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21 de novembro de 2017

Prof. Bagnato: membro do Conselho da Academia de Ciência do Vaticano

No início deste mês de novembro, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, foi eleito pelo Papa Francisco como novo membro do Conselho da Academia de Ciência do Vaticano, após permanecer desde 2012 como membro efetivo da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, por indicação do então Papa Bento XVI.

O Conselho esteve reunido na sede da Academia no dia 1º deste mês, e, por recomendação direta do Papa, foram discutidos os novos tópicos de debate para o biênio que se inicia. Segundo Vanderlei Bagnato, o Pontífice pretende o envolvimento dos acadêmicos com temas de interesse da humanidade e discutir, principalmente, como a Ciência vem enfrentando os desafios para tornar a sociedade melhor. Segundo o pesquisador, é claro para todos, inclusive para o Papa, que a ciência e os cientistas têm, em primeiro lugar, um compromisso com o avanço do conhecimento em todas as frentes, mas, além disso, deve-se procurar tornar o conhecimento científico numa componente importante na solução dos diversos problemas desafiadores enfrentados pela humanidade.

Temas como avanços de nosso entendimento sobre o Universo, a aplicação da ciência para problemas relacionados com a segurança alimentar, má nutrição e transplante de órgãos, figuram entre as discussões agendadas para as futuras reuniões. Os tópicos discutidos pela Academia do Vaticano têm tido grande repercussão no mundo científico e político. Segundo Bagnato, um dos problemas relevantes foi exatamente sobre o contrabando de órgãos para transplante, um tema debatido recentemente na Academia e que influenciou o governo da China a rever suas regras de doação dos órgãos, algo que contribuiu apara que autoridades do mundo todo passassem a olhar o problema mais de perto.

“Cada vez mais, diversas sociedades científicas do mundo têm encontrado na Academia do Vaticano um apoio para suas aspirações e propostas”, afirmou Bagnato. Recentemente, um encontro sobre ciência realizado na América Latina repercutiu muito sobre a situação caótica do financiamento científico na região. “Alertas enviados aos governantes sobre os riscos de desvalorizar a ciência em prol de outros interesses menos relevantes tem surtido efeito”, diz Bagnato, que acrescentou “Compartilho do desejo de que a ciência procure progredir sempre respeitando a liberdade dos pesquisadores, mas que estes tenham a responsabilidade de identificar, em seus achados, soluções que sirvam para resolver problemas relevantes da sociedade, sempre que possível. Este é também o principio do Vaticano, e desta forma me sinto à vontade como Conselheiro desta conceituada e respeitada Academia” conclui Bagnato.

Sendo a mais antiga e tradicional Academia de Ciência do mundo, a Pontifícia Academia de Ciência do Vaticano – fundada por Galileu Galilei, em 1603 – tem o objetivo de promover ampla discussão dos temas científicos relevantes para a humanidade, procurando assegurar que o conhecimento científico seja transformado em benefícios para o maior número de pessoas ao redor do mundo. Também está dentre seus objetivos assegurar que o desenvolvimento científico nunca ultrapasse a ética. Para fazer isto, ela conta com 80 membros vitalícios (nem todas posições ocupadas), dentre os quais estão ilustres cientistas do mundo, incluindo um elevado número de agraciados com o Prêmio Nobel.

(Com informações de Kleber Chicrala / INOF-CEPOF)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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