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30 de maio de 2016

As perspectivas do INEO

No ano 2001, o ministro Ronaldo Sardenberg do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lançou o programa “Institutos do Milênio”, com o objetivo principal de estimular o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas em áreas consideradas estratégicas ao desenvolvimento do país.

Na ocasião, centenas de projetos foram aplicados e, após rigorosa seleção feito por uma comissão internacional de pesquisadores, 17 deles foram selecionados. Entre os aprovados estava a proposta do Instituto Multidisciplinar de Materiais Poliméricos (IMMP), de autoria do Instituto de Física de São Carlos, e sob a coordenação do docente Roberto Mendonça Faria.

INEO-_logoO IMMP foi composto por mais de 20 grupos de pesquisa situados em quase todas as regiões do país, e tinha por objetivo realizar pesquisas nas áreas de materiais poliméricos (isolantes, ferroéltricos, semicondutores, biopolímeros etc.), envolvendo nas pesquisas equipes multidisciplinares de físicos, químicos e engenheiros. O programa exigia também que houvesse interação com segmentos do setor privado, e que o IMMP tivesse um programa de divulgação científica. Em 2004 houve nova chamada do programa, e o IMMP foi novamente contemplado, ficando sob a coordenação da docente do IFSC Yvonne Primerano Mascarenhas.

Quatro anos depois, o CNPq lançou uma nova chamada do programa que, a partir de então, receberia uma nova nomenclatura: Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Novamente, Faria enviou uma proposta, na qual se manteria o objetivo de desenvolvimento de pesquisas na área de materiais poliméricos, desta vez, entretanto, mais especificamente na área de eletrônica orgânica.

A proposta foi novamente aprovada pelo CNPq, dando origem ao atual Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica (INEO), com a missão de desenvolver ciência e tecnologia em eletrônica orgânica, e objetivando, entre outras coisas, desenvolver técnicas de fabricação e caracterização de dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos, desenvolver estudos teóricos de estruturas eletrônicas e de fenômenos de transporte, passando pela tecnologia de processamento e medidas experimentais de caracterização (elétricas e ópticas), e buscando, sempre que possível, a aplicação dos dispositivos estudados, inclusive através da interação com setores industriais.

Oito anos depois da criação do INEO, o CNPq lançou mais uma chamada de envio de propostas para novos INCTs e, novamente, o INEO teve sua proposta aprovada, e seu financiamento renovado.

Da semeadura à consolidação

Na última chamada do INCT, a proposta de renovação do INEO foi não somente aprovada, como bem classificada (16º lugar), o que, em princípio, renderá ao Instituto uma verba maior, possibilitando um melhor e maior desenvolvimento de pesquisas no INEO.

Contando atualmente com 42 grupos de pesquisa, distribuídos em nove estados do Brasil, o INEO atua em parceria com institutos de pesquisa de todo o mundo, entre eles grupos da University of California- Berkeley (EUA), Stanford University (EUA), Imperial College London (UK), Technical University of Darmstadt (Alemanha), entre outras instituições internacionais. “Em um primeiro momento, o INEO dedicou-se principalmente à formação de pesquisadores e à criação de infraestrutura de laboratórios necessária à realização de pesquisas competitivas na área. Nessa nova etapa, pretendemos colocar o país num patamar mais elevado, procurando equiparar-se ao que de melhor se produz nos países mais avançados”, conta Faria, atual coordenador do INEO.

INEO-LEOO INEO, através de seus pesquisadores, já produziu protótipos de dispositivos optoeletrônicos, que são confeccionados no Laboratório de Eletrônica Orgânica (LEO), sediado no IFSC, e está instalando um Laboratório de Eletrônica Impressa (LEI). Esse laboratório constitui-se de tecnologias avançadas na área de processamento de dispositivos e de circuitos eletrônicos e optoeletrônicos, e será o primeiro laboratório de Eletrônica Orgânica no Brasil.

Ainda na busca de consolidação, os pesquisadores do INEO continuam trabalhando ativamente, o que se concretiza na grande quantidade de artigos publicados por seus membros. Somente no ano de 2015, os pesquisadores do INEO publicaram mais de uma centena de artigos em revistas indexadas, formaram cerca de 40 pós-graduandos entre mestres e doutores, e estabeleceram vários projetos de desenvolvimento tecnológico em parceria com o setor privado.

Imagem: Laboratório de Eletrônica Orgânica sediado no IFSC

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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