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26 de agosto de 2019

IFSC/USP: Pesquisa atenua sintomas da Doença de Parkinson

(In: Daily Express/Getty Images)

Tremores, lentidão dos movimentos, rigidez e atrofia muscular, dores musculares (mialgia), dificuldades para começar ou continuar determinados movimentos, como começar a caminhar ou se levantar de uma cadeira, são sintomas característicos da Doença de Parkinson, que atinge principalmente pessoas inseridas na designada “Terceira Idade”.

Esta é uma doença progressiva do sistema neurológico, que afeta principalmente o cérebro, não havendo, até o momento, formas de preveni-la. Com efeito, as células nervosas usam uma substância química do cérebro chamada dopamina, que ajuda a conduzir os comandos entre o cérebro e os músculos. A Doença de Parkinson ocorre quando as células nervosas do cérebro que produzem dopamina são destruídas lenta e progressivamente, sendo que sem essa  dopamina elas não podem enviar mensagens de forma correta e isso leva à perda da função muscular, sendo que os danos pioram com o decorrer do tempo. A Doença de Parkinson atinge um índice mundial entre 1% e 2%, sendo que estudos internacionais estimam que o número de pacientes com doença de Parkinson, no Brasil, dobrará até 2030. Dados publicados através de pesquisa realizada em uma cidade brasileira, estimou que o número de pessoas com Doença de Parkinson representaria cerca de 3% da população com 60 anos ou mais. Levando em consideração que a população brasileira nessa faixa etária seria de 21 milhões de pessoas, chegamos a um número provável de 630 mil brasileiros com Parkinson.

Equipamento e protocolo desenvolvidos no IFSC/USP

Tendo em consideração as nefastas consequências desta doença, que até o presente momento não tem cura, pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP (CEPOF), em estreita parceria com colegas da UNICEP – Campus de São Carlos e da Universidade Martin-Luther-Halle (Saale) – Alemanha, testaram um protocolo que diminui as dores musculares, a rigidez dos músculos e dos tremores de paciente com Parkinson, utilizando uma combinação simultânea de laser e de pressão negativa (sucção dos músculos), cujo trabalho científico foi publicado já no Journal of Alzheimer’s Disease & Parkinsonism (clique AQUI para acessar o artigo).

O fato mais sui generis neste protocolo foi o da equipe de pesquisadores do IFSC/USP ter experimentado em um número reduzido de pacientes com a Doença de Parkinson (10), um equipamento já desenvolvido pelos mesmos há algum tempo e que estava dedicado a procedimentos de estética, combinando laser e vácuo. Os resultados desse experimento foram surpreendentes, conforme explica o Dr. Antonio de Aquino Junior, coordenador da Unidade de Terapia Fotodinâmica. “Reutilizamos esse equipamento que estava – e está – dedicado à melhora da condição muscular e a estética, e os resultados foram impressionantes quando aplicamos o protocolo experimental em doentes com Parkinson. Quase não deu para acreditar”, relata o pesquisador.

Prof. Vanderlei Bagnato testa o equipamento

Para o Prof. Vanderlei Bagnato (IFSC/USP), a surpresa também foi grande; “Eu estou muito surpreso com estes resultados preliminares e se não visse, não iria acreditar. Todos os dez pacientes submetidos a este procedimento tiveram melhora significativa nas dores, bem como diminuição da rigidez muscular e dos tremores. Embora as células cerebrais que comandam a parte motora continuem a fazer estragos, com a progressiva perda de comando – e isso é inevitável na Doença de Parkinson – o certo é que estamos conseguindo dar um conforto, um certo bem-estar a esses pacientes, por forma a que consigam executar atividades cotidianas, graças a um processo de vascularização e estimulação muscular proporcionada pelo equipamento, na adequada combinação da mecânica de sucção e o bioestímulo do laser. Devo salientar que este protocolo não substitui, de forma alguma, a medicação que os pacientes têm que tomar. Este protocolo é apenas uma terapêutica para a manutenção, promovendo, tanto quanto possível, a continuidade das atividades do dia-a-dia.

Pelo sucesso alcançado nestes testes preliminares, o Grupo de Óptica do IFSC/USP (CEPOF) está convocando pacientes voluntários com Parkinson para se cadastrarem na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) que funciona na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, através do telefone (16) 3509-1351.

Com um maior número de voluntários, a técnica poderá estar mais rapidamente disponível a tantos necessitados.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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