O CNPq aprovou, recentemente, a atribuição de dois novos modelos de bolsas para pesquisadores que atuam na área de Divulgação Científica.
O primeiro modelo corresponde a Bolsa de Produtividade Científica (PQ), que será atribuída ao pesquisador detentor de comprovado mérito científico na área, incluindo sua contribuição científica nas áreas científica e tecnológica e de inovação sobre seu trabalho de divulgação científica. Além desses quesitos, os candidatos a esta bolsa terão de comprovar relevância, originalidade e repercussão da produção sobre divulgação científica, formação de recursos humanos em nível de Pós-Graduação, coordenação ou participação em projetos e/ou redes de pesquisa que contemplem divulgação científica. A inserção internacional do proponente, sua participação como editor científico e em atividades de gestão científica e acadêmica serão, também, pontos que irão pesar na atribuição da referida bolsa.
O segundo modelo é a Bolsa em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT), sendo que neste perfil os candidatos serão avaliados pela sua efetiva contribuição em divulgação científica. Os critérios de avaliação incluem produção escrita em diversas mídias e em atividades para o público e patentes, mérito da proposta de suas ações em divulgação científica, relevância, originalidade e repercussão da produção de divulgação científica do candidato. Também terão peso na decisão do CNPq trabalhos de coordenação ou participação do candidato em projetos, redes e/ou outras iniciativas de divulgação científica, incluindo gestão de museus e centros de ciência, formação de recursos humanos para a divulgação científica e/ou educação em ciências, ou atividades profissionais afins, de qualquer nível. O candidato a esta bolsa deverá, ainda, ter participação em atividades de gestão científica e acadêmica, ter inserção internacional, participação como editor científico e ter, ainda, uma produção tecnológica e interação com o parque produtivo.
Os pesquisadores serão contemplados nos Níveis 1 (A,B,C,D) e 2, de acordo com suas qualificações, sendo que as propostas seguirão os calendários das bolsas PQ e DT, inclusive para este ano de 2013.
Uma nova visão do CNPq
Para o Presidente do CNPq, Prof. Glaucius Oliva, estas duas novas modalidades de bolsas coroam uma nova visão do CNPq em relação à valorização das atividades de educação e de divulgação científica, sendo que elas são centrais para a própria sobrevivência da iniciativa cientifica no Brasil, em vários aspectos.
O primeiro aspecto relaciona-se com a importância e a obrigação que os pesquisadores têm em se comunicar com a sociedade – que financia a ciência e a educação superior do Brasil -, já que não é uma atividade barata, como explica o Presidente do CNPq: É fundamental que a sociedade compreenda o que a ciência faz e o valor de seu trabalho para a própria sociedade: e ninguém melhor para explicar tudo isso do que os cientistas e os divulgadores de educação e de ciência. Então, o CNPq quer, cada vez mais, criar estímulos para que os cientistas entendam que é necessário divulgar tudo aquilo que fazem, de uma forma compreensível para o grande público – e isso é parte integral da sua missão acadêmica.
Além de motivar as pessoas a fazerem pesquisa, publicar trabalhos e obter resultados, esta nova medida do CNPq pretende não deixar desequilibrar a atividade (que contribui com 3% do conhecimento mundial), ao instituir uma promoção à educação e divulgação científica, um complemento que é considerado importante e que se alia à ação de concessão das 14 mil bolsas de produtividade científica que foram distribuídas a pesquisadores nacionais, desde 1985, ano em que elas começaram a ser oferecidas.
Neste sentido, o CNPq introduziu, há cerca de cinco anos, outra modalidade de bolsa – Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) – dedicada a um perfil de pesquisadores mais voltados para a inovação, desenvolvimento tecnológico, interfaces com empresas e para produção de inovações – inclusive inovações sociais.
Mais recentemente, a agência decidiu ampliar horizontes: Existe um número apreciável de pesquisadores que são excepcionais na área da divulgação científica e que nem sempre encontravam espaço para conquistarem seu reconhecimento nos comitês temáticos. Por exemplo, aqui em São Carlos houve uma grande liderança na divulgação científica – o saudoso Prof. Dietrich Schiel, que sempre atuou na área e na divulgação da Física. Se ele fosse pedir uma bolsa de produtividade para o Comitê da Física do CNPq, com certeza não conseguiria porque não tinha publicações e orientações em número suficiente. Nesse sentido, o CNPq implementou agora a atribuição de bolsas de Produtividade em Divulgação Científica, com a duração de três anos, divididas em duas modalidades. A primeira foi aquela de que já se falou – Bolsa de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) – dedicada a indivíduos que desenvolvem trabalhos práticos, aqueles que realmente vão a campo fazer grandes ações de divulgação científica, coordenando trabalhos em feiras científicas pelo Brasil a fora, organizando e coordenando semanas de ciência e tecnologia. A segunda – Bolsa de Produtividade Científica (PQ) – é destinada a indivíduos que têm como atividade principal a pesquisa na divulgação científica, quer dizer, desenvolvem ferramentas, vão para as classes, aplicam esses materiais, colhem estatísticas antes da aplicação do material, etc., elucida Glaucius Oliva.
Para o Presidente do CNPq, esta nova metodologia da agência não é um ato isolado, passando a ser, segundo ele, uma política de estado, uma política institucional de estímulo e de valorização da atividade de educação e de divulgação científica.
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Assessoria de Comunicação