Graduação: IFSC – Licenciatura em Ciências Exatas / Habilitação: Física
Mestrado: IFSC – Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais
Doutorado: IFSC – Programa de Pós-Graduação em Física / Área: Física Aplicada / Opção: Física Biomolecular
Atividade profissional atual: Gerente de Engenharia de Produtos na Faber-Castell
Aparecido Rodrigues da Silva, de 46 anos, nasceu em Santa Clara D’Oeste (SP), mas considera-se são-carlense, já que seus pais se mudaram para São Carlos quando ele ainda tinha apenas um ano de idade. Durante o ensino fundamental, estudou no SESI, tendo posteriormente cursado o ensino médio na Escola Jesuíno de Arruda. Sua paixão pelas ciências exatas, mais especificamente, pela matemática, surgiu ainda no ensino fundamental, já que, segundo ele, nunca precisou estudar essa disciplina. Apesar de não ter sido influenciado por seus docentes, Aparecido Rodrigues conta que era um aluno bem destacado e que sempre gabaritava as avaliações de matemática.
Nesse período, além de ter concluído também um curso de técnico de informática, no Colégio Diocesano La Salle, também finalizou cursos de mecatrônica e mecânica, no SENAI, que contribuíram para o início de sua carreira profissional. A escolha em fazer cursos profissionalizantes foi incentivada por seu próprio pai que, apesar de não ter terminado o ensino médio, fez um curso de aprendizagem industrial, que contribuiu fortemente para a melhoria de vida da família de Aparecido. “Como o curso foi uma referência na vida de meu pai, ele sempre me incentivou a fazer esses cursos, até porque na visão dele isso era o máximo que se podia alcançar. A universidade era uma meta inatingível para ele”, revela Aparecido.
Após terminar o ensino médio e os cursos profissionalizantes, Aparecido Rodrigues trabalhou durante quase quatro anos na empresa Climax (atualmente, Eletrolux), tendo posteriormente ingressado na empresa Faber Castell, onde trabalha até hoje. Aos 24 anos de idade, Aparecido se reencontrou, por mero acaso, com uma sua antiga amiga – que na época fazia doutorado no Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) -, que informalmente lhe deu notícia sobre alguns cursos que decorriam na USP. Logo após conversar com essa amiga, Aparecido ficou bastante interessado sobre os cursos que a Universidade oferecia, tendo ingressado no curso de Ciências Exatas, com ênfase em Física, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). “A partir do segundo ano do curso de Ciências Exatas, comecei a trabalhar com alguns docentes, com a vontade de construir uma carreira científica”. Nesse sentido e em simultâneo, Aparecido frequentou dois anos de iniciação científica com o Prof. Dr. Eduardo Marques, do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC-USP), no desenvolvimento de hardwares.
No quarto ano de graduação, Aparecido foi convidado pelo Prof. Dr. Euclydes Marega Junior (IFSC-USP), para realizar outra iniciação científica, já que o docente do Instituto tinha um trabalho em desenvolvimento no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), que necessitava de alguns equipamentos que tinham relação com o trabalho exercido por Aparecido. Em 1998 terminou sua graduação e, no ano seguinte, deu inicio ao seu mestrado. Depois de uma pausa nos estudos, iniciou seu doutorado em Biofísica.
Quando entrou na Faber, Aparecido atuou durante 10 anos na oficina da fábrica, onde produzia moldes de injeção. Seguidamente, quando ingressou na graduação da USP, ele trabalhou durante mais um ano na oficina e, posteriormente, devido ao seu aprimoramento, passou a trabalhar com projetos. “Terminei a minha graduação na USP como projetista na Faber. Na sequência, enquanto realizava o mestrado, fui promovido para a área de desenvolvimento de produtos, já que tinha conhecimentos no manuseamento de plásticos e experiências práticas com projetos e moldes. Eu digo que a minha evolução na empresa esteve fortemente correlacionada com o caminho que segui na Universidade”.
Hoje, Aparecido é gerente de engenharia de produtos da Faber, setor responsável por todo o desenvolvimento técnico dos produtos da indústria. Segundo ele, um físico formado, que atua numa empresa com as características da Faber Castell, pode auferir, no mínimo, três ou quatro mil reais, enquanto que um profissional com mais experiência e que possua mestrado, pode receber entre seis e nove mil reais.
Um dos próximos passos desejado pelo ex-aluno do IFSC-USP é realizar o seu pós-doutorado, tudo indicando que seja sob orientação do Prof. Dr. Tito José Bonagamba (IFSC-USP). “O Prof. Tito é um profissional bastante dinâmico e prático e eu acho que, de alguma forma, ele combina com o meu perfil de trabalho”. No entanto este projeto precisa aguardar um momento profissional mais adequado do Aparecido, pois atualmente não haveria tempo disponível para que ele dedicasse as atividades de pesquisa do pós-doutorado.
Por fim, para um aluno que busca formação, visando o mercado de trabalho, Aparecido Rodrigues opina que, além de ir atrás de uma formação sólida, esse futuro profissional deve se questionar sempre em qual área ele pode ser um diferencial, destacando-se dos demais. “Eu tenho duas filhas e uma delas faz estágio numa empresa aqui em São Carlos. Sempre procuro incentivá-la a fazer aquilo que ela gosta, da melhor maneira possível. Se o jovem tem um desejo, ele deve correr atrás, até porque muitas vezes as pessoas enxergam obstáculos que não são reais”, completa.