Notícias

22 de julho de 2025

Livro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano menciona atividade de difusão científica na USP São Carlos

A Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano acaba de disponibilizar a versão em PDF do livro intitulado “Indigenous Peoples’ Knowledge and the Sciences: Combining Knowledge and Science on Vulnerabilities and Solutions for Resilience” (“A sabedoria dos povos indígenas e as ciências – Combinando conhecimento e ciência” – tradução livre), uma publicação que resume o workshop realizado nos dias 14 e 15 de março de 2024, no Vaticano, tendo como base aspectos relevantes em termos de mudanças climáticas. Os editores deste livro são Joachim von Braum, Presidente da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano e Helen Alford, Presidente da Pontíficia Academia de Ciências Sociais do Vaticano.

No prólogo desta publicação é salientado que os povos indígenas, em todo o mundo, têm uma relação dupla com as mudanças climáticas. Por um lado, eles representam um caso claro de injustiça climática, pois são os que menos contribuíram e os que mais sofrem com os eventos extremos relacionados ao clima e à degradação dos ecossistemas.

Essas mudanças têm consequências profundas em seus meios de subsistência e bem-estar, e suas vozes muitas vezes não são ouvidas em nível local ou nacional.

Esses povos, cuja atuação pouco tem influído nas mudanças climáticas verificadas ao longo dos anos, são os menos apoiados por políticas e programas públicos do que outros segmentos da sociedade.

Por outro lado, os povos indígenas podem desempenhar um papel importante para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, além de oferecerem oportunidades de conhecimentos relacionados à saúde.

Eles possuem ricos sistemas de conhecimento tradicional, frequentemente negligenciados, especialmente sobre ecologia, gestão e restauração de ecossistemas naturais e resposta às mudanças climáticas.

Segundo o prólogo deste livro, existe uma oportunidade para uma ponte ideológica entre seus sistemas de conhecimento e a ciência para o desenvolvimento de soluções novas e inovadoras para mitigação e resiliência às mudanças climáticas, bem como para a conservação da biodiversidade.

Educação científica como perspectiva para jovens minorias em geral – O exemplo da USP São Carlos

Tendo como subtítulo “Educação científica como perspectiva para jovens minorias em geral”, esta publicação apresenta entre as páginas 413/422 um capítulo dedicado à difusão científica feita na USP São Carlos, tendo como base que a necessidade de se fazer educação científica é geral e independe da localização geográfica onde vivemos e das condições em que vivemos.

Assinado pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, Marcel Firmino,  Brás José Muniz, Anderson Muniz, Mirian Barbosa, Yordana Gamez e Giovana Bertolino, este capítulo salienta que todos aproveitam os avanços tecnológicos e todos desejam preservar seus costumes mais profundos. A globalização de praticamente tudo no planeta torna impossível para qualquer comunidade viver exclusivamente com base em tradições antigas. É necessário preservar a tradição e preparar todos para o uso adequado que ajude a preservar as tradições.

Mudanças climáticas, doenças em geral e poluição afetam a todos, independentemente de viverem isolados ou não. O mundo é agora uma grande comunidade onde todos são afetados pela irresponsabilidade de outros, e todos podem se beneficiar dos avanços tecnológicos que a humanidade está desenvolvendo.

Neste capítulo é destacado que educar crianças cientificamente não é quebrar tradições; pelo contrário, é prepará-las para desfrutar do conhecimento que lhes permitirá manter suas tradições e preservar seu próprio povo, enquanto ainda desfrutam dos benefícios tecnológicos. A questão é como fazer isso, visto que muitas comunidades vivem em condições que não contêm formas tradicionais de educação ou resistem a adquiri-la.

Kits educativos ou apresentações teatrais são formas adequadas de levar conhecimento científico a praticamente qualquer lugar. Além desses aspectos, há um fato de extrema importância para diferentes comunidades, incluindo as indígenas: ensinar ciências é uma forma de preparar todos para compreender melhor a natureza e, consequentemente, desenvolver maneiras de preservá-la, mesmo quando é necessário explorá-la para obter suprimentos básicos de sobrevivência.

Neste capítulo, os autores descrevem um pouco de sua experiência no ensino de ciências para diferentes tipos de comunidades e os resultados alcançados.

Vale a pena conferir.

Acesse o PDF do livro AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus