de um órgão público, por exemplo, não há verbas para ‘pagamento de hackers’, então a recuperação dos arquivos pode se tornar ainda mais complicada. Ter o backup é a melhor forma de se prevenir contra a perda de dados causada por ransomware ou qualquer outro ataque virtual”, finaliza Luciano.
*Bitcoin é uma rede de pagamento inovadora e um novo tipo de dinheiro. Bitcoin usa a tecnologia ponto-a-ponto para operar sem a necessidade de uma autoridade central ou banco; as transações com bitcoins são gerenciadas coletivamente pelos usuários da rede. (Fonte: https://bitcoin.org/pt_BR/)
Assessoria de Comunicação
