Notícias

24 de setembro de 2018

Reitor da USP reúne-se com docentes e pesquisadores do IFSC/USP

No âmbito de um périplo previamente agendado e que compreenderá a visita às 52 Unidades, museus e hospitais universitários, o Reitor da USP, Prof. Vahan Agopyan, visitou o IFSC no dia 18 de setembro, tendo realizado uma reunião conjunta com o Diretor do Instituto, Prof. Vanderlei Bagnato, e com os Presidentes das Comissões de Pesquisa, Graduação, Pós-Graduação, e Cultura e Extensão, bem como as Chefias dos Departamentos. O intuito da visita de Vahan Agopyan foi recolher recomendações, ouvir opiniões e trocar ideias sobre a vida da Unidade, bem como encontrar caminhos para resolver alguns problemas que são comuns à própria Universidade. “Não venho aqui para falar, mas sim para ouvir e entender as questões que vocês, docentes, me irão apresentar. Quero contribuir para a melhora do trabalho de todos vocês e contribuir para que se possa aumentar a excelência acadêmica e científica”, argumentou Vahan Agopyan.

Tendo enfatizado o fato de a anterior gestão ter evitado uma crise de grandes proporções, devido a desequilíbrios financeiros herdados de um passado recente, Agopyan afirmou que a USP começa agora a entrar num caminho mais consistente, contudo ainda longe de um trilho confortável: “Estamos no caminho certo, mas ainda existem alguns perigos que não devemos menosprezar, daí que tenhamos de insistir no rigor da gestão. Contudo, retomamos algum fôlego que será traduzido, em breve, por exemplo, através da contratação de cerca de 250 novos docentes, sendo que essas contratações irão acontecer para repor os quadros que, entretanto, saíram da instituição. Não são só a USP, a UNICAMP e a UNESP que passam por dificuldades: há bem pouco tempo, universidades de ponta nos Estados Unidos também atravessaram momentos particularmente difíceis, sendo que algumas delas tiveram sérios constrangimentos financeiros, inclusive para pagar salários”. Outra boa notícia dada por Agopyan foi a recente decisão da USP aumentar as verbas de custeio já a partir do próximo ano, algo que vai ajudar todas as Unidades.

Quanto à realidade da gestão apresentada pelo IFSC, Vahan Agopyan sublinhou o fato de o Instituto nunca esperar que as coisas aconteçam, já que seus dirigentes, pesquisadores, docentes e servidores fazem as coisas acontecer na Unidade. Desburocratizar cada vez mais a Universidade de São Paulo é tarefa premente, sendo que, para o Reitor, “esse excesso de burocracia na USP foi criado exatamente pelos próprios docentes e devem ser eles agora a facilitar procedimentos, a abolir etapas desnecessárias em todos os processos, modernizar a USP nesse capítulo”.

Para o Diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, a visita do Reitor à Unidade é considerada importante, tendo desejado uma maior periodicidade na presença de Vahan Agopyan no Instituto. No que concerne à desburocratização, Bagnato afirmou que o IFSC já começou a fazer a sua parte: das sessenta e oito comissões existentes até à bem pouco tempo, cinquenta delas já foram eliminadas, cabendo às restantes absorver as competências ”É apenas uma questão de rentabilizar o trabalho e as funções de cada um. Dei autonomia plena, com direitos e deveres”, sublinhou Bagnato, que fez questão de enfatizar outra medida instituída no IFSC/USP, esta inserida nos âmbitos social e da saúde: “O IFSC contratou recentemente os serviços de uma psicóloga, com o intuito de detectar e tratar problemas em toda a comunidade de nosso Instituto, mas com especial incidência em nossos alunos. Em média, essa profissional está tendo quarenta atendimentos por mês e já foram detectados problemas em alguns de nossos estudantes, cujas causas – por incrível que possa parecer – são familiares, o que causou grande surpresa em todos nós: por exemplo, famílias que deixaram de ter condições para apoiar seus jovens na Universidade. De fato, com a introdução de diversas formas de ingresso na USP, esses problemas tendem a aumentar e a USP e o IFSC têm que estar preparados para enfrentá-los: por nossa parte, já demos os primeiros passos, nomeadamente identificando esses jovens e ofertando a eles bolsas para que executem trabalhos de responsabilidade no Instituto e, claro, o devido acompanhamento psicológico”. Nas palavras de Bagnato e em outra área importante da vida do Instituto, o IFSC/USP está sendo ousado na área dos jovens pesquisadores, havendo a intenção de, no futuro, aumentar em cerca de 40% o número de pós-doutores atuando no Instituto.

Vahan Agopyan – entrevista

Em entrevista exclusiva à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Vahan Agopyan comentou a atual situação da Universidade de São Paulo e os projetos que irão ser lançados. Para o Reitor da USP, a Universidade nunca esteve em crise, ao contrário do que se falou. “Não se pode falar de crise, atendendo ao fato de que a USP nunca esteve devendo nada para ninguém. Ela nunca teve dívidas trabalhistas, nunca deveu a bancos ou a fornecedores. O que aconteceu foi que a Universidade de São Paulo detectou que se mantivesse a situação financeira que foi criada no passado, em curto espaço de tempo ela entraria de fato em uma crise irreversível e, assim, tivemos que utilizar as reservas da USP para superar essa fase. Conseguimos corrigir a rota para evitar caminhos perigosos e neste momento estamos tendo recursos, inclusive para custeio, o que nos permite garantir as atividades, mas sempre com muita atenção, atendendo a que não temos mais reservas disponíveis”, pontua Vahan Agopyan.

Um dado certo, segundo o Reitor, é que a USP não irá mais fazer programas de demissão voluntária e que neste momento seus gestores ainda estão cortando algumas “gorduras” que sobraram e que, embora pequenas, no seu conjunto não podem ser consideradas desprezíveis. Outra medida importante, desta vez no âmbito da gestão de recursos, é o trabalho que está sendo desenvolvido com o intuito de otimizar os processos administrativos resultantes do excesso de burocracia, aproveitando, nesse caso, os recursos humanos para exercerem suas funções nas designadas “atividades-fim” da Universidade. Buscar recursos extra-orçamentários, por forma a que a USP não fique extremamente dependente dos repasses advindos do ICMS é outra aposta de Vahan Agopyan que, por outro lado, quer e deseja que o governo e as empresas públicas mantenham e aumentem sua ação como parceiros fundamentais, tal como tem acontecido até o presente momento.

No que diz respeito aos recursos humanos da USP, Vahan Agopyan confirma houve uma diminuição em cerca de 20% nos quadros. “A USP ainda tem um contingente grande de funcionários, mas isso não é um problema para mim: o problema é os recursos humanos que são mal aproveitados, que perdem seu tempo em atividades desnecessárias e repetitivas, que não contribuem para a qualidade do serviço que a Universidade de São Paulo deve prestar. Vai levar tempo para transformar tudo isso, pois os recursos humanos deverão ter uma qualificação para novas funções, deverão ser motivados para se inserirem em processos de mobilidade e na alteração dos processos administrativos, tudo isso sem ferir a legislação”, salienta o Reitor da USP.

Confrontado com a pergunta “como manter a excelência acadêmica”, Vahan Agopyan é peremptório ao afirmar “Tem que lutar sempre! Quando você pensa que seu trabalho está excelente, é quando você perde o foco, é quando está perdendo a excelência!”. Para Vahan, a excelência acadêmica é uma busca constante, uma preocupação sempre latente. “Você consegue a excelência acadêmica quando você tem funcionários bem treinados e preparados, quando você consegue atrair talentos para serem docentes e quando consegue mantê-los entusiasmados. Você consegue a excelência acadêmica quando consegue atrair talentos para serem ótimos alunos. Assim, temos que oferecer condições para manter os bons funcionários, os bons docentes e pesquisadores, e os bons alunos – agora com mais vigor ainda, aproveitando a abertura de mais portas para o ingresso na USP, que faculta ainda mais a entrada de grandes talentos. Aí, continuaremos a ter a excelência acadêmica”.

Contudo, Vahan Agopyan mostra-se preocupado em como atrair bons talentos como docentes, já que a USP continua a ser pouco atrativa quando o assunto é salário e carreira inicial de docente; isso contrasta com o fato da USP ser uma universidade de renome internacional. “É uma situação complicada quando se observa que o salário e a carreira inicial não são atrativos para um jovem docente que inicia sua vida profissional e familiar. Para tentar reverter um pouco essa situação, cuja solução não está em nossas mãos – assim como não está nas mãos da UNICAMP e da UNESP –, a Universidade de São Paulo irá criar atrativos para esses jovens docentes: por exemplo, a concessão de verbas destinadas à compra de notebooks e de materiais de consumo profissional, ou mesmo viagens acadêmicas com o intuito dos jovens docentes estabelecerem relações profissionais. São incentivos não salariais que tentam dar uma motivação, já que temos que reter esses talentos”, enfatiza o Reitor da USP.
Relações com a sociedade

No quesito relativo à ação da USP extramuros, o Reitor da USP confirma que irá aumentar a interface com a sociedade, não somente retribuindo aquilo que ela dá à Universidade, através dos impostos, mas principalmente mostrando que ela pode contar com a USP. “A Universidade tem muito para contribuir e nossa ação está sendo direcionada para os municípios, colocando nosso conhecimento e experiência ao serviço deles. Vamos ajudar os municípios a se desenvolverem, levando nossos alunos para dentro das comunidades, trabalhando junto delas. Assim, as comunidades desenvolvem-se , os alunos adquirem fortes conceitos de cidadania e os docentes sentem-se responsáveis por todas essas ações”, conclui Vahan Agopyan.

(Fotos: Ricardo Rehder)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..