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29 de abril de 2015

Mais uma parceria concretizada

Entre fevereiro e abril deste ano, o Grupo de Biotecnologia Molecular do Instituto de Física de São Carlos (GBM- IFSC/USP), através do docente Igor Polikarpov, recebeu dois alunos da University of Bath (Inglaterra) em seu laboratório, como uma das ações resultante da parceria firmada entre as duas universidades em 2014 no âmbito do projeto Global Innovation Initiative (GII). Orientados por Igor, os estudantes Alvaro Cruz-Izquierdo e Marcus Johns estenderam as pesquisas que desenvolvem em Bath aproveitando a infraestrutura instalada no IFSC.

University_of_Bath-_logoA pesquisa de Álvaro é relacionada à produção de compósitos candidatos à construção de elementos eletrônicos para aparelhos renováveis. “Um dos maiores problemas que enfrentamos hoje é relacionado ao descarte de eletrônicos. Todo ano, muitas pessoas trocam seus aparelhos móveis, por exemplo, e o anterior é jogado fora. O que fazer com todo esse lixo eletrônico?”, questiona Igor.

É justamente na solução desse problema que tem trabalhado Álvaro, que busca por componentes eletrônicos sustentáveis. Uma solução encontrada por ele foi o desenvolvimento de um material biodegradável, capaz de substituir, entre outras coisas, as placas-mãe dos computadores e os chips de celulares, que, atualmente, tem como componente principal o silício. “A pesquisa de Álvaro é voltada ao desenvolvimento de materiais biodegradáveis com base nos polímeros de celulose, misturados a alguns espessantes, como argila, por exemplo”, explica Igor.

Igor-_Alvaro_e_MarcusA conexão com os estudos realizados no IFSC foi com os processos de degradação de materiais advindos de fontes renováveis, possíveis de serem biodegradados com a utilização de enzimas. Álvaro também teve oportunidade de acompanhar diversos experimentos nos laboratórios do Grupo realizados com técnicas de microscopia confocal.

O estudo de Marcus é mais ligada à área de saúde. O pesquisador britânico estuda possibilidades da utilização de células-tronco na substituição de tecidos ósseos e de ligamentos, tendo-se em vista que células-troncos podem ser transformadas nesses tecidos, que são facilmente regenerados a partir delas. “Qualquer um que já teve problemas relacionados ao ligamento sabe que uma cirurgia pode ser cara e dolorosa. Atualmente, a única forma de recuperação do ligamento é na retirada de pedaços de outro ligamento, que substitui o danificado. Esse é um tratamento medieval e a opção oferecida pelas células-tronco seria a alternativa moderna para isso”, elucida Igor.

O “link” com as pesquisas do GBM é através de estudos relacionados a enzimas que reconhecem e se ligam à celulose, que já há algum tempo são estudadas por orientandos do Igor. A ideia é poder guiar as células-tronco em direção a essa matriz de celulose pura, possível substituta de ossos e ligamentos danificados. “Uma vez depositadas em cima dessa matriz, as células-tronco poderão, posteriormente, formar os ligamentos requeridos ou uma parte dos ossos que precisa ser substituída”, exemplifica Igor. “O maior desafio do trabalho é saber como guiar as células-tronco até a matriz, e uma de nossas ações é o uso de proteínas que atuam sobre celuloses. Se isso for possível, uma nova tecnologia poderá ser desenvolvida para se criar ligamentos e ossos no formato desejado”.

Obviamente, todos os trabalhos foram acompanhados de perto por Igor e também pelo docente do Grupo de Óptica do IFSC, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, que participa ativamente dos trabalhos. A troca de conhecimentos, obviamente, caminha nas duas direções, trazendo mais conhecimento científico aos estudantes de Bath e aos do IFSC, além de reforçar o intercâmbio internacional de informações, cada vez mais concreto no Instituto.

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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