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1 de fevereiro de 2024

Fábrica de artigos

Por Sigmar de Mello Rode

Fotografia mostrando vários pedaços de papel colorido picado.

Imagem: Mel Poole.

 Na última reviravolta na pressão por maior publicação de cientístas, empresas produzindo documentos falsos estão tentando “subornar” editores de periódicosFrederik Joelving, editor da Retraction Watch, publicou na Science em janeiro de 2024 o texto Paper Trail,1 uma série de entrevistas e citações sobre intermediários furtivos de algumas contas que produzem dezenas ou até centenas de milhares de artigos todos os anos. Muitos contêm dados inventados; outros são plágios classificados ou de baixa qualidade. Independentemente disso, os autores pagam para ter seus nomes neles, e as fábricas podem obter lucros consideráveis.

Em junho de 2023, Nicholas Wise da Universidade de Cambrigde encontrou no Facebook uma empresa chinesa, Olive Academic, que em vez de visar potenciais autores e revisores, estava buscando editores de  periódicos e oferecendo grandes somas de dinheiro em troca do aceite de artigos para publicação através de um formulário on-line.

Matt Hodgkinson do Office of Research Integrity (ORI) e membro do COPE, afirma que dezenas de milhões de dólares fluem pelas fábricas de artigos a cada ano. Com isso periódicos e editoras, reconhecendo a ameaça, reforçam suas equipes de integridade de pesquisa, e investem em maneiras de melhorar a identificação do envolvimento de terceiros.

Por essa razão, as fábricas de artigo, ricas em dinheiro, estão adotando uma nova tática: subornar editores e colocando seus próprios agentes em conselhos editoriais para garantir a publicação de seus manuscritos. Muitos como editores convidados de números especiais, editados separadamente, ou até mesmo como diretores ou membros de conselhos editoriais de periódicos. Matt cita que é provavelmente apenas a ponta do iceberg.

Olive Academic apresenta editores como Malik Alazzam e Omar Cheikhrouhou, da Tamjeed Publishing, que aparecem como editores responsáveis de artigos e edições especiais com três dias da submissão à publicação, da HindawiMultidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI) e IMR Press. A Olive Academic e Tamjeed estão longe de ser as únicas empresas que empregam editores com credenciais questionáveis, estudantes, ou mesmo inventados. Anna Abalkina da Universidade Livre de Berlim cita também a Tanu.pro e a iTrilon.

Editoras como Elsevier e Taylor & Francis relatam sua preocupação com o assédio aos seus editores pela oferta de dinheiro em troca da aceitação dos artigos.

Xiaotian Chen, bibliotecário da Universidade Bradley que estudou fábricas de artigos na China, diz que os editores não são inocentes. Chen ressalta que as editoras não mostraram nenhum sinal de reduzir as dezenas de milhares de edições especiais publicadas todos os anos em periódicos de acesso aberto – supostamente o alvo preferido. Tais questões geram lucros substanciais das taxas de publicação pagas pelos autores. “Algumas das editoras com fins lucrativos são tão gananciosas quanto uma fábrica de artigo”, diz Chen. “E contam muito com a contribuição de autores chineses para sobreviver.”

Matéria completa em: https://blog.scielo.org/blog/2024/01/31/fabrica-de-artigos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=fabrica-de-artigos

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