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26 de maio de 2011

Palestra no IFSC abordou um dos mais debatidos temas da atualidade

Quando alguém se propõe a falar sobre um assunto polêmico e, sobretudo, tão em voga na mídia, um grande público é atraído a escutar.

Foi o caso da palestra, ministrada pela Professora Doutora Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, no auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

No evento, que contou com a participação da comunidade são-carlense, em geral, a professora, com o auxílio e participação de duas de suas orientandas, traçou um panorama geral sobre o tema, relembrando fatos relacionados à violência nas escolas, como o caso estadunidense da Columbine High School, ocorrido em 1999, no qual dois alunos assassinaram 14 estudantes e um professor.

O tema em questão abre questionamento sobre a linha tênue que separa o que seriam brincadeiras saudáveis entre alunos das provocações físicas e psicológicas.

Na pequena entrevista realizada com Lúcia, que é professora titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), alguns esclarecimentos podem ser úteis, especialmente aos pais de alunos, no que se refere ao modo de agir diante de certas situações.

Há quanto tempo a senhora desenvolve estudos relacionados ao relacionamento de alunos nas escolas?

Sou coordenadora do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (LAPREV). Trabalhamos com a violência na família e na escola. Pesquisas sobre o bullying, especificamente, temos feito desde 2002.

Como diferenciar o bullying das provocações cotidianas na escola, que todos já vivemos, e que, antes, não eram vistas com a magnitude que se vê nos dias de hoje?

Uma coisa difere da outra. Existem muitas brincadeiras que são saudáveis e até importantes de acontecer com a criança e com os jovens. Essas brincadeiras vão ensinando uma série de coisas.

Há, inclusive, pesquisas mostrando que casais que não brincam um com o outro, não se provocam, não são tão felizes quanto aqueles que fazem isso. Isso não é bullying.

bullying é a violência repetitiva, crônica, séria, que machuca, que magoa, que fere. É você humilhar a pessoa, escolhendo seu ponto frágil e fazendo comentários racistas, homofóbicos, continuamente. Não são brincadeiras, estamos falando de violência.

Poderia dar um exemplo prático?

Chamar uma pessoa gordinha, constantemente, de baleia e excluí-la do círculo, fazendo com que sua autoestima fique muito abalada. E, mesmo vendo que ela está magoada, não está gostando, o grupo continua praticando isso. Seriam as maldades intencionais, que acabam fazendo muito mal para a saúde.

Há pais que, justamente pelo assunto estar sendo muito discutido, acabam, até mesmo, processando os autores dessa violência. Qual conselho a senhora daria aos pais das vítimas debullying?

Processar é o último recurso. Primeiro de tudo é preciso conversar. Se a criança é vítima ou autora de bullying, é preciso ter uma atitude aberta para dialogar com calma e ver o que está acontecendo. Em seguida, dialogar com a escola. Em terceiro lugar, pedir ajuda de especialistas da saúde. Em último caso entrar no judiciário.

As pessoas cometem dois erros: ou elas banalizam ou fazem de conta que não existe, quando na verdade existe e já é responsável por suicídios, mortes. Temos que trabalhar com prevenção.

O evento foi uma iniciativa do Colóquio da Licenciatura em Ciências Exatas, programa coordenado pelo docente do IFSC, Marcelo Alves de Barros. Toda última quarta-feira do mês, palestras são realizadas, com os mais variados temas. A entrada é gratuita e toda comunidade está convidada a participar.

Para saber mais sobre o programa, acessehttp://www.coloquiolce.blogspot.com/

Assessoria de Comunicação

Data: 26 de maio

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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