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10 de março de 2025

Pesquisadores do IFSC/USP revelam como a resistência a antibióticos carbapenêmicos se espalham em hospital brasileiro

(Créditos – “First Post”)

Estudo liderado por pesquisadores do IFSC/USP alerta para nova ameaça à saúde pública.

Um estudo inovador liderado por pesquisadores do IFSC/USP, em parceria com o University Medical Center Utrecht (Holanda) e o Hospital Risoleta Tolentino Neves (MG), revelou que um tipo de material genético, chamado plasmídeo IncQ1, está ajudando a espalhar genes que resistem a antibióticos em um hospital brasileiro.

Publicado na prestigiada revista científica Microorganisms, o estudo alerta para o risco crescente desse fenômeno invadir e permanecer no ambiente hospitalar, o que pode dificultar o tratamento de infecções.

Os antibióticos carbapenêmicos são considerados uma das últimas opções para tratar infecções graves, mas, no entanto, muitas bactérias desenvolveram um mecanismo de defesa contra eles, chamado KPC, que torna esses antibióticos ineficazes. O estudo analisou 49 amostras de bactérias coletadas entre 2009 e 2016 em um hospital de Belo Horizonte e descobriu que 67% delas possuíam o gene blaKPC, responsável por essa resistência. Dessas, 85% tinham o gene armazenado em uma configuração genética denominada NTEKPC-IId diferente das normalmente encontradas no país, um pequeno pedaço de DNA que pode ser

Esquema do plasmídeo IncQ1 que carrega o elemento genético NTEKPC-IId, que se espalhou pelas bactérias do hospital

transferido facilmente entre diferentes bactérias. O grupo identificou, também, que essa configuração genética estava sendo carreada entre as diferentes bactérias do hospital através de um elemento genético conhecido como plasmídeo IncQ1.

Os pesquisadores descobriram que esse material genético pode passar de uma bactéria para outra, atingindo espécies como Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Enterobacter spp., sem prejudicar a sobrevivência das bactérias, significando que a resistência pode se espalhar rapidamente entre microrganismos diferentes dentro do hospital.

Uma das descobertas mais preocupantes foi a identificação de uma bactéria da espécie Enterobacter cloacae, que possuía 8 plasmídeos diferentes, sendo que quatro deles carregavam um total de 24 genes de resistência a antibióticos de diferentes classes. Além do gene de resistência ao carbapenêmico nesta bactéria, os pesquisadores ressaltam outro gene chamado mcr-9, que confere resistência à colistina – um antibiótico usado como última alternativa para tratar infecções graves. A combinação desses vinte e quatro genes de resistência dificulta ainda mais o tratamento, tornando algumas infecções praticamente intratáveis.

Os pesquisadores destacam a importância de monitorar e entender como essas bactérias resistentes se espalham para desenvolver estratégias eficazes de combate. “A presença desses plasmídeos móveis e sua capacidade de transmissão entre diferentes espécies representam um grande desafio para o controle da resistência aos antibióticos”, afirma a Profª Dra. Ilana Camargo, do Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares – LEMiMo – do IFSC/USP e coordenadora do estudo, que acrescenta: “Quando falamos sobre a disseminação da resistência antimicrobiana (RAM), pensamos na disseminação de uma espécie de bactéria resistente por toda a enfermaria do hospital ou UTI. No entanto, esta não é a única maneira pela qual a RAM se espalha”, explica a pesquisadora.

Profª Dra. Ilana Camargo

Neste estudo, conduzido pela Dra. Camila Boralli durante o seu Doutorado junto ao LEMiMo (ISFC-USP), ela mostrou que elementos genéticos móveis podem se esconder em várias espécies de bactérias e dificultar a percepção de que há uma disseminação. “A Dra. Boralli queria estudar diferentes ambientes genéticos carregando o gene blaKPC em bactérias gram-negativas de um hospital em Belo Horizonte. O hospital forneceu bactérias resistentes a carbapenêmicos de 2009 a 2016, e Camila as rastreou para a presença do gene KPC, a presença de Tn4401 e clonalidade. Ela investigou apenas diferentes clones carregando NTEKPC e, para nossa surpresa, havia apenas o tipo NTEKPC-IId naquele hospital. Além disso, esse elemento estava em plasmídeos do tipo IncQ1, mostrando disseminação multiespécies. Embora ela também tenha investigado a capacidade de replicação e conjugação desses plasmídeos em diferentes espécies – cientistas, vale a pena conferir! -, a primeira mensagem que precisamos que você se lembre é que a disseminação de RAM também significa disseminação de genes. Você pode não ter apenas uma espécie se espalhando, mas um plasmídeo escondido e conjugando-se a diferentes espécies bacterianas. Neste caso, plasmídeos do tipo IncQ1 carregando NTEKPC-IId foram encontrados em várias bactérias, incluindo as linhagens clonais de alto risco K. pneumoniae ST11 e ST147”, finaliza a pesquisadora.

Este estudo contou com os financiamentos da CAPES e CNPq.

Para conferir o artigo científico, clique AQUI.

(Créditos da imagem na Home – “Global Press Journal”)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de janeiro de 2025

Comemorações em 2025 – Ano Internacional das Ciências e Tecnologias Quânticas

É quase impossível termos a “teoria de tudo”, ou seja, aquele conjunto de leis básicas que explicam tudo ao nosso redor, sem exceção.

Em toda a teoria que os cientistas conseguem elaborar sempre fica faltando algo: contudo, pode-se dizer que, se existe algo que esteja próximo a uma “teoria do tudo”, esse algo será a chamada “Mecânica Quântica”.

Considerada a maior conquista da mente humana, as ciências quânticas estão neste ano comemorando o seu centenário, e por essa razão a UNESCO resolveu declarar 2025 o “Ano Internacional das Ciências e Tecnologias Quânticas”, sendo que nos dias 4 e 5 do próximo mês de fevereiro ocorrerá, na sede da UNESCO, em Paris, o lançamento desta comemoração, tudo se conjugando para que seja um evento grandioso com palestras, mesas redondas e exposições alusivas ao tema.

O Prof. Luís Davidovich, ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) representará o Brasil, participando como presidente de uma das mesas redondas programadas.

No IFSC/USP – Primeiro relógio atômico do tipo “Fountain” construído no Brasil- pioneirismo nas tecnologias quânticas

Sobre o tema em questão, lembramos que o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) tem trabalhado ativamente e realizado contribuições significativas para os avanços desta disciplina. A física quântica é uma teoria que nasceu para explicar os átomos e as moléculas e como se chegou às propriedades atuais da matéria em geral, sendo que hoje esta teoria está enraizada, por exemplo, na química, na biologia e na engenharia. Sobre este tema, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Vanderlei Bagnato sublinha que se trata de estabelecer os princípios fundamentais para explicar a natureza de tudo que existe ao nosso redor e que tem como base que as partículas da natureza se comportam como ondas com oscilações temporais e espaciais.

“Demorou aos cientistas cerca de cem anos para chegarem a dominar de forma satisfatória estes princípios e ainda há muito a descobrir. Mais recentemente, o entendimento humano sobre estes conceitos evoluiu tanto, que usando tais propriedades somos capazes de transmitir melhor e de forma mais segura todo o tipo de informações, além de podermos criar computadores mais poderosos que os atuais. Os fenômenos quânticos estão crescendo de tal forma e adquirindo tanta importância que o mundo inteiro está se mobilizando em esforços científicos para fazer a melhor utilização das tecnologias quânticas. O entusiasmo entre os jovens pesquisadores é muito grande e o desejo de que as barreiras técnicas existentes sejam vencidas e permitam a escalabilidade daquilo que tem sido feito através de demonstrações em pequena escala, tem movimentado um grande volume de recursos e promovendo um avanço da área”, sublinha o pesquisador.

Comemorações no IFSC/USP

Visita de dois dos maiores cientistas da revolução quântica: N. Ramsey e D. Kleppner em vista aos laboratórios de física quântica com átomos frios de São Carlos. Foto de 1990, logo após N. Ramsey receber o prêmio Nobel de Física em 1989

No IFSC/USP, diversos pesquisadores trabalham em desenvolvimento, tanto promovendo avanços teóricos quanto experimentais, e, em alguns casos, o conhecimento quântico é que move as tecnologias mais modernas. O relógio atômico que se encontra em uma das áreas do IFSC/USP e que marca o pioneirismo no Brasil, é a mola propulsora para diversas tecnologias, como o GPS, que permite usar diversas ferramentas de localização e navegação, sendo também um instrumento quântico que se baseia nas propriedades quânticas dos átomos para medir o tempo, que cria as bases de toda a moderna telecomunicação com um poder gigantesco na transmissão de dados e informações. Mas, a tecnologia quântica não para por aí. Modernos sensores prometem uma revolução no entendimento dos processos básicos da vida e no tratamento de doenças e o chamado movimento “The Quantum for Live” deverá fazer diversos avanços importantes que vão além dos computadores e detectores quânticos.

No IFSC/USP, para comemorar o “Ano Internacional das Ciências e Tecnologias Quânticas”, um conjunto de professores liderados pelo Prof. Dr. Emanuel Henn está organizando, para o fim deste ano, um workshop denominado “A Revolução Quântica”, devendo contar com a presença de diversos premiados com o Prêmio Nobel nesta importante área das ciências. Diversos eventos ocorrerão em todo o mundo e nossos professores farão parte de um grande elenco inserido neles. Segundo o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, um kit especial educacional, mostrando fenômenos quânticos a alunos do ensino médio e fundamental, também deverá ser lançado por ocasião dos workshops em São Carlos. Certamente será um ano de grandes atividades neste sentido, que poderão trazer estes conceitos mais perto da população, principalmente dos estudantes.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2023

“1ª Semana da Pós-Graduação da USP São Carlos” – Recepção aos recém-chegados à pós-graduação no Campus USP de São Carlos

De 27 a 31 de março, o Campus USP de São Carlos promoverá a “1ª Semana da Pós-Graduação da USP de São Carlos”, com uma série de eventos (gratuitos) que têm como objetivo recepcionar todos os recém-chegados à pós-graduação no nosso Campus, de forma a que sua integração nos diversos programas seja a melhor possível, naquilo que é considerado um novo patamar de suas vidas acadêmicas e que certamente apresentarão novos desafios.

O evento, que não necessita de inscrições prévias, é aberto a todas as pessoas interessadas e as atividades conjuntas ocorrerão de forma presencial no auditório “Fernão Stella de Rodrigues Germano”, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), com transmissão ao vivo nos canais do Youtube das unidades do Campus que fazem parte da iniciativa. Para participar, basta acessar um desses canais, conforme especificado no site do evento, ou comparecer nos locais em que as atividades acontecerão.

A programação

Da intensa e interessante programação já definida (confira no final do texto), o destaque deste evento vai para a cerimônia de abertura que ocorrerá no dia 28 do corrente mês, no auditório “Fernão Stella de Rodrigues Germano”, a partir das 14 horas, que contará com a presença dos professores Márcio de Castro Silva Filho, pró-reitor de Pós-Graduação da USP, e Paulo Jorge Parreira dos Santos, diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Como tudo começou

Promovida pela biblioteca da EESC com apoio da coordenação da pós-graduação da unidade, a 1ª edição do evento denominada A Pós-graduação da EESC na Biblioteca aconteceu em 2005. Após 12 anos, em 2017, o evento recebeu o nome de Semana da Pós-Graduação na EESC, tendo em vista a maior adesão dos programas de pós-graduação da EESC na programação da semana e a participação de membros docentes e discentes na comissão organizadora.

Foto (Arquivo)

Em 2020, a comissão de pós-graduação do ICMC foi convidada para compor uma parceria na realização do evento, que passou a se chamar 16ª Semana da Pós-graduação da EESC e a 1ª Semana da Pós-graduação do ICMC. Em função do sucesso dessas edições anteriores, a partir de 2023, as comissões de pós-graduação de outras duas unidades do campus, IFSC e IQSC, bem como suas respectivas bibliotecas, decidiram realizar a iniciativa em conjunto.

Mesmo com tantas mudanças, o evento permanece com sua ideia original: promover a recepção dos estudantes de pós-graduação e apresentar os recursos informacionais disponíveis nas bibliotecas, assim como as facilidades e orientações técnicas-administrativas para maior integrá-los à vida acadêmica.

Um desafio que fica muito mais fácil de ser superado quando todos estão juntos.

Para conferir a programação completa da “1ª Semana da Pós-Graduação da USP de São Carlos”, bem como todas as restantes informações relativas a este evento, clique AQUI.

(Adaptado ao texto original da autoria de Denise Casatti/ICMC)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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