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20 de julho de 2018

No IFSC/USP – fotopolimerização por absorção de dois fótons

Através de uma das técnicas já bem estabelecidas na área de Fotônica, a chamada fotopolimerização por absorção de dois fótons, pesquisadores do Grupo de Fotônica do Instituto de Física de São Carlos (GFO – IFSC/USP) conseguiram produzir microestruturas tridimensionais contendo PPV, um polímero conjugado de grande importância para o campo da optoeletrônica.

A fotopolimerização por absorção de dois fótons é uma técnica de escrita a laser, através da qual um feixe laser de alta intensidade é focalizado em uma resina polimérica, um tipo de gel, ainda sem formação sólida. “Devido à natureza não linear do processo de absorção de dois fótons, a polimerização ocorre somente ao longo do foco do feixe laser, conferindo assim resolução espacial à técnica. A microestrutura polimérica vai se formando à medida que o feixe laser focalizado é varrido ao longo da resina. Ao fim da etapa de escrita a laser, a amostra é submetida a um processo de lavagem para remoção de qualquer material que não tenha sido polimerizado”, explica Nathália Tomazio, pesquisadora do GFO.

O PPV tem grande importância na comunidade científica em razão de suas propriedades de eletroluminescência e condução. “Apresentando propriedades similares às de materiais semicondutores, o PPV ainda tem o apelo de ser barato e de simples processamento, podendo vir a ser uma alternativa aos semicondutores inorgânicos, materiais largamente utilizados na produção de microdispositivos”, explica Nathália.

Sob a orientação do docente do IFSC, Cleber Renato Mendonça, a doutoranda do GFO, Oriana Ines Avila Salas, conseguiu incorporar um polímero precursor, conhecido como PTHT, à resina polimérica e fabricar microestruturas tridimensionais que foram posteriormente submetidas a um tratamento térmico para a conversão do precursor em PPV.

Antes desse trabalho, somente havia sido reportada a confecção de microdispositivos à base de PPV bidimensionais. “No caso do estudo de nosso grupo, conseguimos, através da fotopolimerização por absorção de dois fótons, fabricar estruturas poliméricas contendo PPV, em três dimensões”, comemora Nathália. “A tridimensionalidade abre muitas portas para a confecção de microdispositivos, mas em meu ponto de vista a grande vantagem é poder aumentar a quantidade de componentes integrados em circuitos optoeletrônicos, ou seja, adicionar componentes em outra dimensão, evitando também comunicações indesejadas entre os microdispositivos”, conclui a pesquisadora.

A novidade deste estudo foi notada pela comunidade científica, tornando-se capa da publicação internacional Journal of Polymer Science- part B.

Para acessar o artigo resultante do estudo, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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