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28 de novembro de 2019

Tiago Almeida Ortega

Graduação: IFSC – Bacharelado em Física / Habilitação: Óptica e Fotônica
Mestrado e Doutorado (em andamento): IFSC – Programa de Pós-Graduação em Física / Área: Física Aplicada
Atividade profissional atual: Pesquisador de equipamentos agropecuários na start-up Agrios

Para o piracicabano Tiago Almeida Ortega, que cursou Física com ênfase em Óptica e Fotônica, no nosso Instituto, a paixão pelas ciências exatas germinou no final de seu ensino fundamental, em uma escola Salesiana. Quando terminou o fundamental, Tiago mudou-se para o colégio CLQ Objetivo, onde, se defrontou com um conjunto de professores de matemática, biologia, física e química que eram excelentes e muito bem formados, com a particularidade de sempre incentivarem os alunos a atingir novos objetivos. Tiago, que sempre teve o apoio dos pais e de seus professores para seguir uma carreira relacionada com ciências exatas, diz que resolveu estudar em nosso Instituto imediatamente após ter pesquisado o conteúdo das disciplinas do curso, tais como Mecânica Quântica e Física Moderna, áreas que atraíram fortemente o jovem pesquisador. Quando ingressou no IFSC-USP, Tiago, assim como a maioria dos estudantes, não sabia qual área profissional que iria seguir: “Eu ainda não tinha certeza se queria ser professor ou pesquisador, já que naquela época não era capaz de enxergar grandes expectativas para os físicos trabalharem fora da academia no Brasil”, conta o nosso entrevistado.

No começo do segundo semestre, Tiago foi monitor em uma das edições da Escola de Física Contemporânea (EFC) e, na ocasião, acompanhou atentamente uma palestra do Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto, docente de nosso Instituto, cujo foco era a criação de empresas voltadas para a área da óptica. Após assistir ao seminário, Tiago ficou encantado com a possibilidade de, ao contrário do que pensava até aí, poder atuar como físico na indústria. Foi como se uma porta se tivesse aberto. Assim que se formou, Tiago iniciou um estágio na empresa são-carlense Opto, que, posteriormente, o efetivou. Aí, ele realizou pesquisas e desenvolveu lasers de estado sólido para cirurgias e sistemas ópticos para oftalmologia. O jovem pesquisador fez seu mestrado dentro da empresa, orientado pelo Prof. Jarbas, e mais tarde optou por regressar ao IFSC para trabalhar com o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, no desenvolvimento de um sistema de Raio-X digital para a área odontológica. Seis meses depois, a convite de Jarbas Neto, Tiago voltou para a Opto, como gerente de linha de montagem, mas sem abandonar a sua intenção de continuar os estudos: “Nesse semestre, volto ao IFSC para trabalhar com o Jarbas e o Vanderlei em um novo projeto de meu doutorado”, sublinha o ex-aluno do IFSC.

No começo de 2013, Tiago e mais três sócios – dois engenheiros eletrônicos e um mecânico – decidem aventurar-se na criação de uma startup – a empresa AgriOS – Agricultural Optronics Systems -, voltada ao desenvolvimento de equipamentos para instrumentação agropecuária, tendo estabelecido uma parceria forte com o laboratório da Profa. Débora Milori (Embrapa) que, segundo Tiago, possui uma sólida linha de pesquisa nas técnicas ópticas e fotônicas para identificação de doenças de plantas e sistemas biológicos, e verificação de streses, entre outros: “A Embrapa estava em busca de um parceiro para viabilizar esta tecnologia, em forma de produto comercial, e foi com esse objetivo que firmamos a parceria. Foi um desafio, pois tínhamos bastante conhecimento na área de tecnologia, mas muito pouco na de aplicação. Porém, devido a importância do Agronegócio para nosso país e a carência de tecnologias no setor, não tivemos dúvida quanto a viabilidade do empreendimento.” De acordo com o ex-aluno do IFSC-USP, o difícil não é abrir uma empresa, e sim, mantê-la ativa, salientando que o que viabilizou o futuro próximo da empresa foi o indispensável apoio da FAPESP, numa modalidade destinada exclusivamente para pequenas empresas, no valor aproximado de R$ 500.000,00, que se estenderá até o final de 2015. O equipamento (portátil) que está sendo desenvolvido pela AgriOS proporciona um diagnóstico rápido de doenças em laranjas, devendo começar a ser comercializado até o final de 2015. Quanto aos planos futuros, Tiago diz que pretende finalizar seu doutorado, continuar investindo no crescimento de sua empresa e voltar à Universidade como colaborador: “Essa minha intenção tem a finalidade de ajudar a transmitir aos alunos que eles podem gerar sua própria riqueza e emprego. Esse foi o caminho que as grandes nações seguiram”. Segundo ele, a graduação é uma época muito rica e os alunos devem aproveitar essa fase para construir amizades, adquirir novos conhecimentos e aproveitar os ensinamentos que os professores transmitem. Tiago afirma que os estudantes devem absorver o máximo de conhecimento, porque eles serão cobrados por isso, no futuro. Tiago ainda sugere que os alunos deixem suas próprias marcas na Universidade e ajudem a construir um país melhor. Sobre o empreendedorismo, nosso entrevistado afirma que é algo que se aprende, se ensina e se doutrina a realizar: “Eu acho que falta muito disso na nossa realidade cotidiana”, conclui.

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