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26 de setembro de 2014

FAPESP seleciona projeto do IFSC

O projeto intitulado “Establishing of a joint X-ray crystallographic pipeline for structural analysis of membrane transporters”, que será coordenado pelos docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Igor Polikarpov e João Renato Carvalho Muniz, figura como um dos seis projetos aprovados pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) na chamada de trabalhos que teve como principal objetivo cooperação científica entre universidades brasileiras e britânicas. Para o desenvolvimento do projeto em questão, a universidade britânica que atuará como parceira será a University of Birmingham (Inglaterra), através do pesquisador Vassiliy Bavro.

Joao_Renato-_FAPESPEmbora com um título extenso e, para alguns, de difícil compreensão, o projeto apresenta uma proposta que tem como foco o aprimoramento e, inclusive, sustentabilidade na produção de etanol de 2ª geração. Seu principal alvo é a resolução das estruturas proteicas que compõem membranas de bactérias gram-negativas.

Certas proteínas de membranas das bactérias gram-negativas controlam a entrada e saída de quaisquer substâncias na bactéria, e algumas dessas proteínas, com formato de poro, têm capacidade de romper a celulose, principal constituinte das paredes celulares das plantas. “A celulose, quando degradada, gera grande quantidade de glicose. Após o emprego de alguns processos químicos realizados durante etapas de pré-tratamento da biomassa, naturalmente algumas bactérias e fungos são capazes de degradar a celulose que, posteriormente, pode ser transformada em etanol”, explica João Renato. “O cerne de nosso trabalho é, justamente, compreender esse processo de quebra da glicose por fungos e bactérias, porém do ponto de vista estrutural”.

Atualmente, para produção de etanol, usineiros aproveitam somente o suco extraído da cana de açúcar, enquanto o bagaço, que também oferece a matéria-prima desejada para produção do combustível, é jogado fora ou queimado. “As usinas produtoras de etanol de 2ª geração querem que sua produção seja baseada em biomassa, que pode ser convertida em açúcares fermentáveis”, elucida o docente. “A partir disso, não só o bagaço da cana entraria como matéria-prima, mas também restos de plantas, como folhas, galhos etc.”.

As chances de concretização

No projeto conjunto IFSC/Birmingham, a análise é trabalhosa e minuciosa. João Renato conta que a proposta reúne tecnologia do estado da arte e conhecimentos disponíveis no Instituto de Microbiologia e Infecção (IMI) e no Grupo de Biotecnologia Molecular do IFSC, do qual João Renato faz parte. “Com base na cooperação fortemente sinérgica, esse trabalho irá proporcionar novas descobertas na biologia estrutural no estudo de alvos de suma importância, como os de proteínas de membrana”, explica o docente, afirmando que os resultados conseguidos poderão revolucionar a maneira de se produzir etanol.

O prazo da FAPESP para apresentação de resultados é de dois anos. Durante esse tempo, a Fundação oferecerá apoio financeiro e de infraestrutura. Com esse cronograma relativamente apertado, João Renato diz que alguns alvos já foram selecionados. “Essa é uma pesquisa inédita no Brasil. Isso foi, inclusive, um dos grandes apelos do projeto: sediaremos o primeiro Centro dedicado ao estudo de proteínas de membranas”, comemora o docente.

Ele diz que a grande realização pelo projeto do IFSC ter sido selecionado pela FAPESP é que se trata de uma chamada com grandes chances de se tornar, num futuro próximo, um estudo grande e com muitos envolvidos, inclusive a nível mundial. “Nessa pré-chamada, a FAPESP selecionou os projetos que considera promissores. Depois de dois anos, aqueles que apresentarem resultados satisfatórios receberão um apoio ainda maior, inclusive financeiro. Faremos todo possível para permanecer entre os selecionados”, conclui João Renato.

Para conhecer os outros cinco projetos aprovados, clique aqui .

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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